Sete em cada dez brasileiros (70%) são contra a privatizações, isto é, que empresas do governo sejam vendidas para empresas particulares. Uma parcela de 20% é a favor, e os demais são indiferentes (2%) ou não responderam (7%).
Na fatia masculina, 28% são a favor de privatizar estatais, o dobro do verificado entre mulheres (13%). A privatização também encontra melhor acolhida entre os brasileiros com nível superior de ensino (33%) do que entre aqueles que estudaram até o ensino médio (20%) ou fundamental (14%). Quanto mais alta a renda, também é maior a preferência por privatizar empresas públicas: entre os mais pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários, 13% são a favor; na parcela com renda de 2 a 5 salários, o índice fica em 24%; entre quem tem renda de 5 a 10 salários, atinge 32%; e na fatia mais rica, com renda superior a 10 salários, a opinião favorável à privatização de empresas públicas vai a 55%.
Entre os grupos de potenciais eleitores dos nomes que vêm sendo cogitados para a disputa da Presidência em 2018, nenhuma forma maioria a favor das privatizações. Considerando o cenário eleitoral que reúne Lula, Bolsonaro, Marina, Alckmin e Ciro como principais candidatos, os que optam por Lula são os mais contrários a privatizações (80%, e 10% são a favor). Na sequência aparecem os que preferem Ciro (76% contra, 19% a favor), Marina (70% contra, 17% a favor), Bolsonaro (58% contra, 35% a favor) e Alckmin (54% contra, 36% a favor).
A opinião sobre a privatização da Petrobras segue a mesma tendência: 70% são contra, e 21% a favor, com os demais se dividindo entre indiferentes (1%) e sem opinião (8%). Também são mais favoráveis a vender a petrolífera os mais escolarizados (31%), os mais ricos (47%) e os que declaram votar em Bolsonaro (38%) e Alckmin (33%).
Questionados sobre a participação de capital estrangeiro na Petrobras, ou seja, a venda de parte da estatal para empresas de outros países, 78% declararam posição contrária, 15% são favoráveis, e os demais são indiferentes (1%) ou não se posicionaram (6%). As opiniões favoráveis são menos frequentes quando o assunto envolve o capital estrangeiro: mesmo entre os mais ricos, a posição contrária é majoritária (55% contra, 43% a favor), e o mesmo é visto entre os mais escolarizados, no qual o apoio à venda de parte da empresa para o capital estrangeiro tem apoio de 25%, índice mais baixo do que o apoio à privatização da petrolífera sem a menção a empresas internacionais (31%) e à venda de empresas estatais de forma geral (33%).
A posição contrária a privatizações encontra respaldo na visão da maioria de que elas trazem mais prejuízos do que benefícios para o país, compartilhada por 67%. Para 24%, as privatizações trazem mais benefícios do que prejuízos, e há 9% que são indiferentes ou não opinaram.