Se eleição fosse hoje, tucano teria 57% dos votos válidos e venceria no primeiro turno
A menos de duas semanas da eleição, a disputa pelo governo do Estado de São Paulo segue inalterada, com favoritismo do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 21 e 22 de setembro mostra que um quadro eleitoral estável no Estado, com os dois principais candidatos repetindo os índices de intenção de voto obtidos em levantamento feito na semana passada. Nesse cenário, Alckmin tem 51% da preferência do eleitor paulista, ante 23% de Aloizio Mercadante (PT). O terceiro colocado, Celso Russomano (PP), oscilou um ponto e foi a 9%.
Considerando somente os votos válidos, o tucano agora tem 57% dos votos válidos, ante 43% da soma dos oponentes. Nesse tipo de contagem, os votos em branco e nulos são excluídos - é com base nos votos válidos que a Justiça Eleitoral determina o resultado da eleição. Esse resultado dá a vitória a Alckmin no primeiro turno, reproduzindo um cenário observado na eleição de 2006 e diferente do ocorrido em 2002, quando a eleição foi decidida em dois turnos.
O levantamento ouviu 2142 pessoas em 62 cidades do Estado de São Paulo. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Pesquisa Datafolha realizada há quatro anos atrás, entre os dias 21 e 22 de setembro de 2006, mostrava o candidato do PSDB, José Serra, com 51% das intenções de voto, ante 21% do candidato do PT, que era Mercadante. A terceira força da eleição passada, Orestes Quércia (PMDB), tinha 9% da preferência do eleitor, patamar igual ao de Russomano. Situação bem diferente ocorria na terceira semana de setembro de 2002, durante a última eleição em que os petistas conseguiram levar o PSDB a disputar o governo no segundo turno. Levantamento Datafolha concluído no dia 20 de setembro daquele ano apontava Geraldo Alckmin (PSDB) com 36% das indicações de voto, empatado com Maluf (33%), que estava em curva descendente. A seguir vinha Genoíno (PT), com 25% das menções, mas em trajetória ascendente. O petista acabou por ultrapassar Maluf e disputar com o tucano o segundo turno, sem sucesso.
No levantamento atual, o candidato do PSB, Skaf, tem 4% das indicações de voto, oscilação positiva de um ponto sobre a semana passada. Fábio Feldman (PV) se manteve com 1%, enquanto Paulo Búfalo (PSOL), Igor Grabois (PCB), Mancha (PSTU) e Anaí Caproni (PCO) foram citados, mas não atingiram 1%. Os votos em branco e nulos somam 4%. Outros7% afirmaram estar indecisos sobre em quem votar.
Na modalidade espontânea, na qual os eleitores respondem em quem votariam sem o auxílio de um cartão com o nome dos candidatos, Alckmin aparece com 31%, alta de quatro pontos sobre o último levantamento. Aloizio Mercadante manteve seu desempenho e tem 15% das intenções espontâneas de voto. A seguir aparecem Celso Russomano e Skaf, com 3% cada um deles. Entre os paulistas, 2% ainda disseram que irão votar no candidato do PT, e 1%, em José Serra, que disputa a presidência.
Dois representantes da esquerda radical são os mais rejeitados pelos paulistas: 37% não votariam nele de jeito nenhum em Mancha, enquanto 27% rejeitam Paulo Bufalo. A seguir, em ordem decrescente de rejeição, vêm Aloizio Mercadante (26%), Igor Grabois (24%), Anaí Caproni (23%), Skaf (22%), Celso Russomano (21%), Fábio Feldman (20%) e Geraldo Alckmin (19%). O índice de eleitores que não rejeita nenhum candidato é de 6%. Rejeitam todos 3% dos eleitores. e 9% ainda não sabem em quem votar.
Na comparação com a pesquisa anterior, Alckmin perdeu oitos pontos entre os eleitores mais jovens, que têm entre 16 e 24 anos, segmento no qual Mercadante teve alta de quatro pontos e foi a 21%. Na faixa etária que vai de 25 a 34 anos, o tucano agora atinge 53%, quatro pontos a mais do que na semana passada. Entre os eleitores que tem de 35 a 44 anos, o candidato do PSDB caiu de 52% para 49%, enquanto o candidato do PT foi de 21% para 25%. No eleitorado mais velho, tanto Alckmin quanto Mercadante perderam três pontos.
A estratificação do eleitorado pela escolaridade mostra que o tucano teve alta de três pontos entre aqueles que completaram o ensino fundamental, mas perdeu quatro entre os eleitores que têm nível médio. Já Mercadante percorreu caminho inverso e caiu de 24% para 21% no eleitorado de ensino fundamental e subiu cinco pontos (de 20% para 25%) entre aqueles que estudaram até o ensino médio. O petista também perdeu pontos entre os paulistas com nível superior (de 25% para 21%).
Em um eventual segundo turno entre Alckmin e Mercadante, o tucano teria 60% dos votos, ante 32% do adversário. Nessa circunstância, 4% afirmam votar em branco ou nulo e 3% estão indecisos.
