A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após o início da divulgação do horário eleitoral no rádio e na TV, no último dia 17, mostra a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição, com 34% das intenções de voto, e o candidato do PSDB, José Serra, com 30%.
Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, tecnicamente ocorre um empate: Marta pode ter, no mínimo, 32%, e no máximo 36% das intenções de voto. Serra, por sua vez, pode ter entre 28% e 32% das intenções de voto. Isso significa que o empate se dá no limite da margem de erro: o peessedebista pode ter, no máximo, o percentual mínimo obtido pela petista. Em virtude disso, é mais provável que Marta esteja à frente.
A pesquisa foi realizada no dia 26 de agosto e foram entrevistados 1720 eleitores que moram na cidade de São Paulo.
Em relação à pesquisa anterior, realizada no dia 9 de agosto, Marta ganhou quatro (tinha 30% das intenções de voto) e Serra cinco pontos percentuais (tinha 25% das intenções de voto).
O terceiro colocado na disputa é o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que perdeu três pontos percentuais em relação à última pesquisa, passando de 19% para 16% das intenções de voto. Luiza Erundina oscilou de 7% para 6%, e ocupa a quarta colocação.
Vêm a seguir os candidatos Francisco Rossi (PHS), com 2%, Paulinho (PDT), Ciro (PTC) e Doutora Havanir (PRONA), com 1% das intenções de voto, cada. Penna (PV) e Professor Walter Canoas (PCB) foram citados, mas não atingiram 1%. Dirceu Travesso (PSTU), João Manuel (PSDC), Osmar Lins (PAN) e Anaí Caproni (PCO) não foram citados por nenhum dos entrevistados.
Se a eleição fosse hoje, 5% anulariam o voto, taxa que representa uma oscilação negativa de dois pontos percentuais em relação à verificada na pesquisa anterior (7%). Declaram-se indecisos 5%, percentual idêntico ao verificado na pesquisa anterior.
No que diz respeito à intenção de voto espontânea, Marta continua com 24%. Já o percentual dos que dizem, espontaneamente, que vão votar em Serra para prefeito, que era de 15% na última pesquisa, cresceu cinco pontos, e agora é de 20%. A exemplo do que acontece na intenção de voto estimulada, ocorre um empate no limite da margem de erro da pesquisa, e é mais provável que Marta esteja à frente. A intenção de voto espontânea em Maluf oscilou de 13% para 11%. Luiza Erundina é citada espontaneamente por 3%.
A taxa dos que não sabem dizer, de maneira espontânea, em quem pretendem votar para prefeito em outubro é de 35%, idêntica à verificada na pesquisa anterior. O percentual de entrevistados que pretendem votar em branco ou anular o voto caiu de 8% para 4%.
Marta supera Serra entre eleitores menos escolarizados e de menor renda
Serra recupera pontos perdidos entre eleitorado feminino, mas vem perdendo entre mais escolarizados e com maior renda
A pesquisa do Datafolha mostra que Marta Suplicy supera José Serra entre alguns dos segmentos mais numerosos da população: entre os que têm escolaridade fundamental (34% a 26%), entre os que têm renda familiar mensal de até cinco salários mínimos (36% a 28%) e entre os que fazem parte da População Economicamente Ativa (37% a 29%). A prefeita também se sai melhor do que Serra entre os homens (36% a 26%), entre os que têm de 16 a 25 anos (37% a 31%) e entre aqueles que têm de 26 a 40 anos (38% a 29%). Entre os eleitores com 41 anos ou mais o peessedebista tem 30% das intenções de voto, percentual idêntico ao obtido pela petista nesse segmento.
A intenção de voto em Marta variou positivamente, em especial, entre os eleitores paulistanos do sexo masculino (de 31% para 36%), entre os que têm 41 anos ou mais (de 24% para 30%), entre os que têm escolaridade média (de 31% para 36%), entre aqueles cuja renda familiar mensal é de até cinco salários mínimos (de 30% para 36%) e entre os que fazem parte da População Economicamente Ativa, ou seja, que trabalham atualmente (de 31% para 37%).
