A maioria dos brasileiros defende que a educação deve ser gratuita para todos, desde a creche até o ensino superior, com diferenças de opinião dependendo do ciclo de ensino avaliado.
O ensino médio e fundamental é o que recebe mais respaldo a respeito da gratuidade universal: 79% acreditam que deve ser oferecido pelo governo para todos os brasileiros. Para 18%, o governo deveria oferecer escolas de ensino fundamental e médio somente para os brasileiros que não puderem pagar, e há 2% que avaliam que o governo não deveria oferecer esse serviço para ninguém.
Sete em cada dez (70%) brasileiros também defendem que o governo ofereça creches para todos os brasileiros, e os demais avaliam que as creches deveriam ser bancadas com dinheiro público somente para quem não pode pagar (28%) ou que ninguém deveria ter creche com recursos do governo (2%).
No ensino superior, a gratuidade universal de faculdades e universidades é defendida por 67%, enquanto 29% defendem que o governo deveria oferecer esses serviços somente para quem não puder pagar. Há ainda 3% para quem ninguém deveria ter o ensino superior bancado pelo governo, e 1% que não opinou.
De forma geral, os jovens são os que mais defendem a gratuidade da educação em todos os níveis consultados, e entre os mais velhos fica acima da média a defesa de que o governo ofereça ensino somente para quem não puder pagar. No caso das creches, por exemplo, 81% dos jovens de 16 a 24 anos acreditam que esse serviço deveria ser oferecido a todos, e para 17% ele deveria ser oferecido somente para quem não puder pagar. Na faixa de 60 ou mais, esses índices ficam em 59% e 38%, respectivamente.
Também há contraste nos diferentes segmentos de escolaridade e renda. Entre quem estudou até o ensino fundamental, por exemplo, 34% acreditam que o governo deveria oferecer faculdades e universidades somente para quem não têm condições de pagar por isso, índice que cai para 25% na parcela que estudou até o ensino superior. Entre quem tem renda familiar de até 2 salários, 31% defendem que o governo ofereça ensino superior somente para quem não puder pagar, ante 22% na parcela mais rica da população, com renda superior a 10 salários.
No recorte por espectro ideológico, a direita tende a apoiar com mais frequência a gratuidade somente para quem não puder pagar por creches, escolas, faculdades e universidades, mas essa posição continua sendo minoritária. Considerando somente o ensino superior, 34% dos que se posicionam na direita acreditam que o governo deveria oferecer faculdade e universidade somente para pessoas que não têm condições de pagar, e para 61% esses serviços deveriam ser oferecidos para todos, além de 5% que defende que não seja oferecido a ninguém. No centro, esses índices ficam em 26%, 73% e 1%, e na esquerda, em 29%, 68% e 2%, respectivamente.