Cresce aprovação ao governo Federal e, com 55% dos votos válidos, petista estaria reeleito hoje; Heloísa Helena chega a 12%
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou de 44% para 47% das intenções de voto em 21 dias e, se a eleição fosse hoje, estaria reeleito, sem necessidade de realização de segundo turno, revela pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 7 e 8 de agosto, junto a 6969 eleitores em 306 municípios brasileiros. O segundo colocado na disputa, Geraldo Alckmin, caiu de 28% para 24% das intenções de voto. Assim, a vantagem de Lula em relação a Alckmin, que era de 16 pontos percentuais na pesquisa anterior, é hoje de 23 pontos. Heloísa Helena (PSOL) continua em curva ascendente: a senadora, que tinha subido de 6% no final de junho para 10% em julho, tem hoje 12% das preferências.
Se a eleição fosse hoje, Lula obteria 55% dos votos válidos, isto é, descontados votos brancos, nulos, e os eleitores indecisos. Em julho, o petista atingia 52%. Em razão da margem de erro, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, não era seguro afirmar com absoluta certeza que ele estaria reeleito, já que seu patamar mínimo era de 50%. Para que um candidato seja eleito sem necessidade de segundo turno ele deve obter 50% mais um dos votos válidos. Hoje, a real taxa de votos válidos obtidos pelo petista é de no mínimo 53%, mais do que suficiente para a reeleição no primeiro turno.
Cristovam Buarque (PDT) se manteve com 1% das intenções de voto. Rui Costa Pimenta (PCO) e José Maria Eymael (PSDC), que atingiam 1% na pesquisa anterior, não chegam a alcançar esse percentual hoje. Luciano Bivar (PSL), a exemplo do que acontecia no levantamento anterior, não chega a ser citado por 1% dos entrevistados. Votariam em branco ou anulariam o voto 7%, mesmo percentual dos que se declaram indecisos.
A aprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu sete pontos percentuais em relação ao levantamento anterior do Datafolha: a taxa dos que acham que ele vem fazendo um governo ótimo ou bom passou de 38% em julho para 45% hoje. A taxa dos que consideram o desempenho do presidente regular caiu de 40% para 36% e a dos que o avaliam como ruim ou péssimo foi de 21% para 18%.
A taxa dos que consideram o governo Lula ótimo ou bom repete recorde já registrado em agosto de 2003 e em dezembro de 2004 (45% em ambas as ocasiões).
Além disso, é a primeira vez, desde dezembro de 2004, que o percentual de aprovação ao presidente supera a dos que consideram seu governo regular, fora da margem de erro da pesquisa. Naquela ocasião, a taxa dos que achavam o governo do petista ótimo ou bom (45%) era cinco pontos superior à dos que o consideravam regular (40% ). Hoje, a taxa de aprovação é nove pontos superior à dos que acham que Lula está fazendo um governo regular.
A nota média atribuída ao governo Lula, em uma escala de zero a dez, é 6,3. Em julho, a nota média atribuída ao presidente era 6,0.
*Lula fica 13 pontos à frente de Alckmin no Sul
No Rio de Janeiro, Heloísa Helena vai a 20%; Geraldo Alckmin cai de 22% para 14%*
A Pesquisa mostra que Geraldo Alckmin continua perdendo votos na região Sul do país. O candidato, que no fim de junho estava sete pontos à frente de Lula (37% a 30%) entre os eleitores dessa região, perdeu 14 pontos percentuais desde então: caiu para 31% em julho e para 23% hoje. O candidato petista, por sua vez, oscilou de 30% em junho para 31% em julho e subiu para 37% hoje, ficando, assim, 13 pontos à frente do candidato peessedebista. Heloísa Helena tinha 6% em junho, subiu para 13% em julho e chega hoje a 15% entre os eleitores do Sul.
No Sudeste, a pesquisa de junho mostrava Lula com 39%, Alckmin com 34% e Heloísa Helena com 7% das intenções de voto. Em julho, a senadora do PSOL ganhou quatro pontos percentuais, chegando a 11%, enquanto o petista oscilou para 38% e o tucano para 35%. Em relação à pesquisa anterior, o presidente ganhou quatro pontos, chegando a 42%, enquanto Alckmin perdeu seis, caindo para 29%. Heloísa Helena oscilou de 11% para 13%.