A pesquisa anterior mostrava que Serra tinha perdido oito pontos percentuais entre as mulheres, tendo caído de 33% no final de junho para 25% em 9 de agosto. Hoje, Serra reconquistou esses oito pontos, e volta a ter 33% das intenções de voto entre as eleitoras paulistanas, empatando com Marta, que tem 32% nesse segmento.
Serra também ganhou pontos, principalmente, entre os eleitores com idade entre 26 a 40 anos (de 22% para 29%), entre os que têm escolaridade fundamental (de 20% para 26%), entre os que têm renda familiar mensal até cinco salários mínimos (de 22% para 28%) e entre os que não fazem parte da População Economicamente Ativa, ou seja, que não trabalham, como donas de casa, estudantes e aposentados (de 26% para 32%).
Entre os eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos, segmento no qual se sai melhor, Serra passou de 39% para 34% das intenções de voto. Marta tem 28% nesse segmento, percentual idêntico ao verificado na pesquisa de 9 de agosto. Entre aqueles que têm escolaridade superior, o peessedebista, que chegou a ter 45% no final de junho, caiu para 36% no início de agosto e tem agora 33%. Marta tem 29% entre os mais escolarizados, percentual idêntico ao verificado na pesquisa anterior.
A intenção de voto em Paulo Maluf variou negativamente em especial entre os eleitores com 26 a 40 anos (de 17% para 11%), entre as mulheres (de 18% para 14%) e entre os que têm escolaridade média (de 18% para 12%).
Eleitores de Marta e de Maluf são os mais decididos e que têm maior conhecimento de número
A pesquisa do Datafolha mostra que, a exemplo do que ocorria no começo de agosto, os eleitores que se dizem mais decididos em relação a seu voto são os que declaram que, se a eleição fosse hoje, votariam em Marta Suplicy e em Paulo Maluf. Entre os que dizem que votariam na petista, 69% afirmam que estão totalmente decididos (eram 72% na pesquisa anterior); entre os que afirmam que votariam no candidato do PP essa taxa, que era de 71%, é agora de 67%.
Entre os que votariam em José Serra, 59% se dizem totalmente decididos e 39% afirmam que seu voto ainda pode mudar. Essas taxas eram de 58% e 41% na pesquisa anterior. Os potenciais eleitores de Luiza Erundina continuam se mostrando divididos: 48% se dizem totalmente decididos (eram 49% na pesquisa anterior) e 47% (eram 50% no último levantamento) declaram que seu voto ainda pode mudar.
O percentual dos que hoje votariam em branco ou anulariam o voto e declaram firmeza em sua decisão, que era de 59% na última pesquisa, é agora de 49%; a taxa dos que dizem que essa decisão ainda pode mudar passou de 33% para 31% e a dos que não souberam responder à indagação foi de 8% para 19%.
Dos que votariam hoje em Marta e admitem que podem mudar até o dia da eleição, 47% afirmam que, caso isso aconteça, o candidato com mais chances de receber seu voto seria José Serra. Citam Maluf como provável opção 17% e dizem que provavelmente votariam em Erundina 10%.
Entre os que hoje declaram intenção de votar em Serra, mas admitem que ainda podem mudar, Marta é citada como possível opção por 32%, Maluf é mencionado por 21% e Erundina por 12%.
Serra ficaria com 51% dos votos daqueles que hoje declaram intenção de votar em Maluf e admitem mudar; 15% dos eleitores que hoje votariam no ex-prefeito citam Marta como candidato que provavelmente receberia seu voto.
Dos eleitores que hoje votariam em Luiza Erundina, mas que ainda não estão totalmente decididos, 43% citam Serra como candidato com mais chances de receber seu voto em caso de mudança. Provavelmente votariam em Marta 22%.
Dos que hoje votariam em branco ou anulariam o voto e admitem a possibilidade de mudar, 33% citam Serra, 24% Marta, 14% Erundina e 10% Maluf como candidato que teria mais chance de receber seu voto.
