A maior parcela dos brasileiros adultos (92%) tem opinião que a Justiça brasileira não age de forma igual para todos. Para 92%, a Justiça brasileira trata melhor os mais ricos do que os mais pobres, para 1%, a Justiça do país trata melhor os mais pobres do que os mais ricos, para 6%, a Justiça brasileira trata ricos e pobres de forma igual e 1% não opinou. A percepção de que a Justiça brasileira trata melhor os mais ricos do que os mais pobres é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas.
As Forças Armadas são a instituição mais confiável do país atualmente, e Congresso Nacional, Presidência da República e partidos políticos dividem o posto de instituições menos confiáveis. Uma parcela de 40% dos brasileiros confia muito nas Forças Armadas, e os demais confiam um pouco (43%), não confiam (15%) ou não têm opinião (2%). A imprensa aparece na sequência, sendo muito confiável para 22%, um pouco confiável para 49%, e nada confiável para 28%, além de 1% que não opinou.
Nesse levantamento, nos dias 21, 22 e 23 de junho de 2017, foram realizadas 2.771 entrevistas em 194 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para
mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
O índice dos que confiam muito nas Forças Armadas ganha destaque entre os homens (49%, ante 31% entre as mulheres), na fatia dos mais ricos (47%), e entre os eleitores de Bolsonaro (58%, no cenário em que ele disputa contra Lula, Alckmin e outros candidatos). Em relação à imprensa, a análise por faixa de idade mostra que, quanto mais jovem, menor a disposição para confiar muito: entre quem tem de 16 a 24 anos, apenas 10% confiam muito na imprensa, índice que sobe gradativamente conforme o avanço das faixas etárias e atinge 39% entre quem tem 60 anos ou mais. Tal comportamento também é verificado na análise por escolaridade: entre os brasileiros que estudaram até o ensino fundamental, 30% confiam muito na imprensa, índice que cai para 19% entre quem tem escolaridade média, e fica em 18% na fatia dos que têm escolaridade superior.
No Ministério Público, um em cada cinco brasileiros (21%) confia muito, 509% confiam um pouco, e 27% não confiam, além de 1% que não opinou. O Poder Judiciário, de forma geral, é muito confiável para 20%, um pouco confiável para 53%, nada confiável par 25%, e 2% não têm opinião a respeito.
Em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a taxa dos que confiam muito fica em 15%, e dos que confiam um pouco, em 48%, com os demais se dividindo entre aqueles que não confiam (35%) e os que não opinaram (3%). Apesar da maior exposição midiática do Supremo Tribunal Federal, devido as investigações da Lava-Jato, o grau de confiança ficou estável: em abril, 17% confiavam muito, 50% confiavam um pouco e 30% não confiavam.
As grandes empresas brasileiras têm alto índice de confiança de 12% da população, e 48% dizem confiar um pouco nessas empresas. Os que não confiam são 38%, e 2% não têm opinião. A Justiça Eleitoral, responsável por acompanhar e punir eventuais crimes cometidos durante as eleições, é muito confiável para 15%, um pouco confiável para 43%, não confiável para 40%, e 1% não tem opinião a respeito.
Os partidos políticos lideram o ranking de desconfiança entre os brasileiros. Sete em cada dez (69%) não confiam nos partidos, 28% confiam um pouco, e somente 2% confiam muito, no mesmo patamar dos que não têm opinião sobre eles (1%). A taxa de desconfiança cresceu pelo terceiro levantamento consecutivo e alcançou agora o índice mais alto da série histórica: era 52%, em agosto de 2012, 63%, em dezembro de 2012 e 64%, em abril deste ano.
Outras instituições com alto grau de desconfiança são o Congresso Nacional e a Presidência da República. O Congresso é visto como nada confiável por 65%, pouco confiável por 31% e muito confiável por 3%. Uma parcela de 1% não opinou. Em comparação com o levantamento anterior, a taxa de desconfiança subiu oito pontos (era 57% em abril) e é recorde. Quanto à confiança na Presidência da República, 65% não confiam na instituição, 31% confiam um pouco e 3% confiam muito. Uma parcela de 1% não opinou. A taxa de desconfiança na Presidência da República cresceu pelo terceiro levantamento consecutivo e registrou o patamar mais alto da série histórica: era 15%, em agosto de 2012, 18%, em dezembro de 2012 e 58%, em abril deste ano.