Cai percepção de que corrupção irá diminuir após Lava Jato

DE SÃO PAULO

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Os brasileiros estão mais céticos com os resultados da Lava Jato no combate à corrupção no país: 51% acreditam que depois da operação a corrupção no Brasil irá continuar na mesma proporção de sempre, índice superior ao registrado em abril (44%) e setembro (44%) do ano passado. O índice dos que acreditam em diminuição dos níveis de corrupção passou de 45% para 44% entre abril e setembro de 2017 e agora caiu para 37%. Os demais avaliam que a corrupção irá aumentar após a Lava Jato (10% atualmente, ante 7% há um ano) ou não opinaram sobre o tema (3%).

O grau de desconfiança em relação à queda na corrupção tem grande variação entre os diversos segmentos da pesquisa. Entre os homens, por exemplo, 44% acreditam que a corrupção irá diminuir no país após a Lava Jato, índice que cai para 30% entre as mulheres. Os mais jovens, de 16 a 24 anos, também são mais pessimistas (29% acreditam em queda no nível de corrupção) do que os demais (entre quem têm de 25 a 34 anos, o índice sobe para 35%, e vai a 43% entre quem tem de 45 a 59 anos). Também há diferença aqueles que estudaram até o ensino fundamental (34% veem queda na corrupção) e os brasileiros que chegaram ao ensino superior (46% têm a mesma opinião). A análise por renda mostra que, na parcela dos mais pobres, com renda mensal familiar de até dois salários mínimos, 30% avaliam que após a operação haverá queda na corrupção, índice que vai a 54% entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários.

Entre os brasileiros que declaram votar em Lula em um das situações de 1º turno (C), 24% acreditam em diminuição da corrupção. Essa taxa contrasta com a registrada pelos que pretendem votar em Bolsonaro (52%), Barbosa (55%) e Álvaro Dias (55%), presidenciáveis com o índice mais alto de otimismo com relação à Lava Jato. Na parcela dos que veem a prisão de Lula como justa, 47% veem queda no nível de corrupção após a operação, o dobro do registrado entre quem vê a prisão do petista como injusta (24%).

Para 68% dos brasileiros, uma parte dos políticos citados até o momento em delações premiadas na Lava Jato serão presos, mas a maioria deles ficará livre. Os demais avaliam que a maioria será presa, mas alguns não (16%), ou que todos serão presos (11%), além de 3% que não opinaram ou que respondem que ninguém será preso (1%). Em abril do ano passado, 72% opinavam que alguns desses políticos seriam presos, mas a maioria não, 7% acreditavam que todos seriam presos, e para 13% a maioria iria para a prisão, e alguns ficariam soltos.

Questionados se a Operação Lava Jato já teria cumprido seu objetivo e poderia acabar ou se, ao contrário, deveria continuar pois ainda não atingiu seu objetivo, 84% indicaram preferência pela continuidade da operação, 12% opinaram que ela deveria terminar, e 4% preferiram não responder. Entre os menos escolarizados, 19% preferem o fim da Lava Jato, ante 6% na fatia mais escolarizada. Tendência similar é vista entre mais pobres (16%) e mais ricos (9%). Entre os eleitores de Lula em um dos cenários de 1º turno consultados (C), 17% avaliam que a operação já cumpriu seu objetivo e poderia acabar, índice mais alto do que o verificado entre potenciais eleitores de Bolsonaro (6%) e Barbosa (3%).