O governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), com 39% dos votos válidos, tem lugar garantido no segundo turno da eleição para o governo do estado de São Paulo, mostra pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 4 e 5 de outubro, antevéspera e véspera do primeiro turno. Seu adversário, no entanto, está indefinido: Paulo Maluf (PPB), com 27%, e José Genoino (PT), com 24%, disputarão voto a voto a segunda vaga para o turno final.
Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Maluf pode ter entre 25% e 29% e Genoino pode ter entre 22% e 26%; assim o petista e o pepebista estão empatados tecnicamente. Portanto, não é possível afirmar com certeza qual dos dois candidatos será o adversário de Geraldo Alckmin no dia 27 de outubro.
Um fator que pode ser decisivo para a definição do candidato que ficará em segundo lugar no primeiro turno da eleição diz respeito ao conhecimento do número do candidato e a votação na urna eletrônica, aspecto fundamental nessas eleições: caso o eleitor não saiba o número correto do candidato no qual pretende votar ou tenha dificuldades para operar a urna eletrônica ele não terá como efetivar sua intenção de voto, podendo, inclusive, dar seu voto a outro candidato, e não o que tinha escolhido.
A pesquisa, no entanto, não aponta vantagem para nenhum dos dois candidatos nesse aspecto: dos eleitores de Genoino, 58% sabem informar corretamente o número (13) que devem digitar na urna eletrônica para confirmar seu voto; entre os que pretendem votar em Maluf 56% sabem que o número do candidato é 11. Tal resultado representa um empate técnico: a taxa dos que conhecem o número de Genoino pode estar entre 56% e 60% e a dos que sabem o número de Maluf pode estar entre 54% e 58%. Um aspecto a ser considerado, embora não se possa afirmar qual será seu grau de interferência no resultado da eleição, é que Maluf tem um percentual maior de eleitores menos escolarizados que, em tese, podem se equivocar no momento de votar na urna eletrônica. Entre os eleitores de Alckmin 56% sabem dizer seu número (45).
Em relação à pesquisa anterior, realizada no dia 2 de outubro, Alckmin oscilou positivamente um ponto percentual (tinha 38% dos votos válidos); Maluf oscilou negativamente dois pontos (tinha 29%) e Genoino oscilou positivamente um ponto (tinha 23%).
Carlos Apolinário (PGT) manteve-se com 3% dos votos válidos e Antonio Cabrera (PTB) oscilou de 3% para 2%.
Ciro Moura (PTC) e Lamartine Posella atingem 1%, cada. Roberto Siqueira (PSL), Levy Fidelix (PRTB), Carlos Roberto Pittoli (PSB), Dirceu Travesso (PSTU), Pinheiro Pedro (PV), Anaí (PCO), Robson Malek (PRONA) e Osmar Lins (PAN) foram citados, mas não atingiram 1%.
Para o cálculo dos votos válidos o Datafolha exclui da amostra os eleitores que pretendem votar em branco ou anular o voto e os indecisos.
Foram ouvidos 3713 eleitores em 106 cidades do estado de São Paulo.
No que se refere ao total de votos a intenção de voto em Alckmin oscilou de 34% no dia 2 de outubro para 35% hoje; Maluf oscilou de 26% para 24% e Genoino oscilou de 21% para 22%. Carlos Apolinário se mantém com 3%, e Cabrera oscilou de 3% para 2%. Ciro Moura e Lamartine Posella se mantiveram com 1%, cada. Os demais candidatos somam 2%.
Na véspera do primeiro turno da eleição, o percentual de eleitores paulistas que não têm candidato a governador é de 10%: 4% pretendem votar em branco ou anular o voto e 6% se declaram indecisos.
Geraldo Alckmin venceria tanto Paulo Maluf (por 57% a 34%) quanto José Genoino (por 55% a 35%) em um eventual segundo turno. Genoino, com 48%, venceria Maluf, que teria 42%.
O percentual de eleitores que dizem, de maneira espontânea, que pretendem votar em Alckmin para governador, é de 26%, idêntica à verificada no dia 2 de outubro. O percentual dos que citam Maluf espontaneamente oscilou negativamente (de 18% para 17%); a taxa dos que mencionam Genoino oscilou positivamente (passou de 13% para 14%). Não sabem dizer espontaneamente em quem vão votar para governador 30%.
A intenção de voto espontânea é aferida pela primeira pergunta feita aos entrevistados, antes da apresentação de um cartão circular com os nomes dos candidatos aos entrevistados.
17% admitem que podem mudar seu voto no dia da eleição
Na véspera da eleição, o percentual de eleitores paulistas que já escolheram um candidato ou pretendem votar em branco ou nulo e que admitem que podem mudar o voto no dia da eleição é de 17%; a taxa dos que dizem que estão totalmente decididos é de 81%.
Entre os eleitores que pretendem votar em Geraldo Alckmin 16% afirmam que ainda podem mudar e 83% se dizem totalmente decididos; entre os eleitores de Paulo Maluf 17% afirmam que ainda podem mudar e 82% dizem ter tomado uma decisão definitiva sobre seu voto; entre os eleitores de José Genoino o percentual de eleitores que admitem mudar é de 18% e a taxa dos que se dizem totalmente decididos é de 81%. Entre os eleitores de Cabrera, que conta com 2% dos votos válidos, 27% admitem mudar o voto; entre os eleitores de Ciro Moura (1% dos votos válidos) 33% admitem mudar.
Entre os eleitores que admitem que ainda podem mudar o voto 27% citam Alckmin como o candidato com mais chance de ser beneficiado pela mudança; 22% citam Genoino e 18% mencionam Maluf.
São Paulo, 05 de outubro de 2002.