Os seis meses do governo de Jair Bolsonaro (PSL) tiveram pouco impacto sobre a percepção dos brasileiros sobre as instituições que atuam na democracia brasileira. As Forças Armadas seguem com o índice mais alto de confiança, enquanto partidos políticos continuam pouco confiáveis, com poucas mudanças nos índices registrados em julho na comparação com três meses atrás.
Uma parcela de 42% confia muito nas Forças Armadas, índice ligeiramente inferior ao registrado em abril (45%). Os demais confiam um pouco (38%) nas Forças Armadas, e 19% não confiam. No levantamento passado, esses índices eram de 35% e 18%, respectivamente.
Na sequência, com maior nível de confiança, aparece a Presidência da República (28% confiam muito, 40% confiam um pouco e 31% não confiam). Num patamar abaixo estão o Poder Judiciário, considerando juízes e desembargadores (24% confiam muito, 48% confiam um pouco e 26% não confiam), Ministério Público (23% confiam muito, 52% confiam um pouco e 23% não confiam), grandes empresas nacionais (22% confiam muito, 53% confiam um pouco e 24% não confiam) e imprensa (21% confiam muito, 48% confiam um pouco e 30% não confiam). Neste gruo, a imprensa foi a única instituição a registrar alta relevante no grau de desconfiança (em abril, 26% não confiavam).
A lista conta ainda com o Supremo Tribunal Federal (17% confiam muito, 47% confiam um pouco e 33% não confiam), com o Congresso Nacional (7% confiam muito, 46% confiam um pouco e 45% não confiam) e com os partidos políticos (4% confiam muito, 36% confiam um pouco e 58% não confiam). Desde abril, a taxa dos que não confiam subiu quatro pontos, de 54% para os 58% registrados em julho.
O Datafolha também consultou o grau de confiança dos brasileiros nas redes sociais, que foram consideradas muito confiáveis por apenas 9%, um pouco confiáveis por 42% e nada confiáveis por 46%.
De forma geral, os brasileiros que aprovam o governo Bolsonaro tendem a confiar mais nas instituições. É o que acontece com o STF, por exemplo, que é tido como muito confiável por 26% dos que consideram a gestão do atual presidente ótima ou boa. Entre aqueles que consideram o governo Bolsonaro regular, o índice de confiança no Supremo cai para 17%, e fica em 9% entre aqueles que desaprovam o presidente. As redes sociais são vistas com muita confiança por 16% dos que aprovam Bolsonaro, o triplo do verificado na parcela que o reprova (5%). A exceção para essa tendência é a imprensa, que mantém o mesmo nível de confiança independente da opinião do entrevistado sobre o atual governo.