Dois em cada três eleitores brasileiros (66%) têm contas em redes sociais. Entre os mais jovens, o índice alcança 90%, e cai conforme o avanço da idade - na faixa de 45 a 59 anos, fica em 55%, e entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, abrange um em cada três eleitores (34%). Os menos escolarizados também têm menos acesso a redes sociais (34%) do que aqueles que estudaram até o ensino médio (78%) ou superior (91%). Na análise por renda, também há discrepância, porém em menor grau: entre os mais pobres, 53% acessam redes sociais, com renda familiar de até 2 salários, ante 89% entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários. No grupo de eleitores de Bolsonaro, 71% têm contas nas redes sociais, contra 61% no eleitorado de Haddad.
O Whatsapp é a rede ou aplicativo social mais utilizado pelos eleitores: 65% têm conta, sendo que 24% o utilizam para compartilhar notícias sobre políticas e eleições. Entre os homens, 63% têm Whatsapp, e 27% utilizam para difundir conteúdo sobre política e eleições, ou seja, a relação de usuários que compartilham notícias fica em 43%. Na fatia de mulheres, 66% têm conta, e 22% compartilham notícias políticas e eleitoras, numa relação de 33% de usuárias ativas.
Na análise por idade, os jovens são os menos ativos quando se trata de compartilhar notícias de eleições e política pelo Whatsapp. Apesar de 87% terem conta no aplicativo, apenas 25% o utilizam com esse fim (29% da base de usuários). Entre os mais velhos, o engajamento é maior, apesar da base menor de usuários: entre quem tem de 35 a 44 anos, 73% têm conta e 29% compartilham conteúdo eleitoral e político (39% da base); na faixa seguinte, de 45 a 59 anos, 54% têm conta, e 23% compartilham (44%); entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, 33% têm conta, e 13% compartilham (44%).
Além de sexo e idade, o percentual de titulares do aplicativo e seu grau de compartilhamento sobre eleições e política também será determinado por outros recortes sociodemográficos, tais como escolaridade (os mais ricos estão mais no Whatsapp e, proporcionalmente, são mais ativos no compartilhamento desse tipo de conteúdo do que os menos escolarizados), região do país (no Sul, por exemplo, 70% dos eleitores usam o aplicativo, mas somente 23% difundem notícias, ou seja, 32% de engajamento; no Nordeste, a base de usuários é menor, de 56%, mas 22% compartilham sobre política e eleições, o que faz com que a taxa de engajados vá a 39%).
Tanto em alcance quanto em taxa de engajamento na difusão de conteúdo político e eleitoral, um dos segmentos mais ativos no Whatsapp é o de eleitores de Jair Bolsonaro. No eleitorado do militar reformado, 70% estão conectados ao Whatsapp, e 31% repassam informações sobre política e eleições, ou seja, 44% estão engajados no tema. Entre os eleitores de Haddad, são menos usuários (59%) e menos compartilhadores (21%), o que resulta numa taxa de engajamento de 36%. Na fatia de eleitores indecisos, apenas 42% contam com o aplicativo, e 7% costumam compartilhar notícias sobre política e eleição.
O Facebook vem a seguir no número de eleitores usuários no Brasil (57%), sendo que 22% compartilham notícias sobre política e eleição na rede. Uma fatia de 35% também está no Instagram, utilizado por 8% para difundir conteúdo eleitoral e político, e em um patamar mais baixo aparece a adesão ao Twitter (13% têm conta, e 4% usam para divulgar notícias sobre eleição e política).
O Whatsapp também é utilizado por 46% para ler notícias sobre política e eleições, com mais inserção entre os eleitores mais jovens (54% na faixa de 16 a 24 anos, e 58% entre quem tem de 25 a 34 anos), mais escolarizados (67% entre quem estudou até o ensino superior) e mais ricos (62% na faixa de renda de 5 a 10 salários, e 70% entre quem tem renda familiar acima de 10 salários).
Na fatia de eleitores de Bolsonaro, 53% leem sobre política e eleições no aplicativo social, ante 35% dos que votam em Haddad.
No Facebook, 46% leem notícias eleitorais e políticas, também com maior penetração entre os mais jovens (70%), mais escolarizados (66%) e mais ricos (63% na faixa de 5 a 10 salários, e 59% na faixa superior). O Instagram é utilizado por 20% para ler esse tipo de conteúdo, e o Twitter, por 8%.
Entre os usuários de Whatsapp, 78% participam de pelo menos um grupo de troca de mensagens. O eleitorado que usa o aplicativo também foi consultado sobre o recebimento e envio de conteúdo eleitoral crítico aos dois candidatos que disputam a Presidência, e os resultados mostram que 44% receberam conteúdo falando mal de Bolsonaro ou de seu partido, e 47% receberam o mesmo tipo de conteúdo sobre Haddad. No caso de Bolsonaro, 29% tiveram acesso a esse tipo de conteúdo por meio amigos do aplicativo, 15%, de parentes, e 20%, de desconhecidos. O mesmo tipo de conteúdo sobre Haddad foi enviado por amigos (31%), desconhecidos (22%) e parentes (18%).
Na consulta sobre o envio de conteúdo falando mal dos candidatos, os índices são mais baixos. Apenas 7% declaram ter enviado conteúdo falando mal de Bolsonaro ou do PSL, e 8% dizem o mesmo sobre Haddad e o PT.
Questionados se receberam algum tipo de cola para votar no 1º turno por Whatsapp, 11% dos eleitores disseram ter recebido. Uma parcela de 6% recebeu esse tipo de material de amigos, 4%, de parentes, e outros 4%, de desconhecidos. Há ainda 2% que utilizaram o aplicativo para enviar cola com sugestão eleitoral.
Entre os eleitores que usam Whatsapp, 6% acreditam muito nas notícias que recebem pelo aplicativo, e 41% acreditam um pouco. Entre os eleitores de Bolsonaro, 52% acreditam, muito ou um pouco, nas notícias que chegam pelo aplicativo, ante 44% dos que votam em Haddad.
Ampla maioria (86%) dos eleitores, porém, acredita que os brasileiros acreditam nas notícias compartilhadas por Whatsapp, sendo que 62% avaliam que eles acreditam muito, e para 25% acreditam um pouco.