A primeira pesquisa Datafolha realizada após a oficialização das candidaturas para as eleições de 2010 mostra um empate técnico entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) na disputa pela presidência da República. Serra aparece com 37% das intenções de voto contra 36% de Dilma. O levantamento foi feito entre 20 e 22 de julho e a margem de erro para o total da amostra é de dois percentuais.
Comparando-se os dados atuais com os observados no início deste mês, o quadro permanece estável. Tomando-se como referência o cenário mais completo da pesquisa feita há 20 dias, notam-se oscilações negativas tanto na taxa de apoio à candidatura de Serra (era 39% no começo de julho) quanto na de Dilma (era 37% na ocasião), mas essas mudanças, dentro da margem de erro, são insuficientes para alterar a situação de empate técnico.
Marina Silva (PV) aparece em terceiro lugar, com 10% das menções. Em relação à pesquisa anterior, Marina oscilou positivamente um ponto percentual. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Eymael (PSDC) consegue 1%, cada, das intenções de voto. Os demais candidatos não alcançam esse percentual. Pretendem votar em branco ou anular o voto 4% dos entrevistados, enquanto outros 10% mostram-se indecisos.
Estratificando-se os resultados, são poucas as alterações significativas. A mais expressiva, em termos estatísticos, é a queda de sete pontos de José Serra entre as mulheres. Dilma Rousseff perde cinco pontos no Nordeste e cresce seis entre os que possuem renda familiar mensal entre 5 e 10 salários mínimos.
Considerando-se os oito estados onde a amostra fornece base estatística para uma leitura segura dos resultados, nota-se que Serra lidera com folga a corrida presidencial em São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Dilma tem melhor desempenho na Bahia, no Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Distrito Federal. Em Minas Gerais a disputa apresenta-se equilibrada. Entre os mineiros, o tucano tem 38% e a petista 35%. Entre os cariocas, essas taxas correspondem a 31% e 37%, respectivamente.
Nas capitais estudadas, Serra se destaca em Curitiba (47%), Porto Alegre (42%) e Belo Horizonte (39%). Dilma é mais forte em Recife (41%) e em Salvador (40%).
Na intenção de voto espontânea, Dilma oscilou negativamente um ponto (de 22% há 20 dias, para 21% agora) e Serra caiu três (de 19% para 16%). Nessa situação, em que o cartão com os nomes dos candidatos não é mostrado para os entrevistados, o presidente Lula ainda aparece com 4% das menções, mesma taxa obtida pela candidata do PV, Marina Silva.
*Maioria do eleitorado se diz totalmente decidida sobre voto
Dilma é a segunda opção para 24% e Serra para 19%; Para 41%, petista vencerá a eleição*
A maioria dos eleitores brasileiros que já revelam alguma opção para a eleição presidencial deste ano (69%), se diz totalmente decidida sobre o seu voto. Dizem que a escolha ainda pode mudar 27% dos entrevistados. As taxas mais expressivas dos que se julgam decididos encontram-se entre os homens (74%) e os mais idosos (79%). Os que se declaram mais voláteis são as mulheres (31%) e os mais jovens (39%).
Entre os eleitores de José Serra, 67% se dizem totalmente decididos sobre a opção, taxa que sobe para 78% entre os eleitores de Dilma Rousseff. Entre os que pretendem votar em Marina Silva, esse índice cai para 58%, já que 38% de seus eleitores cogitam a possibilidade de mudar o voto.
Quando se pergunta ao segmento dos que se mostram ainda voláteis, em quem eles poderiam votar, caso mudassem de idéia, a resposta é Dilma Rousseff para 24%. Serra é a segunda opção de19% e Marina de 16%. Entre os que pretendem votar na candidata do PV, mas que cogitam a hipótese de mudar a escolha, 36% optariam por Dilma e 33% por Serra.
A candidata do PT também lidera a expectativa de Vitória. A maior parte dos entrevistados (41%) acredita que a ex-ministra será eleita presidente da República. Para outros 30%, no entanto, Serra deve ser o vencedor. Entre os eleitores do tucano, 13% dizem que Dilma deve ser eleita, enquanto entre os que escolhem Dilma, apenas 6% apostam em uma vitória do candidato do PSDB.
Grau de conhecimento sobre candidatos fica estável
Quanto ao grau de conhecimento dos candidatos, não há mudanças importantes em relação à pesquisa feita no início de julho: 32% dizem conhecer muito bem José Serra (era 33% há 20 dias), e 14% afirmam o mesmo sobre Dilma Rousseff (era 15%). Sobre Marina Silva, essa taxa corresponde a 9% (também era 9% no levantamento anterior). No total, considerando-se todos os pontos da escala de conhecimento, 97% declaram conhecer José Serra, 89% já ouviram falar de Dilma Rousseff e 66% de Marina Silva.
*Disputa continua acirrada também no segundo turno
Rejeição aos principais candidatos fica estável*
A polarização da disputa do primeiro turno da eleição para presidente da República projeta-se também sobre a hipótese de uma segunda etapa do pleito. Numa situação de confronto direto entre Serra e Dilma, os eleitores brasileiros se dividem: 46% optam pela petista e 45% pelo tucano. Votariam em branco ou anulariam o voto 5% dos entrevistados, mesma taxa dos que se mostram indecisos. Em relação à pesquisa anterior não há mudanças expressivas.
Entre os eleitores de Marina Silva, 39% escolheriam Dilma em um eventual segundo turno contra Serra, enquanto 41% optariam pelo tucano. Nesse segmento, 15% votariam em branco ou anulariam o voto caso a disputa ficasse apenas entre PT e PSDB.
Considerando-se os estados onde há base estatística suficiente para uma leitura segura dos resultados, Dilma se destaca na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Serra, por sua vez, tem melhor desempenho no Paraná, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais, em um possível segundo turno, a petista aparece com 45% e Serra com 43%.
Sobre a rejeição aos candidatos, também não há alterações importantes. Comparando-se os dados aos observados no início do mês, as oscilações nas taxas dos principais candidatos ficam dentro da margem de erro. Dizem que não votam em Serra de jeito nenhum 26% dos brasileiros (era 24% há 20 dias), enquanto 19% reprovam o nome de Dilma Rousseff (era 20%) e 13% o de Marina Silva (era 14%).
70% dos eleitores sabem que Dilma é a candidata do presidente
Sobre o grau da influência de Lula na eleição, também não são observadas grandes mudanças. O apoio de Lula seria determinante na escolha de um candidato a presidente segundo 42% dos eleitores. No início de julho, essa taxa era de 41%. Outros 23% dizem que talvez votassem em um candidato apoiado pelo petista, enquanto 28% descartam totalmente a possibilidade. No início do mês, essas duas últimas taxas eram 24% e 28%, respectivamente.
Quanto ao conhecimento dos eleitores sobre quem é o candidato apoiado por Lula, 70% respondem corretamente o nome de Dilma Rousseff, outros 3% citam José Serra e 2% Marina Silva. Boa parte dos entrevistados, porém, (24%) não souberam dizer. O Datafolha esclarece que os dados relativos à esta pergunta não devem ser comparados com os resultados obtidos nos levantamentos anteriores porque o cartão circular que estimulava as respostas dos entrevistados até o início de julho, não continha todos os nomes que agora oficializaram suas candidaturas e que por isso foram contemplados neste estudo.
São Paulo, 23 de julho de 2010.