A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após a confirmação do nome de José Serra como candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo mostra que o peessedebista ganha pontos e assume a liderança na disputa. Sem a presença de Paulo Maluf (PP), em uma das seis simulações investigadas na pesquisa, Serra chega a ter 34% das intenções de voto, 13 pontos percentuais à frente da segunda colocada, a atual prefeita, Marta Suplicy (PT). Em março, ele atingia 29% nessa hipótese. Maluf e Marta, disputam o segundo lugar na preferência do eleitorado, seguidos por Luiza Erundina (PSB). A pesquisa também mostra o crescimento da intenção de voto espontânea no peessedebista e revela que, em eventual segundo turno contra qualquer um de três de seus principais adversários, sairia vitorioso.
No cenário que inclui todos os mais prováveis candidatos a prefeito, José Serra tem 26% das intenções de voto. Paulo Maluf e Marta Suplicy atingem 20%, cada.
Como a margem de erro máxima da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, o percentual de intenção de voto em Serra pode ser de, no mínimo, 23%, e de, no máximo, 29%. Maluf e Marta, por sua vez, podem ter entre 17% e 23% das intenções de voto. Ou seja, os pré-candidatos do PP e do PT atingem, no máximo, o menor percentual que Serra pode na verdade ter, o que indicaria um empate no limite da margem de erro da pesquisa. Mas, justamente por esse empate ocorrer no limite da margem de erro, é mais provável estatisticamente que Serra esteja à frente. Tal situação se repete, entre Serra e Maluf, em outras duas hipóteses. Em apenas uma delas a diferença entre os dois é ligeiramente menor, e o empate se dá fora do limite da margem de erro.
Ainda levando-se em consideração essa primeira hipótese, Luiza Erundina tem 11% das intenções de voto. Vêm a seguir os possíveis candidatos Francisco Rossi (PHS), José Aristodemo Pinotti (PFL) com 4%, cada, Paulinho (PDT) com 3%, Arnaldo Faria de Sá (PTB), Doutora Havanir (PRONA) e Michel Temer (PMDB) com 1% das intenções de voto, cada. Arnaldo Jardim (PPS) foi citado, mas não atingiu 1%. Diante desse cenário, 7% dos eleitores paulistas anulariam o voto e 4% ficariam indecisos.
A comparação dos números da pesquisa atual com a realizada em março mostra que Serra ganhou quatro pontos percentuais nesse primeiro cenário: ele atingia 22% das intenções de voto naquela ocasião. Maluf, por sua vez, perdeu quatro pontos (tinha 24%) e Marta Suplicy oscilou positivamente três pontos percentuais (atingia 17% em março).
Serra também ganhou pontos no cenário sem a presença de Maluf, passando de 29% para 34%. Nesse cenário Marta também oscilou positivamente, de 18% para 21%. Luiza Erundina oscilou de 14% para 12% e Francisco Rossi caiu de 11% para 6%. Vêm a seguir José Aristodemo Pinotti (oscilou de 7% para 5%), Paulinho (oscilou de 5% para 4%). Doutora Havanir oscilou de 2% para 1%. Michel Temer, que não foi incluído na pesquisa anterior, atinge 2%. Arnaldo Faria de Sá atinge 1% das citações. Nessa situação Arnaldo Jardim foi citado, mas não atingiu 1%. Eles também não participaram das hipóteses pesquisadas em março.
Mais um aspecto da pesquisa mostra o crescimento de José Serra na preferência do eleitorado: o percentual de entrevistados que afirmam, espontaneamente, que pretendem votar no peesedebista para prefeito, cresceu oito pontos em relação a março, passando de 2% para 10%. Marta Suplicy se manteve com 13% e Paulo Maluf com 12% das menções espontâneas. A taxa dos que não sabem dizer, de maneira espontânea, em quem pretendem votar para prefeito em outubro caiu cinco pontos, passando de 54% para 49%, e o percentual de entrevistados que pretendem votar em branco ou anular o voto se manteve em 10%.
Outros quatro cenários foram pesquisados pelo Datafolha. Em uma hipótese sem Pinotti, Erundina, Paulinho e Temer, Serra atinge 31%, nove pontos à frente de Maluf (22%) e dez pontos à frente de Marta (21%).
O cenário que exclui Luiza Erundina da disputa mostra Serra com 28%, seis pontos à frente de Maluf, que atinge 22%. Nessa hipótese, Marta Suplicy atinge 20% das citações.
Quando apenas Pinotti é excluído da disputa, Serra tem 26%, Maluf 20% e Marta 19%. Nessa hipótese, Erundina fica com 11% das intenções de voto.
O cenário no qual se registra a menor vantagem de Serra em relação a Maluf é o que exclui Pinotti e Temer. Nesse caso, o peessedebista tem 26%, Maluf atinge 21% e Marta 20% das intenções de voto. Luiza Erundina fica com 11%.