Marta e Maluf são, entre os candidatos a prefeito, os que têm mais eleitores declarados que conhecem o número a ser digitado na urna eletrônica para confirmar seu voto: 69% respondem corretamente o número da petista (13) e 62% sabem o número do ex-prefeito (11). Entre os que pretendem votar em Serra (45) essa taxa é de 43%, e entre os que pretendem votar em Erundina (40) é de 25%.
Se segundo turno fosse hoje, Serra teria 52% e Marta 40%
Caso o segundo turno da eleição para prefeito fosse hoje, José Serra, com 52% dos votos, derrotaria Marta Suplicy, que teria 40%. A intenção de voto em Marta oscilou positivamente dois pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em 9 de agosto, enquanto Serra obteve a mesma taxa verificada anteriormente. A vantagem do peessedebista em relação à prefeita, que já foi de 33 pontos percentuais no final de junho, é hoje de 12 pontos.
Dos eleitores que declaram intenção de votar em Paulo Maluf no primeiro turno da eleição, diante de um segundo turno disputado entre Serra e Marta, 69% optariam pelo peessedebista e 18% pela petista; 12% anulariam o voto ou votariam em branco. Dos que votariam em Luiza Erundina, 56% escolheriam Serra, 33% ficariam com Marta e 9% anulariam ou votariam em branco.
Caso a disputa ficasse entre Marta e Maluf, a petista, com 56% do total de votos, venceria o ex-prefeito, que teria o voto de 31% dos eleitores paulistanos. A prefeita ganhou seis pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, quando atingia 50%, enquanto Maluf, que contava com 35% das preferências para essa hipótese de segundo turno, perdeu quatro.
Marta também aumentou a vantagem em relação a Luiza Erundina: hoje, a petista, com 55%, venceria a candidata do PSB, que atingiria 27%. Na pesquisa anterior, Marta atingia 48% e Erundina 32% das intenções de voto.
Serra, por sua vez, viu aumentar sua vantagem em relação a Maluf e a Erundina. Hoje, o peessedebista, com 66% dos votos, venceria o candidato do PP, que teria 24%. Na pesquisa anterior essas taxas eram de, respectivamente, 60% e 26%. Na hipótese de segundo turno contra Erundina, o percentual de intenção de voto em Serra passou de 59% para 68%, enquanto a taxa dos que votariam na ex-prefeita caiu de 30% para 23%.
Rejeição a Marta cai quatro pontos
Um terço dos paulistanos não votariam, de forma alguma, em Marta Suplicy, hoje. No entanto, a rejeição ao nome de Marta Suplicy tem caído: de 44% em março, oscilou para 43% em maio e para 42% em junho. Em agosto essa taxa caiu para 34% e hoje passou a ser de 30%.
Apesar dessa tendência de queda, Marta continua ostentando a segunda maior taxa de rejeição, atrás apenas de Paulo Maluf (51% não votariam nele para prefeito de jeito nenhum). José Serra segue tendo uma das menores taxas de rejeição (11%).
A rejeição a Luiza Erundina aumentou, de 20% na pesquisa anterior para 23% hoje.
Vêm a seguir Doutora Havanir (com rejeição de 22%), Francisco Rossi e Paulinho (11%, cada), Ciro (9%), Dirceu Travesso, João Manuel, Penna (8%, cada), Anaí Caproni, Osmar Lins (7%) e Professor Walter Canoas (6%).
Afirmam que rejeitam todos ou não votariam em nenhum dos candidatos 2%, e dizem que votariam em qualquer um deles 3%. Não souberam responder 5% dos entrevistados.
A pesquisa mostra que, quanto maior a renda e a escolaridade do eleitor, maior a rejeição a Marta.
Entre os que têm renda familiar mensal de até cinco salários mínimos, 29% não votariam de jeito nenhum na prefeita; essa taxa é de 31% entre os que têm renda entre mais de cinco e até dez salários e de 37% entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos. Entre os que têm escolaridade fundamental, Marta é rejeitada por 28%; entre os que têm escolaridade média essa taxa é de 30% e entre os que têm escolaridade superior chega a 36%.
Serra, que tem taxas de rejeição bastante similares nos diversos segmentos, enfrenta maior resistência dos homens (14%) do que das mulheres (9%).
São Paulo, 27 de agosto de 2004.