Lula, com 50%, mantém vitória no primeiro turno

DE SÃO PAULO

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Vantagem de petista sobre demais candidatos oscila de 13 para 11 pontos percentuais do total de votos

A 19 dias da eleição para a Presidência, o atual ocupante do cargo e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se mantém com chances de vencer a disputa no primeiro turno, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha ontem e hoje, dias 11 e 12 de setembro. Em relação ao levantamento da semana passada, realizado nos dias 4 e 5 de setembro, Lula oscilou um ponto para baixo, passando de 51% para 50% das intenções de voto. O segundo colocado, Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou um ponto para cima, de 27% para 28%, e Heloísa Helena (PSOL) se manteve com 9% das preferências. Cristovam Buarque (PDT) e Ana Maria Rangel (PRP) continuam com 1% das intenções de voto. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO), mais uma vez, foram citados por menos de 1% dos entrevistados. Votariam em branco ou anulariam o voto 4% e se declaram indecisos 6%.

Se a eleição fosse realizada hoje, Lula estaria reeleito com 56% dos votos válidos, isto é, excluídos os votos nulos, em branco e os eleitores que se declaram indecisos.
O Datafolha ouviu 3817 eleitores em 217 municípios do país. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Após quatro semanas de horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, o conhecimento dos números dos candidatos a presidente aumentou entre o eleitorado brasileiro. No entanto, parcela expressiva ainda não sabe que número deve digitar na urna eletrônica para confirmar seu voto no dia da eleição. Do total de eleitores entrevistados, 54% não sabem dizer o número a ser digitado. Dão respostas corretas 43% e respondem incorretamente 3%.
Os eleitores que têm intenção de votar em Lula são os mais bem informados: 53% respondem corretamente quando indagados sobre o número que vão digitar para confirmar seu voto. Essa taxa é 24 pontos maior do que a registrada em pesquisa realizada nos dias 7 e 8 de agosto, uma semana antes do início do horário eleitoral.

Entre os eleitores de Geraldo Alckmin, 61% ainda não sabem que número devem digitar para confirmar seu voto. A taxa dos que respondem corretamente subiu de 13% no início de agosto para 37% hoje. Dão respostas incorretas 2%.

Entre os que pretendem votar em Heloísa Helena, 81% ainda não sabem o número da candidata. Na pesquisa anterior eram 97%. Respondem corretamente 15%, taxa 13 pontos superior à verificada antes do início do horário eleitoral.

Caso fosse realizado um segundo turno hoje, entre Lula e Geraldo Alckmin, o petista venceria, com 55% dos votos, percentual idêntico ao registrado no levantamento anterior. O candidato do PSDB teria o voto de 38% dos eleitores brasileiros, taxa que representa uma oscilação positiva de um ponto percentual em relação à pesquisa da semana passada.
A intenção de voto espontânea em Lula oscilou de 41% para 40%. Alckmin é citado espontaneamente por 17%, percentual idêntico ao que obtinha semana passada, e Heloísa Helena é mencionada por 4% (eram 5% na pesquisa anterior). A taxa dos que não sabem dizer espontaneamente, ou seja, antes que lhe sejam apresentados os nomes dos candidatos, em quem vão votar para presidente no dia 1º de outubro, oscilou de 30% para 32%.

A taxa de rejeição ao candidato petista, que em pesquisa realizada nos dias 21 e 22 de agosto empatava com a de Alckmin, voltou ao mesmo patamar do início daquele mês. Como no levantamento realizado nos dias 7 e 8 de agosto, 29% não votariam de jeito nenhum, hoje, em Lula no primeiro turno da eleição para presidente. Essa taxa é cinco pontos maior do que a obtida por Geraldo Alckmin, rejeitado por 24% dos eleitores. A rejeição a Heloísa Helena subiu de 25% para 28% em uma semana. Não votariam de jeito nenhum em Rui Costa Pimenta 24% e não votariam em José Maria Eymael 23%. Cristovam Buarque e Luciano Bivar e são rejeitados por 22% dos eleitores, cada. Descartam votar em Ana Maria Rangel 20%.

Votariam em qualquer um dos candidatos a presidente 9% e não votariam em nenhum deles 2%.

A avaliação do presidente Lula se mantém estável. O percentual de eleitores que consideram seu desempenho ótimo ou bom oscilou de 48% para 46%. Essa oscilação de dois pontos percentuais na aprovação ao presidente se reflete no percentual de eleitores que acham que o petista vem fazendo um governo regular, que oscilou de 33% para 35%. A taxa de reprovação a Lula não se alterou: 18% classificam seu desempenho no governo como ruim ou péssimo, como na pesquisa anterior.

A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, 6,5, é idêntica à que ele recebia no levantamento anterior.

*Intenção de voto em Alckmin sobe 14 pontos entre eleitores com maior renda
Peessedebista também ganha pontos entre mais escolarizados*

As maiores variações nas intenções de votos se deram nos segmentos com maior renda e entre os mais escolarizados. Se a pesquisa da semana passada mostrava que a preferência por Lula havia aumentado nesses estratos, colocando-o em situação de empate com Geraldo Alckmin, o levantamento desta semana mostra perdas para o petista e ganhos significativos para o peessedebista, que assume a liderança isolada entre eleitores com maior renda e com maior grau de escolaridade.

Da semana passada para hoje, Alckmin elevou o tom das críticas a Lula no horário eleitoral e em entrevistas. Entre outras ações mostradas na TV pelo candidato, destaca-se um programa em que, aceitando um desafio proposto pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, aos candidatos à Presidência, percorreu a BR-316, no Maranhão, considerada a pior estrada do país.

Entre os que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos Alckmin ganhou 14 pontos percentuais, passando de 38% para 52% das intenções de voto, maior taxa obtida pelo candidato desde junho, e que lhe dá uma vantagem de 27 pontos sobre Lula, que caiu de 35% para 25% nesse segmento.

Entre os que têm rendimentos entre cinco e dez salários mínimos, Lula passou de 41% para 36% e Alckmin variou de 34% para 39% das intenções de voto.

O candidato tucano ganhou sete pontos percentuais entre os eleitores com escolaridade superior, passando de 36% para 43%, enquanto o petista passou de 34% para 29% nesse segmento.

No Sul, Lula tem hoje 35% das intenções de voto, quatro pontos a menos do que na semana passada (39%). Alckmin oscilou de 33% para 34% na região. Heloísa Helena, que chegou a ter 15% no início de agosto, tem hoje 10% entre o eleitorado do Sul. Nas regiões Norte e Centro-Oeste Lula passou de 50% para 53% e Alckmin se manteve com 30%. Heloísa Helena, que obtinha 11% nessas regiões na semana passada, agora tem 8%.