Rejeição a Yeda Crusius (PSDB) diminui, mas segue a mais alta
Os principais postulantes ao governo do Rio Grande do Sul se mantiveram estáveis na mais recente pesquisa Datafolha, realizada entre 8 e 9 de setembro. Preferido para governar o Estado por 42% dos gaúchos, Tarso Genro (PT) mantém a liderança na disputa, repetindo o índice registrado no levantamento Datafolha anterior, feito entre 23 e 24 de agosto. O petista é seguido pelo ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB), que oscilou um ponto para baixo e aparece com 26% de indicações de voto, e pela atual governadora, Yeda Crusius (PSDB), que também oscilou um ponto para baixo e tem 13% da preferência dos gaúchos.
Considerando somente os votos válidos, o candidato do PT alcança 49% e tem chance de vencer no primeiro turno, já que a margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos. Ele pode ter, portanto, entre 46% e 52% dos votos válidos. No cálculo de votos válidos, a taxa de votos brancos, nulos e indecisos é distribuída proporcionalmente segundo o percentual de intenção de voto de cada candidato. É essa a contagem feita pela Justiça Eleitoral para declarar o vencedor da eleição.
O candidato do PSOL, Pedro Ruas, obteve 1% das intenções de voto. Aroldo Medina (PRP), Júlio Flores (PSTU), Humberto Carvalho (PCB), Montserrat Carvalho (PV) e Schneider (PMN) foram citados pelos eleitores mas não alcançaram 1% das preferências. Também foi citado Professor Guterres (PRTB), que perdeu o prazo para recorrer de decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) contrária a sua candidatura e não irá mais concorrer. Juntos, esses candidatos somam 3% das intenções de voto registradas pelo Datafolha.
Na comparação com a pesquisa anterior, o candidato do PT viu cair de 20 para sete pontos sua vantagem sobre Fogaça em Porto Alegre. Ele tinha 46% das intenções de voto na capital no levantamento concluído em 24 de agosto e, no atual, aparece com 38%. Já o peemedebista, que foi prefeito da cidade até o início deste ano, tinha 26% das indicações entre esses eleitores e agora alcança 31%. No interior, o ex-ministro da Justiça oscilou dois pontos para cima (de 40% para 42%) e Fogaça, um para baixo (de 27% para 26%).
O candidato do PT também teve queda entre os eleitores mais jovens, que têm entre 16 e 24 anos. Nessa faixa, tinha 44% e agora aparece com 40%. Já entre aqueles que têm de 35 a 44 anos, o movimento foi inverso: ele tinha 44% na pesquisa feita entre 23 e 24 de agosto e agora alcança 48%. Outro segmento que diminuiu sua intenção de votar em Tarso é o que agrega os eleitores com ensino superior. Na pesquisa anterior, ele era o preferido de 51% desse eleitorado, índice que agora caiu para 40%. A principal beneficiada por esse movimento foi Yeda Crusius, que viu suas indicações de voto subirem de 13% para 21% entre os mais escolarizados.
Na estratificação por renda, Tarso ganhou votos entre aqueles com ganho mensal familiar de até dois salários mínimos. Tem 42% desse eleitorado, ante 37% na pesquisa passada. Entre aqueles com renda familiar mensal de dois a cinco mínimos, o petista tinha 47% e agora obtém 43%. Na classe logo acima, sua queda foi maior: o ex-ministro alcançava 46% entres os eleitores com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos na pesquisa passada, índice que caiu para 40%. Nesse segmento, a governadora tucana passou de 17% para 23%. Yeda também subiu no eleitorado mais rico, que tem ganho mensal familiar acima de dez salários mínimos: tinha 22% na pesquisa passada e agora aparece com 31%.
Atual governadora, Yeda Crusius viu a rejeição a seu nome cair, mas ainda lidera nesse quesito: 42% dos entrevistados não votariam nela de jeito nenhum. Na pesquisa anterior, esse índice era de 47%. Também oscilou para baixo a rejeição a Fogaça (de 16% para 13%), que agora tem o mesmo índice que Tarso Genro. A seguir, em ordem decrescente, aparecem Julio Flores (PSTU), com 10%, Pedro Ruas (PSOL), com 9%, Schneider (PMN), com 8%, Aroldo Medina (PRP), Professor Guterres (PRTB) e Montserrat Martins (PV), com 7% cada um deles, e Humberto Carvalho (PCB), com 6%. Não rejeitam nenhum 13%, enquanto 2% rejeitam todos.