O Datafolha também questionou os eleitores sobre o conhecimento do número do candidato a governador que deverão digitar na urna eletrônica para confirmar o voto. A minoria (39%) dos entrevistados sabe qual o número do candidato, enquanto 57%% desconhecem essa informação. Em pesquisa feita na semana passada, o Datafolha apontou que 34% respondiam corretamente o número do candidato ao governo, ante 60% que não sabiam essa informação. Entre os eleitores de Alckmin, 69% dizem não saber qual o número deverão utilizar para votar na pesquisa atual, índice que era de 63% na semana passada. O maior desconhecimento do número cabe aos que escolhem Russomano (87%, ante 81% no levantamento anterior). Entre os eleitores de Mercadante, o índice é menor: 44%, ante 50% na semana passada.
*Marta (PT) e Netinho (PC do B) lideram disputa pelo Senado
Aloysio cresce cinco pontos e vai a 23%*
Os candidatos Netinho (PC do B) e Marta Suplicy (PT) lideram a corrida pelas cadeiras do Senado no Estado de São Paulo a menos de duas semanas para a eleição. Ambos têm 36% das intenções de voto e seriam eleitos se a disputa terminasse hoje, aponta pesquisa Datafolha realizada nos dias 21 e 22 de setembro. Na comparação com o levantamento feito na semana passada, a candidata do PT oscilou um ponto para cima, e Netinho, dois pontos para cima.
Para a pesquisa, foram ouvidas Foram ouvidas 2142 pessoas em 62 cidades do Estado de São Paulo. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
O candidato do PSDB, Aloysio Nunes, foi quem mais cresceu desde a semana passada: tem 23%, ante 17% no levantamento anterior. Herdeiro do tempo no horáriio eleitoral gratuito de Orestes Quércia (PMDB), que renunciou à candidatura, o tucano está tecnicamente empatado com Romeu Tuma (PTB), que tem 21% da preferência do eleitor paulista para uma das vagas no Senado, oscilação negativa de um ponto sobre a semana passada. Em seguida vêm Ciro (PTC), com 8%, Moacyr Franco (PSL), com 7%, Ricardo Young (PV), com 5%, Ana Luiza (PSTU), com 4% e Serpa (PSB), com 2%. Os candidatos Marcelo Henrique (PSOL), Dirceu Travesso (PSTU), Afonso Teixeira (PCO) e Mazzeo (PCB) têm 1%, cada. Doutor Redó (PP) e Ernesto Pichler (PCB) foram citados mas não atingiram 1%.
Declararam votar em branco e nulo para uma das vagas 9% dos eleitores, enquanto 5% afirmam que farão o mesmo para as duas vagas em disputa. Outros 26% não sabem em quem votar para uma vaga, indecisão que é de 14% para as duas vagas.
A candidata do PT lidera com ampla vantagem em São Paulo, onde foi prefeita e tem 47% das intenções de voto, ante 36% de Netinho. No interior, as intenções de votos estão pulverizadas: Netinho tem 33%, Marta, 29%, Nunes, 25%, e Tuma, 22%. Entre os eleitores com renda mensal familiar superior a dez salários mínimos, quem lidera é o candidato do PSDB, com 52% das indicações de voto. Ele também está à frente entre os eleitores mais escolarizadas, segmento no qual tem 36%, ante 30% de Marta e 22% de Netinho.
Desde a pesquisa anterior, o Datafolha passou a divulgar também os resultados sobre as intenções de voto para o senado com o cálculo que o Tribunal Superior Eleitoral utilizará na apuração oficial. A base de cálculo deixa de ser o total de eleitores e passa a ser o total de votos, o que não provocará mudanças de tendências, mas altera apenas os percentuais obtidos pelos candidatos. Este procedimento vale para o cálculo dos votos válidos.
No cálculo dos votos válidos, os votos brancos e nulos são desconsiderados - da forma adotada pelo TSE - e os indecisos são distribuídos proporcionalmente para cada candidato, segundo seus percentuais de intenção de voto. Como cada eleitor pode votar em dois candidatos ao senado, a soma dos percentuais divulgados pelo Datafolha até aqui é igual a 200%. Com o cálculo adotado pelo TSE, considerando-se a base de total de votos, os resultados somarão 100%. Assim, as taxas de menção aos candidatos serão inferiores às verificadas até aqui. É importante a divulgação dos dois resultados.
Quando considerados apenas os votos válidos, Marta vai a 25% e continua empatada com Netinho, que oscilou um ponto e também alcança 25%. Nessa contagem, Aloysio Nunes tem 16%, ante 12% da pesquisa anterior. Tuma atinge 14%, oscilação de dois pontos para baixo. Ciro ficaria com 6%, enquanto Moacyr Franco (PSL) iria a 5% e Ricardo Young, a 4%. A seguir vem Ana Luiza ( 2%) e Marcelo Henrique, Serpa e Dirceu Travesso (1% cada um deles). Os candidatos Doutor Redó, Ernesto Pichler, Afonso Teixeira e Mazzeo não atingiram 1%.
São Paulo 23 de setembro de 2010