De um modo geral, José Serra se sai melhor entre os eleitores que declaram morar na zona norte da cidade - chega a ter 39% na hipótese sem Maluf. O ex-prefeito atinge suas maiores taxas na zona sul e Marta Suplicy se destaca na zona oeste.
Serra continua levando vantagem sobre seus adversários entre os erra em relação a Maluf é o que exclui Pinotti e Temer. Nesse caso, o peessedebista tem 26%, Maluf atinge 21% e Marta 20% das intenções de voto. Luiza Erundina fica com 11%.
De um modo geral, José Serra se sai melhor entre os eleitores que declaram morar na zona norte da cidade - chega a ter 39% na hipótese sem Maluf. O ex-prefeito atinge suas maiores taxas na zona sul e Marta Suplicy se destaca na eleitores mais escolarizados e de maior renda. No entanto, também conquista potencial de voto entre os mais pobres e menos escolarizados, segmentos nos quais Maluf liderava.
Na principal hipótese pesquisada, com todos os mais prováveis candidatos, Serra atinge 24% e Maluf 23% das intenções de voto entre os que têm escolaridade fundamental. Em relação à pesquisa anterior, Serra ganhou cinco pontos percentuais nesse segmento. Com Maluf aconteceu exatamente o inverso. Marta Suplicy fica com 17% nesse estrato.
Entre os que têm renda familiar mensal até cinco salários mínimos, Serra atinge 23% (atingia 19% na pesquisa anterior), e Maluf e Marta 21% das intenções de voto, cada. Em março, Maluf tinha 25% das intenções de voto entre os eleitores de menor renda.
No cenário sem Maluf, Serra tem 32% entre os menos escolarizados e 31% entre os de menor renda. Marta Suplicy atinge, respectivamente, 18% e 21% em cada um desses segmentos.
Se o segundo turno fosse hoje, Serra venceria principais adversários
Caso o segundo turno da eleição para prefeito fosse hoje, José Serra venceria aqueles que são, no momento, seus três principais adversários.
Contra Paulo Maluf, Serra atinge 61% das intenções de voto, contra 28% do ex-prefeito. Se a adversária fosse Marta Suplicy, o peessedebista venceria com 60% (Marta teria 29%). Contra Luiza Erundina, a diferença seria ligeiramente menor: 59% votariam no peessedebista e 32% na ex-prefeita.
A hipótese de um segundo turno entre Marta Suplicy e Paulo Maluf registra um empate técnico, em virtude da margem de erro de três pontos percentuais: Marta teria 43% (no mínimo 40% e no máximo 46%) e Maluf 39% (no mínimo 36%, no máximo 42%).
Se o segundo turno fosse hoje, Luiza Erundina levaria dez pontos de vantagem sobre Paulo Maluf (48% a 38%). Na hipótese de segundo turno entre Erundina e Marta verifica-se empate, mas no limite da margem de erro: com 43%, é estatisticamente mais provável que a pré-candidata do PSB esteja à frente da petista, que atinge 37%.
Aumenta rejeição a Maluf
Enfraquecido em seu próprio partido, principalmente após a divulgação de uma conta que teria no exterior, o ex-prefeito Paulo Maluf vê sua rejeição entre os paulistanos aumentar: hoje, 50% não votariam nele de jeito nenhum para prefeito de São Paulo. Em março eram 44%, percentual idêntico ao que então atingia Marta Suplicy. A rejeição à petista oscilou negativamente um ponto, e agora é de 43%. José Serra ainda leva vantagem sobre seus adversários por ter uma das menores taxas de rejeição, 11%.
Não votariam de jeito nenhum em Doutora Havanir 26%, percentual próximo ao obtido por Luiza Erundina (25%).
Vêm a seguir Paulinho (descartado como opção por 14%), Arnaldo Faria de Sá, Francisco Rossi e Michel Temer (rejeitados por 12%, cada), Arnaldo Jardim (11%) e José Aristodemo Pinotti (8%). Afirmam que rejeitam todos ou não votariam em nenhum dos prováveis candidatos apresentados 3%, enquanto 2% afirmam que votariam em qualquer um. Não souberam responder 3% dos entrevistados.
Maioria é indiferente a apoio de Lula ou Alckmin
Apoio de governador é mais valorizado que o de Lula
A maioria dos eleitores paulistanos afirma que o apoio do governador Geraldo Alckmin ou do presidente Lula a um candidato a presidente não faria diferença: 61% no caso de Lula (eram 56% em março), 54% no de Alckmin (eram 49% na pesquisa anterior).
O apoio do governador a um candidato a prefeito em outubro, no entanto, poderia levar 27% dos eleitores da cidade de São Paulo a votar nesse candidato, revela a pesquisa do Datafolha (eram 33% em março). No caso de Lula, essa taxa é de 12% (já foi de 19% em outubro de 2003, tendo caído para 14% em março).
Não votariam em um candidato apoiado pelo presidente Lula 23% (eram 26% na última pesquisa). Não votariam em um candidato apoiado por Alckmin 14% - eram 15% no levantamento anterior.
São Paulo, 21 de maio de 2004