61% dos que viram vídeo de reunião avaliam que Bolsonaro quis intervir na PF

DE SÃO PAULO

Baixa a pesquisa completa

Cerca de metade dos brasileiros adultos que possuem celular (55%) viu ou ouviu, mesmo que em parte, o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril - esse índice sobe entre os mais instruídos (79%) e entre os mais ricos (85%).

Dessa parcela que viu ou ouviu algum trecho do vídeo da reunião, 61% avaliam que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), quis usar seu cargo para interferir na Polícia Federal. Já, 32% avaliam que Bolsonaro quis apenas melhorar a sua segurança pessoal. Uma parcela de 3% declarou outras respostas e 3% não opinaram.

O índice dos que avaliam que o presidente quis interferir na Polícia Federal cresce conforme aumenta o grau de instrução (66% entre os mais instruídos, ante 52% entre os menos instruídos) e alcança patamares mais altos entre os mais jovens (70%) e entre os que reprovam a administração Bolsonaro (88%). Já, o índice dos que avaliam que o presidente não quis interferir na Polícia Federal é mais alto entre os que aprovam a governo Federal (72%).

Nesse levantamento, no dia 25 e 26 de maio de 2020, foram realizadas 2.069 entrevistas por telefone, com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Seis em cada dez (61%) que viram ou ouviram o vídeo de reunião ministerial avaliam como muito inadequadas as palavras usadas pelo presidente, 15% avaliam como um pouco inadequadas, 2% nem adequadas e nem inadequadas, 8% um pouco adequadas, 11% muito adequadas e 3% não opinaram.quando questionados sobre quem fala mais a verdade, Sergio Moro ou Jair Bolsonaro, no episódio da interferência do presidente na Polícia Federal, Moro segue com maior credibilidade entre os brasileiros adultos que possuem celular. Porém, a parcela que avalia que Bolsonaro falou mais a verdade do que Moro cresceu em comparação a abril, logo após o pedido de demissão de Moro. Para 54%, Moro falou mais a verdade do que Bolsonaro (era 52% em abril), para 27%, o presidente falou mais a verdade (era 20%), para 2%, ambos falaram a verdade (era 3%), e para 7%, nenhum dos dois falou a verdade (mesmo índice anterior). No período, a parcela que não opinou diminuiu de 19% para 10%.

Entre os que viram o vídeo da reunião ministerial, 60% avaliam que Moro disse mais a verdade e 26% que foi Bolsonaro. Já, entre os que não viram o vídeo, 45% avaliam que o ex-ministro da Justiça falou mais a verdade e 28% que o foi o presidente.

A avaliação que Moro falou mais a verdade do que o presidente alcança índices mais altos entre os que reprovam a gestão Bolsonaro (84%). Por outro lado, a avaliação de que Bolsonaro falou mais a verdade do que o ex-ministro da Justiça alcança índices mais altos entre os que aprovam o governo Federal (66%).