Pesquisa Datafolha mostra que a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vem aos poucos melhorando ao longo do ano. Há um ano, em setembro de 2021, o governo Bolsonaro era avaliado como ótimo ou bom por 22% e agora, são 31% (eram 30% em agosto, 28% em julho, 26% em junho, 25% em maio e 25% em março). Uma parcela de 27% avalia o governo como regular (eram 26% em agosto, julho e junho, 27% em maio e 28% em março) e 42% o avaliam como ruim ou péssimo (eram 43% em agosto, 45% em julho, 47% em junho, 48% em maio e 46% em março). Uma fração de 1% não opinou (mesmo índice de agosto).
Os atuais índices são próximos aos observados em janeiro de 2021, quando 40% reprovavam o governo Bolsonaro e 31% o aprovavam. O pior período de reprovação ao governo foi entre junho e dezembro de 2021, quando a taxa ficou acima de 50% (era 51% em julho e 53% em dezembro). Já, o melhor período foi de agosto a dezembro de 2020, quando de taxa de aprovação ficou em 37%.
Em comparação com outros ex-presidentes eleitos após a democratização, em período próximo de tempo de mandato, Bolsonaro é o pior avaliado. FHC, em setembro de 1998, tinha 43% de aprovação e 17% de reprovação, Lula, em setembro de 2006, tinha 48% de aprovação e 18% de reprovação, e Dilma, em setembro de 2014, tinha 36% de aprovação e 24% de reprovação.
O atual levantamento foi realizado nos dias 30, 31 de agosto e 01 de setembro de 2022, com 5.734 entrevistas presenciais em 285 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE - BR-00433/2022.
A taxa de reprovação à gestão Bolsonaro é mais alta entre as mulheres do que entre os homens (44%, ante 38%), entre os católicos do que entre os evangélicos (45%, ante 26%), entre os moradores das RMs do que entre os moradores do interior (45%, ante 39%), entre os desempregados (49%), entre os simpatizantes do PT (72%), entre os eleitores de Lula (70%) e entre os que se autodeclararam como homossexuais ou bissexuais (67%). Em contrapartida, a avaliação positiva à gestão Bolsonaro é mais alta entre os homens do que entre as mulheres (34%, ante 28%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (38%), entre os empresários (51%) e entre os evangélicos (44%).
Entre os eleitores de Bolsonaro, 78% aprovam o seu governo e 21% o avaliam como regular.
Entre os eleitores que recebem ou moram com beneficiários do Auxílio Brasil, os índices de avaliação do governo Bolsonaro são próximos aos observados na média nacional: 41% reprovam a gestão Bolsonaro (eram 40% em agosto e em julho), 30% a avaliam como regular (eram 31% em agosto e 33% em julho) e 28% a aprovam (eram 27% em agosto e 26% em julho). O mesmo ocorre entre os eleitores que que não recebem ou não moram com alguém que receba o benefício: 42% reprovam o governo Bolsonaro (eram 44% em agosto), 26% o avaliam como regular (eram 24% em agosto) e 32% o aprovam (eram 31% em agosto).
Na análise por segmentos, em comparação à pesquisa de 18 de agosto, a taxa de aprovação cresceu entre os moradores do Estado de São Paulo (de 29% para 34%) e entre os que se autodeclararam como pretos (de 18% para 25%).
Na leitura pelo Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro, as taxas de aprovação vêm crescendo, enquanto em Minas Gerais os índices de avaliação ficaram estáveis. De maneira geral, as taxas de aprovação e reprovação são próximas entre os eleitores desses Estados.
Entre os eleitores paulistas, 34% aprovam o governo do presidente Bolsonaro (eram 29% em agosto, 27% em julho e 28% em junho), 22% avaliam como regular (eram 23% em agosto, 23% em julho e em junho) e 44% o reprovam (eram 47% em agosto, 49% em julho e em junho). Entre os eleitores fluminenses, 33% aprovam o governo Bolsonaro (eram 31% em agosto, 27% em julho e em junho), 24% avaliam como regular (eram 24% em agosto, 27% em julho e 23% em junho) e 43% o reprovam (eram 44% em agosto, 45% em julho e 48% em junho).
E, por fim, entre os eleitores mineiros, 31% aprovam o desempenho do presidente Bolsonaro (eram 31% em agosto e 30% em julho), 25% avaliam como regular (eram 27% em agosto e 25% em julho) e 43% o reprovam (eram 40% em agosto e 44% em julho).
50% NUNCA CONFIAM NAS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE BOLSONARO
Metade dos eleitores brasileiros (50%) nunca confia nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (eram 52% em agosto), já, 30% às vezes confiam (eram 27%) e 19% sempre confiam (eram 20%).
Na comparação com a pesquisa de maio deste ano, observa-se que a taxa dos que nunca confiam vem recuando aos poucos (era 56% em maio, 53% em junho e 52% em julho) e registra no atual levantamento o menor patamar desde maio de 2021 (quando era 50%). Nesse período, a taxa dos que sempre confiam nas falas do presidente oscilou (era 17% em maio, 17% em junho e 18% em julho).
A pior taxa de desconfiança às declarações do presidente Bolsonaro ocorreu em dezembro de 2021, quando era 60%. Já, a melhor taxa de sempre confia nas falas do presidente ocorreu em agosto de 2020, quando era 22%.
A taxa de desconfiança às falas do presidente é mais alta entre as mulheres do que entre os homens (53%, ante 46%), entre os que têm 60 anos ou mais (56%), entre os menos instruídos (58%), entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (56%), entre os moradores da região Nordeste (58%), entre os católicos (55%), entre os desempregados (58%), entre os eleitores de Lula (81%), entre os simpatizantes do PT (83%), entre os que reprovam o governo federal (92%) e entre os que se autodeclararam como homossexuais ou bissexuais (74%).
Por outro lado, a taxa de sempre confia no que o presidente diz é mais alta entre os homens do que entre as mulheres (23%, ante 16%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos (30%), entre os evangélicos (29%), entre os empresários (37%), entre os seus eleitores (54%) e entre os que aprovam o seu governo (57%).