Lula obtém aprovação recorde, mantém liderança e chance de vitória no primeiro turno

DE SÃO PAULO

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Presidente é aprovado por 52% e teria hoje 56% dos votos válidos; Alckmin e Heloísa Helena ficam estáveis

A primeira pesquisa de intenção de voto para presidente realizada pelo Datafolha após o início da exibição do horário eleitoral gratuito, no último dia 15, mostra os primeiros efeitos da propaganda na TV. O presidente, e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), oscilou de 47% das intenções de voto na pesquisa realizada nos dias 7 e 8 de agosto, para 49% no levantamento realizado ontem e hoje. Se a eleição fosse realizada hoje, Lula seria eleito no primeiro turno, com 56% dos votos válidos, isto é, excluídos os votos nulos, em branco, e os eleitores que se declaram indecisos. A pesquisa também mostra que o governo do petista atinge aprovação recorde: Lula obtém a maior taxa de aprovação a um presidente desde que o Datafolha começou a fazer pesquisas nacionais de avaliação do governo Federal, em 1990, durante o governo de Fernando Collor de Mello.

O segundo colocado na disputa, Geraldo Alckmin (PSDB), também oscilou positivamente, de 24% para 25% das preferências. Já Heloísa Helena (PSOL) viu sua curva ascendente ser interrompida, e oscilou para baixo, de 12% para 11%.

Cristovam Buarque (PDT), mais uma vez, obtém 1% das intenções de voto. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO), não atingem 1% das menções, como já ocorria no levantamento anterior. Pimenta teve sua candidatura indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas seu partido enviou recurso contra a decisão e, por isso, seu nome foi incluído no levantamento. Votariam em branco ou anulariam o voto 6% e se declaram indecisos 7% dos eleitores.

O Datafolha ouviu 6279 eleitores em 272 municípios do país, nos dias 21 e 22 de agosto. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Quanto à avaliação do governo Federal, a taxa dos que consideram o desempenho do petista ótimo ou bom, que já havia crescido sete pontos percentuais entre julho e o início de agosto, tendo passado de 38% para 45%, voltou a subir, e é hoje de 52%. A taxa dos que classificam o governo Lula como regular caiu de 36% para 31% e a dos que acham que ele vem sendo ruim ou péssimo passou de 18% para 16%.

O antecessor de Lula, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), atingiu sua melhor marca em dezembro de 1996, quando estava prestes a completar dois anos de governo, e era aprovado por 47%. Itamar Franco (1992-1994) obteve 41% ao deixar o governo, em dezembro de 1994. A melhor marca de Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi registrada após três meses de governo, em junho de 1990, quando 36% aprovavam seu desempenho à frente do governo.

A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6,7. Na pesquisa anterior ela era 6,3. Cerca de um quinto (19%) atribui nota dez ao presidente. Percentual idêntico acha que ele merece nota oito.

Quando se compara a situação de Lula hoje, perto de completar três anos e oito meses no cargo, com a de Fernando Henrique Cardoso após três anos e sete meses no cargo, verifica-se vantagem para o petista. Em agosto de 1998, o peessedebista, candidato à reeleição, era aprovado por 39%, taxa 13 pontos percentuais inferior à obtida pelo atual presidente.

O mesmo levantamento, realizado no dia 14 de agosto daquele ano, mostrava Fernando Henrique Cardoso com 42% das intenções de voto. Lula atingia 26%. Apesar da vantagem, o percentual obtido por Fernando Henrique naquela ocasião não lhe garantia vitória no primeiro turno, diferentemente do que ocorre hoje com o atual presidente e igualmente candidato à reeleição. Descontados votos brancos, nulos e indecisos, o peessedebista atingia 51% dos votos válidos. Ou seja, em virtude margem de erro, podia ter entre 49% (abaixo do necessário para se eleger no primeiro turno) e 53%.

A possibilidade de vitória no primeiro turno acabaria se verificando em setembro, quando o então presidente atingiu 48% das intenções de voto (56% dos votos válidos). O peessedebista foi eleito, sem necessidade de segundo turno, em outubro daquele ano, com 53,06% dos votos válidos.

*Lula aumenta vantagem em eventual segundo turno
Lula e Alckmin empatam em rejeição*

A vantagem de Lula em relação a Alckmin em uma simulação de segundo turno dobrou em um mês. A pesquisa realizada nos dias 17 e 18 de julho mostrava que o petista obteria 50% em um eventual segundo turno contra o peessedebista, que atingia 40% na ocasião. O levantamento seguinte, realizado nos dias 7 e 8 de agosto, mostrava o presidente 17 pontos à frente (54% a 37%). Hoje, a vantagem do petista chega a 21 pontos percentuais (56% a 35%).

Em um eventual segundo turno contra Heloísa Helena, Lula teria 57%, e a senadora do PSOL ficaria com 31% dos votos, uma diferença de 26 pontos percentuais. Na pesquisa anterior a vantagem do petista em relação à candidata era de 19 pontos (54% a 35%).

