A menos de um mês da Olimpíada, pesquisa Datafolha mostra que a maior parcela dos brasileiros não tem interesse e reprova a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro. Os índices de desinteresse e de reprovação ao evento são recordes.
Cinco em cada dez brasileiros (50%) são contrários à realização dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, 40% são favoráveis, 9% são indiferentes e 2% não responderam. Na comparação com a pesquisa anterior, de junho de 2013, a reprovação dobrou no período (era 25%) enquanto a aprovação recuou vinte e quatro pontos (era 64%).
Nesse levantamento realizado nos dias 14 e 15 de julho de 2016, foram realizadas 2.792 entrevistas em 171 municípios brasileiros, em todas as regiões do país. A margem de erro para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os mais instruídos (56%), entre os moradores da região Sul (59%), entre os moradores da região Sudeste (58%) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (64%) são observadas as taxas de reprovação mais altas à realização da Olimpíada no Rio de Janeiro. Enquanto entre os mais jovens (49%), entre os moradores da região Norte (52%) e entre os moradores do Nordeste (54%) são observadas as taxas mais altas de apoio.
No período, o desinteresse com a Olimpíada cresceu. A taxa de brasileiros que declararam não ter nenhum interesse pelo evento esportivo subiu de 28% para 51%. Já, a taxa de muito interesse recuou de 35% para 16% e a taxa de um pouco de interesse foi de 37% para 33%.
De maneira geral, o desinteresse é maior entre as mulheres do que entre os homens (55% contra 46%), entre os mais velhos do que entre os mais jovens (57% contra 45%), entre os menos escolarizados do que entre os mais escolarizados (57% contra 43%) e entre os moradores da região Sul do que entre os moradores da região Norte (60% contra 42%). Entre os moradores da região Norte é observada a taxa de muito interesse mais alta (21%).
Quanto aos benefícios e prejuízos que os jogos trazem, o Datafolha apresentou três situações aos entrevistados e em duas delas o pessimismo do brasileiro cresceu, na outra, as opiniões ficaram divididas. Na comparação com a pesquisa anterior, observa-se uma mudança de comportamento.
Quando a situação é o brasileiro de maneira geral, 63% declararam que a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro traz mais prejuízos do que benefícios para os brasileiros (era 38%), 29% que traz mais benefícios do que prejuízos (era 51%) e 8% não responderam (era 11%). O mesmo ocorre quando a situação colocada é a pessoal. Para 51%, a realização dos jogos traz mais prejuízos do que benefícios para si mesmo (era 37%), para 19% mais benefícios do que prejuízos (era 46%) e 30% não responderam (era 17%).
Já, quando a situação colocada são os moradores da cidade do Rio de Janeiro (é a primeira vez que o Datafolha faz esta pergunta) as opiniões se dividem. Para 47%, a realização do evento esportivo traz mais prejuízos do que benefícios, para 45%, mais benefícios do que prejuízos e 8% não responderam.
De maneira geral, nestas três situações pesquisadas os entrevistados da região Norte são mais otimistas, enquanto os moradores da região Sudeste são mais pessimistas quanto aos benefícios e prejuízos que a realização da Olimpíada traz.
A maior parcela dos brasileiros está pessimista com a imagem do país na Olimpíada, dos três itens pesquisados (segurança pública, sistema de transportes e organização), a maior parcela declarou que o evento será mais motivo de vergonha do que de orgulho.
Para 57%, a segurança pública, para proteger os turistas da Olimpíada, será mais motivo de vergonha do que de orgulho, para 32%, será mais motivo de orgulho do que de vergonha e 11% não responderam. Já, para 55%, o sistema de transportes da cidade do Rio de Janeiro usado pelos turistas será mais motivo de vergonha do que de orgulho, para 29%, será mais motivo de orgulho do que de vergonha e 16% não respondeu. Finalmente, para 49%, a organização da Olimpíada será mais motivo de vergonha do que de orgulho, para 40%, mais motivo de orgulho do que vergonha e 11% não responderam.
Na análise por variáveis sociodemográficas, observa-se que o sentimento 'mais de vergonha do que de orgulho' é maior entre os mais instruídos, entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos e entre os moradores da região Sudeste. Enquanto, entre os moradores da região Nordeste e Norte são mais altos os índices de orgulho.