Aumenta o medo de ser contaminado pelo coronavírus

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que o medo de ser infectado pelo coronavírus cresceu, no levantamento atual 45% declararam ter muito medo (38% em abril e 36% em março). No período, os demais índices recuaram: a parcela que declarou que tem um pouco de medo é de 34% (39% em abril e 38% em março) e a parcela que declarou não ter medo da doença, em 21% (23% em abril e 26% em março).

Observam-se diferenças significativas na taxa de muito medo em contrair a doença por gênero e renda: entre os homens, 38% têm muito medo de ser infectado pelo coronavírus, ante 51% entre as mulheres, já, entre os mais pobres, 50% têm muito medo de pegar o coronavírus, ante 35% entre os mais ricos. Também se observa diferença significativa por região: o índice de muito medo de ser infectado pelo coronavírus é mais alto entre os moradores da região Nordeste (51%) do que entre os moradores da região Sul (35%).

Nesse levantamento, nos dias 25 e 26 de maio de 2020, foram realizadas 2.069 entrevistas por telefone, com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Declararam ter pego o coronavírus, 5% dos brasileiros adultos que possuem celular. Desses, 2% disseram que fizeram o teste para confirmação do diagnóstico e 3% que não fizeram o teste. A maior parcela (93%) declarou que não pegou o coronavírus e 2% opinaram. O Datafolha não aferiu nenhum teste, apenas perguntou aos entrevistados se tinham ou não contraído a doença.

Quando questionados se foram infectados pelo coronavírus ou se conhecem alguém que foi infectado o índice chega a 53%. Dos que foram infectados ou conhecem alguém que foi infectado, 5% declararam que essa pessoa mora na própria residência, 16% declararam que se trata de um parente, mas que não mora na residência, 24% declararam que se trata de um amigo próximo, 13% declararam que se trata de um colega do trabalho ou da escola, 13% que se trata do vizinho e 37%, apenas de um conhecido.

O índice de entrevistados que se infectaram ou conhecem alguém que foi infectado é mais alto entre os mais ricos (77%), entre os instruídos (69%) e entre os moradores das regiões metropolitanas (64%). Já, o índice de entrevistados que não foram infectados ou não conhecem alguém que foi infectado é mais alto entre os menos instruídos (59%) e entre os moradores da região Sul (66%).

Nove em cada dez (89%) avaliam que o uso da cloroquina como tratamento à Covid-19 deve ser uma decisão dos médicos e não dos políticos. Esse índice é majoritário em todos os segmentos sociodemográficos. Já, 9% avaliam que a decisão do uso da cloroquina cabe aos políticos - entre os que aprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro o índice sobe para 20%. Uma parcela de 3% não opinou.

Em comparação à pesquisa de abril, os índices ficaram estáveis, quando eram, respectivamente, 89%, 7% e 4%.