A taxa dos que declaram espontaneamente que vão votar em Lula para presidente em outubro subiu quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, passando de 33% para 37%, maior taxa registrada nessa série de levantamentos realizados a partir de dezembro de 2004. A intenção de voto espontânea em Geraldo Alckmin oscilou de 12% para 13%, e o percentual dos que mencionam Heloísa Helena espontaneamente passou de 5% para 6%. A taxa dos que não sabem dizer espontaneamente em quem vão votar para presidente em outubro caiu seis pontos percentuais, passando de 42% na pesquisa anterior para 36% hoje.

A pesquisa traz mais um dado positivo para Lula: a taxa de eleitores que não votariam nele no primeiro turno, de jeito nenhum, caiu pela segunda vez consecutiva, e hoje, o petista empata com Geraldo Alckmin nesse aspecto. Por outro lado, a taxa de rejeição ao candidato peessedebista vem em curva ascendente.

Pesquisa realizada no final de junho mostrava que 31% não votariam em Lula de jeito nenhum no primeiro turno da eleição para presidente. Essa taxa oscilou para 32% em julho, caiu para 29% no início de agosto e é hoje de 26%.

A taxa de rejeição a Alckmin era de 19% em junho, subiu para 22% em julho, oscilou para 23% no início de agosto e chega a 24% hoje.

Ou seja, se em junho, a taxa de rejeição a Alckmin era 12 pontos inferior à obtida por Lula, hoje, a diferença entre os dois, de dois pontos percentuais, está dentro da margem de erro.

A rejeição a Heloísa Helena era de 21% nas pesquisas de junho e julho, oscilou para 23% no início de agosto e é hoje de 24%.

Cristovam Buarque, José Maria Eymael, Luciano Bivar e Rui Costa Pimenta atingem 23% de rejeição, cada.

Votariam em qualquer um dos candidatos a presidente 10% e não dariam seu voto a nenhum deles 3%.

*74% se dizem totalmente decididos quanto a voto para presidente;
24% ainda podem mudar*

O percentual de eleitores brasileiros que têm candidato a presidente ou que pretendem votar em branco ou anular o voto e que dizem estar totalmente decididos segue aumentando: 74% dizem, hoje, que seu voto não deve mudar até outubro, taxa quatro pontos maior do que a registrada no início do mês (70%). A taxa dos que declaram que seu voto ainda pode mudar caiu de 27% para 24%.

Lula continua sendo o candidato com maior taxa de eleitores que se dizem totalmente decididos: 80% dos que têm intenção de votar no petista declaram que seu voto não vai mudar (eram 78% na pesquisa anterior). Entre os eleitores que pretendem votar em Heloísa Helena, a taxa dos que se dizem totalmente decididos subiu nove pontos percentuais, passando de 59% para 68%. A taxa dos que têm intenção de votar em Geraldo Alckmin e declaram total certeza quanto ao seu voto oscilou de 68% para 67%.

Do total de entrevistados que afirmam que seu voto ainda pode mudar, 29% afirmam que Heloísa Helena é a candidata com mais chance de receber seu voto, caso mudem de idéia. Essa taxa era de 26% na pesquisa anterior. A taxa dos que citam Geraldo Alckmin como mais provável segunda opção de voto passou de 23% para 27%, e a dos que mencionam Lula oscilou de 15% para 17%.

Entre os que hoje têm intenção de votar em Lula, mas afirmam que seu voto ainda pode mudar, 42% citam Geraldo Alckmin como o candidato com mais chance de receber seu voto; eram 32% na pesquisa do início de agosto. Heloísa Helena é citada por 32% (33% no levantamento anterior).

Entre os eleitores de Geraldo Alckmin que não estão totalmente decididos, a taxa dos que citam Lula como mais forte candidato a ser beneficiado caso mudem de ideia quanto ao seu voto subiu de 22% para 31%; a taxa dos que citam Heloísa Helena oscilou de 39% para 40%.

Na pesquisa anterior, os eleitores de Heloísa Helena que ainda não estavam totalmente decididos se dividiam entre Alckmin (35%) e Lula (33%) como mais provável segunda opção. Hoje, repete-se tendência registrada em julho: a maior parte desses eleitores (42%) cita o peessedebista. Lula é citado por 29%.

*Lula é aprovado por 62% dos que viram seu desempenho no horário eleitoral;
Alckmin obtém 59% de aprovação*

Os programas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) no horário eleitoral gratuito são aprovados pela maioria dos eleitores que os assistiram. O desempenho de Lula no horário eleitoral é considerado ótimo ou bom por 62%, regular por 22% e ruim ou péssimo por 14% dos que viram sua propaganda. A avaliação de Geraldo Alckmin é semelhante: para 59% ele vem sendo ótimo ou bom, para 29% regular e para 9% ruim ou péssimo.

O desempenho de Heloísa Helena é aprovado por 48% dos eleitores que a viram no horário eleitoral gratuito. Para 33% ela vem sendo regular e para 15% ruim ou péssimo.

Afirmam ter visto o desempenho de Lula no horário eleitoral 46%. Essa taxa é de 43% em relação aos programas de Geraldo Alckmin e de 40% em relação aos de Heloísa Helena.