Lula ampliou um pouco mais sua vantagem sobre Alckmin no Nordeste, tendo passado de 63% para 65% das intenções de voto entre os eleitores dessa região, enquanto o tucano permaneceu com 13% e Heloísa Helena oscilou de 7% para 8%.
Nas regiões Norte e Centro-Oeste, Lula oscilou de 45% para 43%, Alckmin permaneceu com 28% e Heloísa Helena foi de de 11% para 12%.
O Rio de Janeiro foi, dos três estados que permitem uma leitura em separado dos resultados da pesquisa, onde se verificaram as variações mais significativas em relação ao levantamento de julho. Lula subiu de 40% para 45% entre os eleitores desse estado, Alckmin caiu de 22% para 14% e Heloísa Helena subiu de 15% para 20%.
Em São Paulo, estado que governou por cinco anos, o candidato do PSDB perdeu cinco pontos percentuais (passou de 46% para 41%), e vê reduzida sua vantagem em relação a Lula, que foi de 32% para 35% das intenções de voto. Heloísa Helena oscilou de 9% para 11% das preferências entre os eleitores paulistas.
Lula ganhou quatro pontos em Minas Gerais, chegando a 49% das preferências, enquanto Alckmin perdeu seis pontos, passando de 26% para 20%. A senadora do PSOL passou de 10% para 14% entre os eleitores mineiros.
*Em eventual segundo turno, Lula venceria Alckmin e Heloísa Helena
Rejeição a petista cai de 32% para 29%*
Lula também ampliou sua vantagem na simulação de um eventual segundo turno contra Geraldo Alckmin. Em julho, o presidente atingia 50%, e o ex-governador paulista ficava com 40% das intenções de voto em uma disputa no segundo turno. Ou seja, uma diferença de 10 pontos percentuais. Hoje, o petista, com 54%, está 17 pontos à frente do peessedebista, que tem 37%.
O Datafolha fez, pela primeira vez, uma simulação de segundo turno entre Lula e Heloísa Helena. Os números são parecidos com os verificados na disputa com Alckmin: o petista, com 54%, derrotaria a senadora do PSOL, que obtém 35% das intenções de voto.
Quando solicitados a dizer, espontaneamente, em quem vão votar para presidente em outubro, 33% citam Lula, 12% Geraldo Alckmin e 5% Heloísa Helena. Cristovam Buarque, José Maria Eymael e Rui Costa Pimenta foram citados da maneira espontânea, mas não atingiram 1% das menções. Luciano Bivar não foi citado espontaneamente por nenhum dos entrevistados. Declaram que vão votar em branco ou anular o voto 5%. Ainda não sabem dizer em quem vão votar, de maneira espontânea, 42%.
Além de ganhar pontos na disputa, o presidente também viu sua rejeição, a maior entre os candidatos a presidente, diminuir: hoje, 29% não votariam de jeito nenhum no petista no primeiro turno da eleição. Em junho, essa taxa era de 31% e, em julho, de 32%. A rejeição a Geraldo Alckmin, por sua vez, vem em curva ascendente: era de 19% em junho, passou a 22% em julho e é hoje de 23%. A rejeição a Heloísa Helena oscilou dentro da margem de erro da pesquisa, de 21% em julho (taxa que repetia a verificada em junho) para 22% hoje.
José Maria Eymael, Luciano Bivar e Rui Costa Pimenta são rejeitados por 21%, cada. Um quinto (20%) descarta seu voto em Cristovam Buarque. Votariam em qualquer um dos possíveis candidatos à Presidência 9% e não votariam em nenhum deles 3%.
Chega a 62% a taxa dos que acreditam que Lula vencerá a eleição deste ano. Acreditam na vitória de Alckmin 14%, e na de Heloísa Helena, 3%. Cerca de um quinto (19%) não sabe dizer o nome do vitorioso da eleição presidencial.
A maioria dos eleitores brasileiros ainda desconhece o número que devem digitar na urna eletrônica para confirmar seu voto para presidente. Do total de entrevistados, 78% não sabem o número do candidato, e 2% dão respostas incorretas.
