Maioria reprova conduta de Moro juiz, mas defende permanência no governo

DE SÃO PAULO

Baixa a pesquisa completa

Seis em cada dez (63%) brasileiros adultos declararam terem tomado conhecimento da divulgação das conversas atribuídas ao então juiz Sergio Moro com grupo de Promotores de Justiça, que atuavam na Operação Lava Jato. Desses, 23% estão bem informados, 32% mais ou menos informados e 8% mal informados sobre o tema. Uma parcela de 37% declarou não ter conhecimento.

Observam-se índices mais altos de conhecimento da operação entre os mais instruídos (88%), entre os mais ricos (88%), entre os moradores de grandes centros urbanos (70%) e entre seguidores do presidente Jair Bolsonaro (79%) nas redes sociais.

Nesse levantamento, entre os dias 04 e 05 de julho de 2019, foram realizadas 2.086 entrevistas presenciais em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro máxima no total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A maioria (58%) avalia como inadequada a conduta de Sergio Moro à época como juiz, 31% avaliam como adequada e 11% não opinaram. Entre os que tomaram conhecimento dessas conversas, 59% avaliaram como adequada a conduta de Sergio Moro, e para uma parcela de 36% foi inadequada.

São observados índices mais altos de reprovação à conduta de Moro entre os mais jovens (73%) e entre os simpatizantes do PT (82%). Já, índices de aprovação mais altos à conduta do ex-juiz são observados entre os homens (38%), entre os mais instruídos (37%) e entre os mais ricos (48%).

Para 58%, Sergio Moro cometeu eventuais irregularidades quando era o juiz da Operação Lava Jato e suas decisões devem ser revistas, já, para 30%, as decisões do ex-juiz não devem ser revistas, pois os resultados da operação foram importantes para o combate à corrupção. Uma parcela de 11% não opinou. Entre os que tomaram conhecimento das conversas entre Moro e os Promotores, 38% avaliam que as decisões do juiz devem ser revistas e 57% que não devem ser revistas.

A maioria (54%) é contrária à renúncia do Ministro da Justiça, Sergio Moro, por conta de suas conversas divulgadas quanto era juiz da Operação Lava Jato. Para 38%, Moro deveria renunciar ao cargo de ministro e 7% não opinaram. Entre os que tomaram conhecimento das conversas, 59% são contrários à renúncia de Moro e 39% são favoráveis.

Aprovação à Lava Jato recua de 61% para 55%

Após a divulgação das conversas atribuídas à Sergio Moro e Promotores de Justiça durante a Operação Lava Jato, o índice de brasileiros adultos que aprovam o trabalho da Operação Lava Jato recuou de abril a julho. No período, o índice de aprovação recuou de 61% para 55%, enquanto a taxa de avaliação regular cresceu de 18% para 24%. A taxa dos que desaprovam a operação ficou em 18% e a parcela que não opinou ficou em 3%.
Entre os que tomaram conhecimento das conversas entre o então juiz Sergio Moro e os Promotores de Justiça, 60% aprovam os trabalhos da Operação Lava Jato e 16% reprovam.
A taxa de aprovação à Lava Jato é mais alta entre os mais ricos (77%), entre os homens (64%) e entre os mais instruídos (63%). Em contrapartida, a reprovação aos trabalhos da Lava Jato é mais alta entre o menos instruídos (24%) e entre os moradores da região Nordeste (27%).

54% avaliam prisão de Lula como justa

Consultados sobre a prisão do ex-presidente Lula, que em abril completou um ano, 54% avaliam a prisão como justa, 42% como injusta e 4% não opinaram. Em comparação ao levantamento anterior, realizado uma semana após a prisão, a taxa dos que avaliam que a prisão foi justa ficou igual e a taxa do que avaliam que foi injusta oscilou dois pontos para cima (era 40%).

A taxa dos que acreditam que a prisão do ex-presidente foi justa cresce conforme aumenta o grau de instrução (45% entre os menos instruídos ante 62% entre os mais instruídos) e a renda familiar mensal (44% entre os mais pobres ante 67% entre os mais ricos) do entrevistado. Na análise por variáveis sociodemográficas, observa-se que a avaliação de que a condenação foi justa é majoritária em todas as regiões, com exceção do Nordeste e em pequenos municípios, e mais alta entre os que se auto definem como brancos (62%).

Por outro lado, a opinião de que a prisão de Lula foi injusta ganha destaque entre os menos escolarizados (51%) e entre os moradores da região Nordeste (56%).