Após horário eleitoral, Dilma dobra a vantagem sobre Serra

DE SÃO PAULO

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Se a eleição fosse hoje, petista venceria no primeiro turno com 54% dos votos válidos

A primeira pesquisa Datafolha realizada após o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV mostra que a candidata do PT, Dilma Rousseff, cresceu seis pontos percentuais na última semana, alcançando 47% das intenções de voto para presidente da República. O levantamento, feito integralmente hoje, dia 20 de agosto, aponta ainda queda de três pontos no apoio ao tucano José Serra, que fica agora com 30%. Marina Silva apresenta oscilação negativa de um ponto percentual e obtém 9%. A taxa de indecisos é de 8% e a dos que pretendem votar em branco ou anular o voto é de 4%

A diferença de Dilma para o ex-governador fica em 17 pontos percentuais. A petista alcança 54% dos votos válidos, o que garantiria sua vitória já no primeiro turno, caso a eleição fosse agora. O cálculo dos votos válidos considera apenas as menções a candidatos. As taxas de indecisos e a dos que votam em branco e nulo não são excluídas, mas sim distribuídas proporcionalmente entre os candidatos, de acordo com os percentuais de intenção de voto obtidos por cada um.

Depois do início da propaganda eletrônica oficial, o apoio à candidatura da ex-ministra de Lula cresceu em quase todos os segmentos sociais, a exemplo do que já havia acontecido na semana anterior. Mas a ascensão é mais expressiva entre os moradores do Nordeste (11 pontos), entre as mulheres (oito pontos), entre os mais jovens (nove pontos), entre os menos escolarizados (nove pontos) e entre os que têm de 45 a 59 anos (12 pontos).

Na intenção de voto espontânea, Dilma subiu de 26% para 31%. Serra oscilou positivamente um ponto percentual (de 16% para 17%) e Marina ficou estável com 5%. A taxa de entrevistados que não sabem opinar sem a apresentação do cartão com os nomes dos entrevistados caiu seis pontos após o início do horário eleitoral. Era 43% há uma semana e hoje corresponde a 37%.

Quanto ao grau de decisão sobre a escolha do candidato, 74% se dizem totalmente decididos sobre o voto. Entre os eleitores de Dilma Rousseff, essa taxa é de 78% e entre os de José Serra, ela é de 74%. Na pesquisa anterior, esses índices correspondiam a 80% e 70%, respectivamente. Com a inversão do líder nas intenções de voto, inverte-se também o candidato que figura como segunda opção. Nesse caso, entre os que não estão convictos, Serra alcança 29%, Dilma 19% e Marina também 19%.

Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a petista também ganhou pontos. No levantamento anterior, a ex-ministra tinha 49% da preferência do eleitorado em um eventual confronto direto contra o tucano. Na ocasião, o ex-governador de São Paulo aparecia com 41%. Agora, essas taxas são 53% e 39%, respectivamente.

A expectativa de vitória da petista também disparou. Há uma semana, antes do início do horário eleitoral, 49% achavam que Dilma seria eleita presidente. Agora, 57% acreditam na vitória da ex-ministra de Lula.

No total da amostra, é interessante notar que a maioria dos eleitores brasileiros sabe apontar o PT como o partido de Dilma Rousseff (65%). Em relação a Serra e Marina Silva, acontece o contrário - a maioria dos entrevistados desconhece os partidos dos dois candidatos.

*Petista é a melhor avaliada no horário eleitoral
34% já assistiram aos programas*

No total, 34% dos eleitores brasileiros já assistiram a pelo menos um dos programas de TV dos candidatos a presidente da República no horário eleitoral gratuito. Como o campo da pesquisa foi realizado no dia 20 de agosto e o horário eleitoral começou no dia 17 do mesmo mês, são dois os dias de propaganda dos presidenciáveis (17 e 19) que correspondem à audiência declarada pelos entrevistados. Assistiram à propaganda de Dilma Rousseff 29% e à de Serra 25%. Viram o programa de Marina (PV) 17%.

Questionados sobre qual dos candidatos se saiu melhor nos primeiros programas da campanha na TV, a maior parte da audiência (49%) respondeu Dilma. Outros 27% citaram José Serra e 8% Marina Silva. As menções positivas sobre o desempenho de Dilma são mais frequentes entre os que viram os programas no Nordeste (57%), entre os que têm menor renda (55%) e entre os mais jovens (53%).

São Paulo, 20 de agosto de 2010.