Em eventual segundo turno no Rio Grande do Sul entre Fogaça e Tarso Genro, 51% votariam no petista, enquanto 38% afirmam optar por Fogaça. Votariam em branco ou anulariam o seu voto 4% dos entrevistados e 7% ainda não sabem.
*Ana Amélia (PP) abre vantagem de oito pontos sobre adversários pelo senado
Empatados, Rigotto (PMDB) e Paim (PT) disputam segunda vaga*
A candidata do PP, Ana Amélia Lemos (PP), aparece, pela primeira vez, isolada na liderança da disputa por uma das duas vagas ao Senado pelo Rio Grande do Sul, aponta pesquisa Datafolha realizada entre os dias 8 e 9 de setembro. A jornalista tem 49% das intenções de voto para o Senado, alta de cinco pontos sobre o índice registrado em pesquisa concluída em 24 de agosto. Nesse levantamento, ela aparecia tecnicamente empatada com o ex-governador Rigotto (PMDB), que tinha 42%. Na pesquisa atual, o peemedebista oscilou um ponto para baixo e tem 41%. Disputa a segunda vaga de senador pelo Rio Grande do Sul com Pam (PT), que tenta a reeleição e tem 39%, oscilação para cima de um ponto sobre o levantamento anterior. Considerado a margem de erro de três pontos, para cima ou para baixo, os dois estão em empatados tecnicamente.
A candidato do PC do B, Abigail Pereira, tem 7% das intenções de voto. A seguir vêm Vera Guasso (PSTU), com 3%, Professor Marcos Monteiro (PV), com 2%, e José Schneider (PMN), Lucas (PSOL), Roberto Gross (PTC), Luis Carlos Drehmer (PCB), com 1% cada um deles. Berna Menezes (PSOL) não atingiu 1%. O candidato do PCB ao senado, Drehmer, teve sua chapa indeferida pela Justiça Eleitoral e não cumpriu prazo para recurso, por isso perdeu o direito de concorrer. Os votos em branco ou nulos para uma das vagas ao Senado somam 5% na pesquisa atual, enquanto 2% afirmam que irão votar em branco ou anular o voto para as duas vagas em disputa. Estão indecisos sobre o nome para uma vaga 31% dos eleitores. O índice de indecisos para as duas vagas é de 17%.
A maior vantagem sobre os adversários é conseguida por Ana Amélia no interior, onde ela alcança 51% das intenções de voto, alta de nove pontos na comparação com a pesquisa anterior. Ela também avançou sobre o eleitorado mais velho, segmento no qual passou de 39% para 48%. Rigotto mantém a liderança entre os mais jovens, que têm entre 16 e 24 anos, com 55% das indicações. Paim consegue seu melhor desempenho na faixa etária de 35 a 44 anos, na qual aparece com 47%. Na faixa logo acima, que vai de 45 a 59 anos, ele teve alta de 40% para 45%.
Quando observado a escolaridade do eleitor, Ana Amélia subiu mais entre aqueles que estudaram até o ensino fundamental: tinha 38% e agora aparece com 45%. Rigotto oscilou para baixo (de 41% para 44%) entre os eleitores com nível médio. A candidata do PP conseguiu ainda ascensão significativa junto aos eleitores com renda de até dois salários, segmento no qual aparece com 46% das indicações de voto, ante 37% no levantamento anterior. Já Paim caiu de 45% para 39% entre os eleitores gaúchos com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos
O senador do PT segue como o preferido dos eleitores que votam em Dilma (PT) para presidente, com 56% das indicações de voto, e dos que afirmam votar em Tarso para o governo, também com 56%. Rigotto tem seu melhor desempenho entre os eleitores de José Serra (PSDB), com 59% das intenções de voto, e na fatia que escolhe Fogaça para governador, na qual alcança 63%. A candidata do PP tem seu melhor desempenho (76%) entre os que optam por Yeda no Rio Grande do Sul, além de conquistar 59% das intenções de voto entre os eleitores de Serra, mesmo índice de Rigotto.
São Paulo, 10 de setembro de 2010.