Apesar da maioria dos eleitores que declaram intenção de votar em Lula desconhecer o número que devem digitar para confirmar seu voto, o petista leva vantagem sobre seus adversários nesse aspecto. Entre os que declaram intenção de votar no petista, 29% respondem corretamente o número a ser digitado na urna eletrônica para confirmar seu voto (13). Essa taxa é de 13% entre os eleitores de Geraldo Alckmin (número 45). Entre os que têm intenção de votar em Heloísa Helena (50) apenas 2% respondem seu número corretamente.
*27% afirmam que seu voto ainda pode mudar
Heloísa Helena cresce como segunda opção, tanto entre eleitores de Alckmin quanto entre os de Lula*
O percentual de eleitores brasileiros que têm candidato a presidente ou que pretendem votar em branco ou anular o voto e que dizem estar totalmente decididos passou de 68% em julho para 70% hoje. A taxa dos que declaram que seu voto ainda pode mudar continua expressiva, embora tenha caído de 30% para 27%.
Entre os que declaram intenção de votar em Lula, a taxa dos que se dizem totalmente decididos subiu quatro pontos percentuais, passando de 74% para 78%. Entre os eleitores de Geraldo Alckmin essa taxa oscilou de 66% para 68% e entre os de Heloísa Helena subiu de 53% para 59%.
Do total de entrevistados que não estão totalmente decididos, 23% afirmam que Geraldo Alckmin seria o candidato com maior chance de receber seu voto, em caso de mudança. Em julho essa taxa era três pontos maior (26%). Lula é citado por 15%; em julho, essa taxa era de 16%. Já a taxa dos que apontam Heloísa Helena como a candidata com mais chances de receber seu voto, em caso de mudança, subiu 12 pontos (de 14% para 26%) em relação ao levantamento anterior.
Entre os que hoje votariam em Alckmin, mas afirmam que seu voto ainda pode mudar, a taxa dos que citam a senadora como a candidata com mais chance de receber seu voto subiu 15 pontos percentuais, passando de 24% em julho para 39% hoje. Entre os eleitores não convictos de Lula, a taxa dos que podem migrar para a candidatura do PSOL subiu 12 pontos percentuais, passando de 21% para 33%.
Entre os eleitores de Heloísa Helena que não estão totalmente decididos, a taxa dos que provavelmente optariam por Alckmin caiu quatro pontos percentuais (de 39% para 35%), enquanto a dos que citam Lula como o mais provável beneficiário de sua mudança subiu 12 pontos (de 21% para 33%).
*43% não tem nenhum interesse pelo horário eleitoral de candidatos à presidente
31% afirmam que não vão assistir propaganda na TV*
A maior parte (43%) dos eleitores brasileiros afirma não ter qualquer interesse pelo horário eleitoral gratuito na TV dos candidatos a presidente. Essa taxa é cinco pontos superior à registrada em agosto de 2002 (38%), mas inferior à verificada em pesquisa realizada no mesmo mês em 1998 (51%).
Dizem ter muito interesse na propaganda dos candidatos a presidente 24%, taxa idêntica à verificada em 2002 (eram 18% em 1998). Os que dizem ter um pouco de interesse são hoje 32%, ante 36% há quatro anos e 29% em 1998.
Os percentuais são parecidos no que se refere ao horário eleitoral gratuito dos candidatos aos governos estaduais: 23% dizem ter muito interesse, 33% um pouco de interesse e 43% nenhum interesse. O horário eleitoral que causa menos interesse é o dos candidatos ao Senado, pelo qual 47% dizem ter nenhum interesse. Dizem ter muito interesse 20% e um pouco de interesse 32%.
Dizem que não vão assistir o horário eleitoral gratuito na TV 31%. Taxa um pouco maior (36%) afirma que vai assistir de vez em quando. Vão assistir sempre 15%, e, raramente, 16%.
A maioria dos eleitores brasileiros atribuem pelo menos um pouco de importância ao horário eleitoral gratuito para a definição de seu voto em outubro. Para 40% o horário eleitoral vai ser muito importante para definir seu voto para presidente. Para 27% a propaganda na TV será um pouco importante. Essas taxas são parecidas com as registradas quando se trata do voto para governador. Nesse caso, 39% atribuem muita importância e 27% um pouco de importância ao horário eleitoral para a definição.
Mas a pesquisa também mostra que percentual significativo não dá qualquer importância ao horário eleitoral para definir seu voto. Os percentuais são parecidos em relação ao voto para presidente, governador (32% em ambos os casos) e senador (33%).