Na hora do voto, 19% dos brasileiros com religião seguem líder da igreja

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que em época de eleições a maior parcela dos brasileiros adultos (81%) que têm religião não costuma levar em consideração os candidatos apoiados por seus líderes religiosos. Já 19% declararam que costumam levar em conta os candidatos indicados por seus líderes religiosos - desses, 4% consideram a opinião de seus líderes religiosos somente se o candidato for ligado a sua igreja, e 15%, independentemente do candidato ser ou não ligado à sua igreja.

A taxa de entrevistados que leva em conta o apoio de suas lideranças religiosas a candidatos é pouco mais alta entre os evangélicos em geral (26%) - sobretudo, entre os evangélicos Neo Pentecostais (31%).

Nesse levantamento, nos dias 27 e 28 de setembro de 2017, foram realizadas 2.772 entrevistas presenciais em 194 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

É baixo o índice de entrevistados que declararam já ter votado em algum candidato por indicação de sua liderança religiosa, 9% - índice próximo ao observado em 2013 (era 8%). A grande maioria (91%) declarou nunca ter votado em algum candidato por indicação de suas lideranças religiosas (era 92% em 2013). Entre os evangélicos, a taxa de entrevistados que declararam já terem votado em algum candidato por orientação de sua liderança religiosa (16%) ficou acima da média, principalmente, entre os evangélicos Neo Pentecostais (28%).

Quando perguntados se já votaram em algum candidato declarado evangélico, 74% declararam que não, 21% que sim e 5% não opinaram. A decisão de votar em um candidato declarado evangélico tem mais peso entre os evangélicos (31%) do que entre os demais religiosos (15% entre os católicos e 18% entre os espíritas).

O Datafolha apresentou aos entrevistados três situações para saber se votariam em um candidato a presidente da República católico, evangélico e ateu. Observou-se que a religião é um aspecto importante para os brasileiros no momento de decidir seu voto. O candidato que tem alguma religião - no caso, católica ou evangélica - tem menos rejeição que um candidato que não acredita em Deus.

As intenções de voto e de rejeição ficaram próximas entre o candidato católico e o candidato evangélico, sendo o cenário do candidato católico mais favorável. Uma parcela de 25% declarou que votaria com certeza em um candidato católico para presidente da República, 49% talvez votariam e 16% de não votariam de jeito nenhum - outras respostas alcançaram 6% e não opinaram 3%. Os índices para o candidato evangélico foram, respectivamente, 21%, 46% e 24% - outras respostas alcançaram 3%, indiferentes 3% e não opinaram 3%. Já, o candidato ateu teve o pior desempenho: 8% votariam nele com certeza, 33% talvez votariam e 52% não votariam de jeito nenhum.

A intenção de voto no candidato católico é mais alta entre os mais velhos (37%), entre os menos instruídos (39%), entre os moradores da região Nordeste (32%) e entre os mais pobres (31%).
O candidato evangélico tem comportamento eleitoral semelhante. A sua intenção de voto é mais alta entre os mais velhos (28%), entre os menos instruídos (32%), entre os mais pobres (26%) e entre os evangélicos (28%). Porém, sua taxa de rejeição é mais alta entre os mais velhos (32%) e entre os espíritas (33%).

Por sua vez, a intenção de voto no candidato ateu não se destaca em nenhum segmento, mas sua rejeição cresce conforme aumenta a idade do entrevistado (38% entre os mais jovens ante 66% entre os mais velhos), conforme diminui o grau de instrução (65% ante 33% entre os mais instruídos) e a renda familiar mensal do entrevistado (59% entre os mais pobres ante 25% entre os mais ricos). Entre os Neo Pentecostais, a taxa de rejeição ao candidato ateu alcança 67%.

Para o candidato católico, tanto a taxa de intenção de voto quanto a de rejeição são próximas entre católicos e evangélicos, respectivamente, 30% e 23% declararam que votariam com certeza no candidato católico, e 15% e 18% não votariam de jeito nenhum nesse candidato. Já, com relação ao candidato evangélico, as taxas de intenção de voto e de rejeição apresentaram diferenças mais significativas entre católicos e evangélicos: respectivamente, 20% e 28% declararam que votariam com certeza no candidato evangélico e 28% e 16% não votariam de jeito nenhum nesse candidato. No caso do candidato ateu, tanto a taxa de intenção de voto quanto a de rejeição ficaram próximas entre católicos e evangélicos: votariam com certeza, respectivamente, 8% e 6%, e não votariam de jeito nenhum, 53% e 59%.