Maioria reprova mudar penas para infrações no trânsito

DE SÃO PAULO

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Uma parcela de 39% dos brasileiros com 18 anos ou mais possui carteira de motorista. A distribuição é desigual entre homens (55% têm habilitação para dirigir) e mulheres (24%), e também varia bastante conforme a renda familiar mensal: entre quem tem renda de até dois salários, 20% tem carteira de motorista, índice que sobe para 48% entre quem tem renda de dois a cinco salários, fica em 74% na faixa de renda de cinco a 10 salários, e alcança 80% entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários.

Motoristas tendem a oferecer maior apoio a medidas propostas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) nessa área, mas mesmo nesse grupo há divisão de opiniões.

De forma geral, 56% são contra aumentar de 20 para 40 o número de pontos por infração que um motorista pode acumular na carteira de habilitação antes de ter o documento suspenso, e 41% são favoráveis. Na parcela que possui habilitação para dirigir, 48% apoiam aumentar o limite de pontos na carteira, e 50% têm opinião contrária à medida. Entre quem não dirige, há mais rejeição à proposta (59%) do que apoio (36%). Entre os eleitores de Bolsonaro no 2º turno da eleição presidencial, 52% apoiam a medida, e 45% são contrários a ela.

A proposta de acabar com a multa para motoristas que transportem crianças de até sete anos sem cadeirinha de segurança é rejeitada pela maioria (68%), inclusive por motoristas habilitados (70%). Na parcela que considera o governo Bolsonaro ótimo ou bom, 60% são contra acabar com a multa para crianças fora da cadeirinha, índice que sobe para 70% entre quem considera o governo e regular, e alcança 75% entre aqueles que avaliam o governo como ruim ou péssimo.

A promessa do presidente de acabar com radares de fiscalização de excesso de velocidade nas rodovias também é rejeitada pela maioria (67%), e tem a adesão de 30% dos brasileiros com 18 anos ou mais. Entre quem tem carteira de motorista, 58% são contra acabar com os radares. Na parcela que aprova o governo, 53% são contra a medida, e 45%, a favor.

No balanço feito pelos brasileiros sobre as propostas para o trânsito apresentadas pelo governo Bolsonaro até agora, 41% consideram que o trânsito irá se tornar mais violento, e para 36% a situação não irá mudar. Há 20% que consideram que haverá mais segurança, e 3% não opinaram. Na parcela que apoia o governo, 29% avaliam que as medidas tornarão o trânsito mais seguro, e para 44% a situação não irá mudar. Entre quem reprova a gestão Bolsonaro, esses índices ficam em 12% e 26%, respectivamente, com opinião majoritária (58%) de que haverá mais violência no trânsito.

Nos últimos 12 meses, 21% dos motoristas brasileiros foram multados. Cerca de metade (10%) foi multado uma vez nesse período, e 8%, duas ou três vezes. A parcela dos que levaram quatro multas ou mais é de 3%. Entre homens com carteira de habilitação, a parcela que levou multa (26%) é o dobro da verificada entre mulheres (13%).