Dois em cada três (67%) brasileiros que possuem telefone celular sentem mais orgulho do que vergonha de serem brasileiros atualmente, e 29% sentem mais vergonha do que orgulho. Os demais (3%) não opinaram ou deram outras respostas para a questão.
A comparação com pesquisa realizada em junho de 2019, utilizando metodologia de entrevistas face a face, nas ruas, mostra queda no orgulho de ser brasileiro (76% à época), e alta na vergonha (eram 22%).
Na parcela da população que aprova o governo Bolsonaro, 81% têm mais orgulho de serem brasileiros, e 17%, mais vergonha. Entre quem reprova o governo, 54% sentem orgulho, e para 44% o sentimento predominante é de vergonha.
Apesar do orgulho declarado pela maioria, a maior parte dos brasileiros também está pessimista, triste e desanimada com o país.
Quando pensam no Brasil, 69% se sentem inseguros, e 30%, seguros. O sentimento de tristeza associada ao país é compartilhado por 63%, e 34% estão felizes. Também é majoritário o sentimento de desânimo (59%), enquanto 39% estão animados, e o medo do futuro (57%), com 41% manifestando confiança no futuro. Quando o tema é esperança, 53% dizem ter mais esperança do que medo, e 46%, mais medo do que esperança. Cerca de metade (52%) diz estar tranquila quando pensa no país, e 42% declaram ter raiva, com 6% sem opinião a respeito desse tópico.
A pandemia causada pelo coronavírus não é diretamente responsável pelo mau humor do brasileiro relatado nas questões acima - o brasileiro já esteve mais raivoso, pessimista, inseguro e desanimado, como mostram pesquisas anteriores sobre o mesmo tema. Em pesquisa realizada nas ruas do país em julho do ano passado, por exemplo, eram mais altos os sentimentos de raiva (52%), insegurança (73%) e medo maior do que esperança (53%). Os demais estavam em níveis similares aos atuais.
Há diferença entre o que homens e mulheres sentem quando pensam no país. Entre os homens, por exemplo, 58% estão tranquilos, ante 46% das mulheres. Duas cada três mulheres (65%) estão desanimadas, índice que fica em 53% na parcela masculina. Elas também estão com mais medo do futuro (64% a 49%), mais tristes (69% a 56%), inseguras (74% a 64%) e com mais medo do que esperança (51% a 41%).
Os apoiadores e detratores do governo Bolsonaro também têm sentimentos diferentes em relação ao Brasil. Entre os que aprovam o governo, 75% estão tranquilos, e entre quem o reprova 64% estão com raiva. Na parcela pró-governo, 70% estão animados, e entre quem avalia a gestão Bolsonaro negativamente é majoritário o sentimento de desânimo (83%). Estão confiantes no futuro 69% dos que aprovam o governo, e entre quem o reprova há 78% com medo do futuro. A maioria (60%) dos apoiadores da gestão atual se sente feliz quando pensa no país, enquanto entre quem considera o governo negativo há um sentimento majoritário de tristeza (86%). Na parcela que avalia positivamente o governo, 58% se sentem seguros, e 79%, com mais esperança do que medo. Entre aqueles que reprovam o governo, a maioria se sente insegura (89%) e com mais medo do que esperança (68%).