Informados de que "o sistema de Previdência Social brasileiro é controlado pelo Governo Federal, que usa o dinheiro arrecadado do INSS junto a trabalhadores e empresas para pagar alguns tipos de benefícios para a população, como, por exemplo, as aposentadorias, pensões e auxílio doença", um em cada três (34%) brasileiros com 16 anos ou mais avaliaram como ótimo ou bom o sistema de Previdência Social brasileiro. Em patamar próximo, 30% consideram o sistema ruim ou péssimo, e para outros 34% ele é regular, com 2% sem opinião sobre o tema.
Na parcela que aprova o governo Jair Bolsonaro, 41% aprovam o atual sistema de pagamento de pensões e aposentadorias, em proporção maior do que o registrado entre aqueles que desaprovam a atual gestão (30%) ou a consideram regular (31%).
Os brasileiros esperam se aposentar com 61 anos, em média. O número fica próximo do registrado em pesquisas de abril de 2017 (60 anos) e julho de 2016 (60 anos). Há 41% que preveem se aposentar com até 60 anos, sendo que 17% pretendem se aposentar antes dos 55, e 24%, entre 56 e 60 anos. Um em cada cinco (20%) planeja se aposentar entre 61 e 65 anos, e 9% com 66 anos ou mais. Os demais já estão aposentados (16%), não esperam se aposentar (6%) ou não souberam responder (8%).
Entre as mulheres, 22% esperam se aposentar até os 55 anos, ante 12% entre os homens. Na parcela dos mais escolarizados, 16% esperam se aposentar após os 65 anos, índice que cai para 9% entre brasileiros que estudaram até o ensino médio, e fica em 6% entre quem estudou até o ensino fundamental. Na parcela com renda mensal familiar de 5 a 10 salários, 21% já estão aposentados. Entre quem tem renda de até 2 salários, esse índice é de 13%.
Cerca de metade (49%) da população adulta do país avalia que os trabalhadores se aposentam mais cedo do que deveriam, e para 38% eles se aposentam na idade adequada. Apenas 12% acreditam que os brasileiros se aposentam muito cedo, 2% não opinaram.
Entre os que aprovam o governo Bolsonaro, fica acima da média (44%) o índice dos que avaliam que os trabalhadores se aposentam na idade adequada, e abaixo da média (38%) a dos que avaliam que se aposentam mais tarde do que deveriam.
Considerando tudo o que viram ou ouviram sobre a Reforma da Previdência, independente do grau de conhecimento e repercussão sobre a proposta, 51% dos brasileiros se declaram contra a medida, 41% que são a favor, e uma parcela de 7% é indiferente à reforma, além de 2% que não opinaram.
Entre os homens, há empate (48% a favor, 45% contra), enquanto a rejeição entre as mulheres tem expressiva vantagem (56% a 34%). Na faixa dos mais jovens, 53% rejeitam a reforma, e 37% aprovam. Entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, a tendência se inverte: 48% são contra, e 41%, a favor. Quanto mais alto o grau de escolaridade, maior a rejeição à reforma: entre quem estudou até o fundamental, 47% se opõem às mudanças na Previdência, índice que sobe para 52% entre quem estudou até o ensino médio, e para 54% entre quem estudou até o ensino superior.
O oposto ocorre com as variações conforme a renda, com os mais pobres se opondo em maior proporção à reforma (53% na faixa de até 2 salários mínimos são contra, ante 46% na faixa de 5 a 10 salários). Na região Nordeste, 57% são contra, ante 47% no Sul e no Centro Oeste/Norte.
Na parcela de eleitores de Jair Bolsonaro no 2º turno da eleição presidencial, a posição pró reforma da previdência é majoritária (55%), mas há parcela significativa (36%) que se opõe à mudança proposta por seu governo. Entre os que consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom, 65% são a favor de reformar a Previdência, e 28% são contra. Na fatia que considera sua gestão regular, 52% adotam posição contrária, e 39%, favorável. Entre aqueles que avaliam como ruim ou péssimo a gestão do militar reformado, a posição contra a reforma predomina (76%), e 17% desse grupo é a favor da proposta.
A avaliação conforme o grau de conhecimento sobre a proposta, segundo autodeclaração dos entrevistados, mostra que há oposição à reforma entre quem está bem informado, mais ou menos informado ou mal informado, e apenas entre quem não tem conhecimento há empate (40% a favor, 41%), mas com um alto percentual de pessoas sem opinião sobre o tema (16%).
Na parcela de pessoas que ocupam cargo público ou moram no mesmo domicílio que funcionários públicos, 57% se posicionam contra a reforma da Previdência. Entre militares e pessoas que moram com militares, 55% são a favor das mudanças na Previdência.
Alguns pontos específicos que podem ser alvo de mudança na reforma da Previdência foram tema de questionamento junto aos brasileiros, e há posição majoritária favorável a mudanças na aposentadorias de funcionários públicos, mas rejeição à idade mínima maior para homens e mulheres, bem como ao tempo de contribuição necessário para ter direito ao benefício máximo pago pela Previdência Social.
No resultado mais elástico entre os consultados, 72% são favor que funcionários públicos tenham o mesmo teto de aposentadoria que os trabalhadores da iniciativa privada, e 23% são contra, além de 4% de indiferentes ou entrevistados que não opinaram. A proposta tem ampla aceitação mesmo entre quem é funcionário público ou moram com algum funcionário público (73% a favor, 22% contra neste grupo).
Dois em cada três brasileiros (66%) acreditam ainda que servidores públicos que ganham mais devem pagar alíquotas mais altas para a Previdência, e 31% são contra essa ideia, com os demais (3%) indiferentes ou sem opinião a respeito. Entre os homens, o apoio chega a 73%, ante 59% entre as mulheres. Na parcela que é funcionário público ou mora com alguém que exerce esse tipo de função, 72% são a favor, e 27%, contra.
A proposta de estabelecer a idade mínima para mulheres se aposentarem aos 62 anos tem dois terços (65%) contra, e 34% a favor. A rejeição à proposta é similar entre homens (64%) e mulheres (66%). Entre quem é a favor da reforma da Previdência, o placar sobre a idade mínima para mulheres (51% a favor, 48% contra). Na parcela que aprova o governo Bolsonaro até aqui, 51% apoiam a proposta, e 49% se opõem.
Estabelecer a idade mínima de 65 anos para os homens se aposentarem enfrenta a rejeição de 53%, e 46% são a favor da medida. Homens (52% contra) e mulheres (53% contra) têm opinião similar a respeito do tema. Entre quem tem curso superior, há empate (50% contra, 49% a favor), e entre quem tem renda mensal familiar de 5 a 10 salários a posição favorável se sobrepõe (55% a 43%). Na fatia da população que é a favor da reforma, 61% são a favor da idade mínima de 65 anos para os homens se aposentarem, e 38%, contra. Entre eleitores de Bolsonaro, 54% são a favor, e entrem quem define seu governo como ótimo ou bom, esse índice fica em 57%.