Apoio ao isolamento recua de 76% para 68%

DE SÃO PAULO

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Após quase um mês de isolamento horizontal, pesquisa Datafolha realizada com brasileiros adultos que possuem celulares mostra que sete em cada dez (68%) avaliam que no momento é mais importante manter as pessoas em casa a fim de evitar a propagação do coronavírus, mesmo que isso prejudique a economia e cause desemprego. Em contrapartida, 22% avaliam que acabar com o isolamento é o mais importante a fim de estimular a economia e impedir o desemprego, mesmo que isso contribua para a disseminação do coronavírus. Uma parcela de 10% não opinou.

Em comparação à pesquisa anterior (01 a 03/04), o apoio ao isolamento social segue majoritário, porém recuou oito pontos percentuais (era 76%). No período, as demais taxas oscilaram para cima: no início do mês, 18% defendiam o fim do isolamento e 6% não opinaram.

Consideram que o isolamento social é a medida mais importante, no momento, para conter o avanço do coronavírus é majoritária em todos os segmentos sociodemográficos, com exceção dos empresários. O apoio ao isolamento é mais alto entre as mulheres do que entre os homens (73% a 63%), entre os mais jovens do que entre os mais velhos (77% ante 65%) e entre os moradores da região Nordeste (78%), na região Sul esse índice é de 58%.

Nesse levantamento, no dia 17 de abril de 2020, foram realizadas 1.606 entrevistas por telefone, com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Quanto à nova rotina, 21% declararam estar totalmente isolados, sem sair de casa de jeito nenhum, 50% estão saindo de casa somente quando inevitável e 26% estão tomando cuidado, mas seguem saindo de casa para trabalhar ou para outras atividades. Uma parcela de 4% declarou que a vida está normal, sem nenhuma mudança.

Há duas semanas, os índices eram próximos: 18% estavam totalmente isolados, 54% saindo de casa somente quando inevitável, 24% tomavam cuidado, mas ainda saiam de casa e 4% seguiam com a vida normal, sem nenhuma mudança.

A parcela que avalia que os brasileiros de modo geral estão menos preocupados com a pandemia do Coronavírus do que deveriam estar apresenta tendência de alta, o índice passou de 44% em março, para 46% no início de abril, e agora alcançou 49%. No período, a parcela que avalia que os brasileiros estão preocupados na medida certa diminuiu, passou de 34%, em março, para 33% no início de abril, e agora, 27%. Já, a parcela que avalia que os brasileiros estão mais preocupados do que deveriam estar ficou estável: era 20% em março, 19%, no início de abril, e agora, 21%. Uma fração de 3% não opinou.

A avaliação que os brasileiros estão menos preocupados do que deveriam estar é mais alta entre os que têm 16 a 24 anos (59%), entre os que têm 35 a 44 anos (60%), entre os mais instruídos (61%) e entre os que reprovam o desempenho do governo federal no combate à pandemia do coranavírus (68%).

Quando perguntados se as pessoas que não fazem parte do grupo de risco, como idosos e pessoas com comorbidade, devem sair para trabalhar ou se manter isoladas, a maior parcela dos respondentes (56%) é favorável ao isolamento social para todas as pessoas, independentemente de ser ou não grupo de risco. Já, para 41%, o isolamento deve ser restringido apenas ao grupo de risco e aquelas pessoas que não se enquadram, deveriam retornar ao trabalho. Uma fração de 2% não opinou.

Em comparação à pesquisa anterior, as taxas oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa. O índice de apoio ao isolamento horizontal oscilou 4 pontos para baixo (era 60%), enquanto o índice de apoio ao isolamento parcial subiu 4 pontos (era 37%).

O apoio ao isolamento social para todas as pessoas é mais alto entre as mulheres do que entre os homens (61% ante 51%), entre os mais jovens (69%), entre os moradores da região nordeste (64%) e entre os que reprovam o desempenho de Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coranavírus (83%). Por outro lado, o apoio ao isolamento apenas às pessoas que são grupo de risco é mais alto entre os homens (47%), entre os moradores da região Sul (56%), entre os empresários (63%) e entre os que aprovam o desempenho de Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coranavírus (71%).