Maioria segue contra privatizações

DE SÃO PAULO

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Embora tenha aumentado ligeiramente a parcela da população favorável à venda de empresas estatais, dois em cada três brasileiros (67%) se opõem às privatizações. Uma parcela de 25% é a favor da venda dessas empresas, e 2% são indiferentes, além de 6% que não opinaram. Em dezembro de 2017. em consulta sobre o tema, 70% se opunham à venda de empresas do governo para empresas particulares, e 20% se mostravam favoráveis.

Pouco mais da metade (54%) dos brasileiros tomou conhecimento dos planos governo de Jair Bolsonaro (PSL) de vender os Correios e outras empresas públicas nos próximos anos. Desses, 16% estão bem informados sobre o assunto, e os demais estão mais ou menos informados (31%) ou mal informados (7%).

De forma geral, independente do grau de conhecimento do assunto, a maioria (60%) é contra privatizar os Correios, e 33% são favoráveis, além de 1% que é indiferente e 5% que preferiram não opinar. A adesão à venda da empresa é mais alta entre os homens (39%) do que entre as mulheres (29%), e também fica acima da média entre os mais escolarizados (38%) e mais ricos (45% na faixa de renda familiar de 5 a 10 salários, e 52% entre quem tem renda familiar acima de 10 salários). Entre aqueles que votaram em Bolsonaro no 2º turno da eleição de 2018, há uma divisão: 46% são a favor da privatização, e 47%, contra.

A privatização da Petrobras, também considerada pelo governo, enfrenta maior oposição: 65% são contra a venda da empresa, e 27%, a favor. Há ainda 1% indiferente ao tema, e 7% que não opinaram. Nenhum segmento endossa majoritariamente a venda da petrolífera, com exceção dos simpatizantes do PSL - 55% são a favor da privatização. Entre empresários, por exemplo, 59% são contra. Na parcela dos mais ricos, o índice de opositores à negociação também é de 59%. Entre eleitores de Bolsonaro, 56% são contra, e entre aqueles que aprovam seu governo esse índice fica em 52% (e 40% a favor).

Em pesquisa realizada em novembro de 2017, 70% eram contra a venda da estatal de petróleo, e 21%, a favor. Em março de 2015, a posição contrária à privatização era ligeiramente mais baixa do que a atual (61%), e 24% eram favoráveis.

O cenário é parecido quando se trata dos bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil: 65% são contra, 29%, a favor, 1% é indiferente e 6% não responderam. Entre os brasileiros que tem o PSL como partido de preferência, 50% são a favor e 47% contra. Nos demais segmentos, incluindo empresários, mais ricos e apoiadores de Bolsonaro, há uma porção majoritária que se opõe à venda dos bancos públicos.