38% das mulheres brasileiras se consideram feministas

DE SÃO PAULO

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Uma parcela de 38% das mulheres com 16 anos ou mais se considera feminista no Brasil, e 56% rejeitam se associar ao feminismo, com os demais 6% sem opinião sobre o assunto.

As mais jovens se identificam mais como feministas (47%), e as mulheres de 35 a 44 anos, menos (30%). Esse indicador também fica abaixo da média entre as mulheres que estudaram até o ensino médio (33%, ante 42% entre quem estudou até o ensino fundamental e 44% na parcela que estudou até o ensino superior).

Na parcela de evangélicas da população, 32% se definem como feministas, ante 40% entre católicas e 57% entre mulheres que não têm religião. Entre mulheres de cor preta, 47% são feministas, índice que fica em 37% entre paradas e 36% entre brancas.

As eleitoras de Bolsonaro também se consideram, proporcionalmente, menos feministas (32%) do que as que votaram em seu adversário no 2º turno da eleição, Fernando Haddad (49%). Entre as mulheres que aprovam o governo Bolsonaro, 29% se associam ao feminismo, ante 37% na parcela que avalia sua gestão como regular, e 48% entre quem o desaprova.

Os homens foram questionados sobre seu apoio ao feminismo, e 52% disseram apoiar, contra 40% que não apoiam e 8% que não opinaram. Os mais jovens são os que mais apoiam (61%), e é menor nas demais (49% na faixa acima de 60 anos). Há também variação conforme a escolaridade (47% entre os menos escolarizados, 53% na fatia que estudou até o ensino fundamental e 58% entre quem estudou até o ensino superior).

O segmento que votou em e Bolsonaro se divide sobre o apoio ao feminismo: 46% apoiam e 46% são contra, e há 8% que não opinaram. Uma fatia de 30% dos homens no Brasil pretende, a partir da flexibilização das regras para ter acesso a armas, comprar uma para se defender, e neste grupo o índice dos que não apoiam o feminismo sobe 47%, ante 44% que declaram apoio.

Em questão aplicada a todos, houve divisão sobre os benefícios do feminismo para as mulheres e para a sociedade. De forma geral, 45% acreditam que o feminismo traz mais benefícios para as mulheres, e 41% atribuem mais prejuízos. Há ainda 3% de indiferentes ao tema e 11% que preferiram não opinar. Entre os homens, 48% veem o feminismo como mais benéfico para as mulheres, índice que fica em 43% entre as mulheres.

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, 60% consideram o feminismo mais positivo para as mulheres, ante 42% na faixa intermediária de idade, de 35 a 44 anos, e 37% na mais avançada, com 60 anos ou mais.

O resultado da avaliação sobre o impacto do feminismo sobre a sociedade traz resultados similares: para 47%, traz mais benefícios do que prejuízos, e 40% pensam o contrário, que gera mais prejuízos. Uma parcela de 2% é indiferente ao assunto, e 11% não responderam.

No universo das mulheres, 45% avaliam o feminismo como mais benéfico para a sociedade, e para 38% é prejudicial. Entre os eleitores de Bolsonaro, 39% avaliam que o feminismo traz mais benefícios para a sociedade, e 48%, que traz mais prejuízos.

Pelo que sabem ou ouviram falar, a maioria (69%) dos brasileiros avalia que o espaço ocupado pelas mulheres na política é insuficiente. Para os demais, é suficiente (20%) ou mais do que suficiente (9%), e 3% não opinaram.

Na fatia dos homens, 67% veem como insuficiente o espaço das mulheres na política, índice similar ao registrado entre as próprias mulheres (70%). Entre quem tem curso superior, esse índice vai a 83%, e recua de acordo com a escolaridade (é de 56% entre quem estudou até o ensino fundamental). A mesma lógica vale para a análise por renda: quanto maior a renda mensal familiar do entrevistado, maior a disposição a ver o espaço da mulher na política como insuficiente. Na parcela de eleitores de Bolsonaro, 63% têm a mesma opinião sobre o assunto.