Dilma oscila um ponto e tem 51%, Serra mantém 27% e Marina 11%
Pesquisa nacional realizada pelo Datafolha em 13 e 14 de setembro mostra mais uma vez estabilidade no quadro eleitoral. Dilma Rousseff (PT) oscilou positivamente um ponto percentual nos últimos cinco dias e lidera com 51% a corrida pela sucessão. A variação enquadra-se na margem de erro da pesquisa que é de dois pontos percentuais. Considerando-se apenas os votos válidos, a petista alcança 56%, índice suficiente para elegê-la presidente já no primeiro turno.
José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) mantiveram exatamente as mesmas taxas obtidas no levantamento feito na semana passada. O tucano ficou com 27% e a candidata do Partido Verde com 11%. Brancos e nulos totalizam 4% e não souberam opinar 7% dos entrevistados. A pesquisa ouviu 11784 eleitores em todas as unidades da Federação.
Estratificando-se os resultados pelas variáveis socioeconômicas e demográficas, são poucas as variações expressivas. Dilma Rousseff oscila positivamente três pontos entre os que têm renda de 5 a 10 salários mínimos, segmento onde Marina Silva perde cinco pontos. Entre os que têm renda superior a 10 salários, Dilma recupera quatro dos sete pontos que havia perdido em levantamento anterior. Nesse estrato, Serra cai três pontos e Marina oscila negativamente um ponto.
Considerando-se as capitais e os estados com base estatística para uma leitura segura, nota-se queda de Dilma no Paraná, no Distrito Federal e especialmente em Curitiba. A petista cresceu na cidade de São Paulo e em Belo Horizonte. Na capital mineira, a candidata do PV, Marina Silva subiu de 15% para 19%.
Na intenção de voto espontânea, sem a apresentação do cartão circular com o nome dos candidatos, Dilma fica com 39%, Serra tem 19% e Marina 7%. No total, 28% não sabem dizer em quem vão votar na próxima eleição. No levantamento anterior essas taxas eram de 39%, 18%, 7% e 28%, respectivamente.
Na simulação de segundo turno, Dilma alcança 57% das intenções de voto contra 35% de José Serra. Na semana passada, os percentuais eram 56% e 35%, respectivamente. Quanto à rejeição, 31% reprovam o nome do tucano - era 32% em 8 e 9 de setembro. Em relação à petista, a taxa se manteve em 22%. Marina Silva passou a ser rejeitada por 18% (era 16% há uma semana).
A expectativa de vitória petista na eleição para presidente também permaneceu estável (72%). O mesmo acontece com a taxa dos que assistiram ao horário eleitoral gratuito. Há dez dias que a taxa dos que já viram os programas fica em 51%. Assistiram à propaganda de Dilma 48%, a de Serra 45% e a de Marina 35%. Na semana passada, esses índices eram de 47%, 44% e 34%, respectivamente. Também há estabilidade na avaliação do desempenho dos candidatos no programa. A maioria continua elegendo Dilma como a melhor na propaganda (54%), enquanto 25% escolhem o tucano e 11% Marina.
*57% tomaram conhecimento de quebra do sigilo fiscal
Do total, 12% se julgam bem informados sobre o caso*
A maioria dos eleitores brasileiros (57%) diz ter tomado conhecimento das denúncias de quebra do sigilo fiscal de integrantes do PSDB e de Verônica Serra, filha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra. Mas, do total, apenas 12% dos entrevistados julgam-se bem informados sobre o caso. Outros 29% se dizem mais ou menos informados e 16% mal informados.
Afirmam saber do episódio principalmente os mais escolarizados (86%) e os que têm maior renda familiar mensal (84%). Nesses estratos, o índice dos que se dizem bem informados chega a 29% e 31%, respectivamente. Nas cidades de Curitiba e Porto Alegre, 71% dos habitantes locais já ouviram falar das denúncias.
No extremo oposto, nunca ouviram falar do assunto os mais jovens (54%), os menos escolarizados (54%), os que têm menor renda familiar mensal (53%) e os habitantes do Nordeste (52%).
É interessante observar que entre os que tomaram conhecimento do episódio, a intenção de voto em Dilma Rousseff, que é de 51% no total da amostra, fica em 49% no estrato. Serra fica com 29% e Marina com 13%. Quando se focaliza apenas o subconjunto dos que estão bem informados sobre o assunto, percebe-se a petista com 46%, o tucano com 33% e a candidata do Partido Verde com 14%. Entre os que nunca ouviram falar no caso, essas taxas são de 53%, 24% e 8%, respectivamente.
Sobre qual candidato será beneficiado ou prejudicado pelo caso, a maior parte dos brasileiros não sabe opinar. Do total, 30% arriscam que a candidatura de Dilma Rousseff deve ser a mais beneficiada e 32% acham que a de Serra é a mais prejudicada.
*Maioria desconhece número de seu candidato
Entre os eleitores de Dilma, conhecimento é maior*
A maioria dos eleitores brasileiros desconhece, por enquanto, o número que deverá digitar na urna eletrônica para votar em seu candidato a presidente. Acertam os algarismos 39% dos entrevistados. Admitem não saber 55%, enquanto 3% erram ao arriscar uma resposta. Outros 3% não sabem como vão fazer para anular o voto.
Acertam os números principalmente os homens (46%), os mais escolarizados (45%) e os habitantes do Nordeste (42%). Admitem não saber especialmente os mais velhos (63%), as mulheres (62%) e os que moram no Sul (59%).
Entre os eleitores de Dilma Rousseff, 51% acertam o número da petista. Entre os que pretendem votar em José Serra, 30% citam o número correto do tucano, mas 67% o desconhecem. Quanto aos eleitores de Marina Silva, a situação piora - apenas 16% conseguem acertar o número da candidata contra 78% que não sabem apontá-lo.
São Paulo, 15 de setembro de 2010.