Depois de ser tema da campanha eleitoral em vários momentos, o direito a ser armar continua sendo rejeitado pela maioria dos eleitores brasileiros. Para 55% deles, a posse de armas deve ser proibida, pois representa uma ameaça à vida das pessoas, e 41% pensam o contrário, que possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender. Os demais 4% preferiram não opinar sobre a questão.
Em pesquisa realizada em setembro deste ano, 58% avaliavam que armas deveriam ser proibidas, e 40%, que deveriam ser liberadas. A questão foi aplicada pela primeira vez pelo Datafolha em novembro de 2013, quando foi registrado o índice de apoio mais alto pela proibição das armas (68%), enquanto 30% se colocavam a favor da liberação.
Entre os homens, 50% defendem que a posse deve ser legalizada, e 48%, que precisa ser proibida. Na parcela de mulheres, 63% acreditam que armas devem ser proibidas, ante 32% que preferem vê-las liberadas. Jovens (62%), menos escolarizados (61%), e eleitores do Nordeste (65%) e do Sudeste (57%) preferem que as armas sejam proibidas. Esse índice também fica acima da média na cidade de São Paulo (64%), no Rio de Janeiro (61%) e em Belo Horizonte (59%). A região Sul representa o segmento no qual o apoio à posse de armas é majoritário (58%), e em outros há uma divisão maior sobre a questão, como por exemplo entre os mais escolarizados (51% a favor da proibição, 46% pela liberação), mais ricos (51% pró-armamento, 46% contra), e regiões Centro-Oeste (49% pró-armamento, 47% contra) e Norte (52% pró-armamento, 45% contra).
Dois em cada três (67%) eleitores que declaram voto em Jair Bolsonaro acreditam que a posse de armas deve ser legalizada, e para 29% deles, deve ser proibida. Na parcela de eleitores de Haddad, 83% são contrários à liberação, e 14%, a favor. Entre os que votam em branco/nulo ou estão indecisos, também prevalece a posição pela proibição (69% e 68%, respectivamente).
Uma maioria mais ampla (74%) acredita que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade, e para 18%, deve ser desencorajada por toda a sociedade. Há ainda 8% que não opinaram sobre o tema. No eleitorado mais jovem, a visão de que a homossexualidade deve ser aceita por todos é mais ampla (84%), assim como entre os mais escolarizados (82%), mais ricos (82%) e católicos (80%). Esse índice de aceitação, contudo, fica abaixo da média entre os mais velhos (64%), menos escolarizados (67%), na região Norte (65%) e, principalmente, entre evangélicos (57%, ante 33% que acreditam que deve ser desencorajada).
A aceitação da homossexualidade por toda a sociedade era apoiada por 74% em junho do ano passado, quando a consulta sobre o tema foi feita pela última vez. Na mesma época, 19% defendiam que a homossexualidade deveria ser desencorajada. Em novembro de 2013, na primeira vez que isso foi perguntado aos brasileiros, esses índices eram de 67% e 25%, respectivamente.
Na fatia de eleitores de Bolsonaro, 67% avaliam que a homossexualidade deve ser aceita por todos, e 25% pensam que deve ser desencorajada. Entre os que declaram votar em Haddad, esses índices ficam em 83% e 10%, respectivamente).
A maioria (66%) dos eleitores discorda que negros ganham menos que brancos no mercado de trabalho pelo fato de serem negros, sendo que 54% discordam totalmente, e 12%, em parte. A parcela dos que concordam com a afirmação soma 29%, divididos entre quem concorda totalmente (19%) e quem concorda em parte (10%). Uma parcela de 2% não concorda nem discorda, e 3% não opinaram. Entre os eleitores de Bolsonaro, 75% discordam da afirmação, totalmente ou em parte, ante 57% entre quem declara voto em Haddad.
Também é majoritária (59%) a parcela dos que discordam que mulheres ganham menos no mercado de trabalho por serem mulheres, sendo que 46% discordam totalmente, e 13%, em parte. Uma parcela de 38% concorda (25% totalmente, e 13%, em parte). Os demais nem concordam nem discordam (1%) ou não opinaram (2%). Na fatia de homens, 63% discordam, ante 55% entre as mulheres. Entre eleitores de Bolsonaro, 66% discordam totalmente ou em parte, e entre quem vota em Haddad, 53%.
Essas duas questões foram levadas aos brasileiros em agosto de 2017, com resultados diferentes dos verificados atualmente. À época, 50% discordavam que negros ganham menos no mercado de trabalho pelo fato de serem negros, divididos entre quem discordava totalmente (39%) e em parte (11%). Concordavam com a afirmação 47% (34% totalmente, e 12%, em parte), e 3% não concordavam nem discordavam ou não opinaram
Em relação ao ganho menor das mulheres por ela serem mulheres, 41% discordavam (31% totalmente, e 10%, em parte), e 57% concordavam (44% totalmente, 13%, em parte). Os demais (2%) não concordavam nem discordavam.