Ataques no horário eleitoral não afetam favoritismo de Lula, que vai a 51%

DE SÃO PAULO

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Petista seria reeleito no primeiro turno, hoje, com 57% dos votos válidos

A mudança de tom na campanha da coligação PSDB-PFL no horário eleitoral gratuito, do candidato à Presidência Geraldo Alckmin, que desde a semana passada intensificou os ataques ao presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não abalou o favoritismo do petista, revela pesquisa realizada pelo Datafolha. Em uma semana, Lula oscilou um ponto para cima, de 50% para 51% das intenções de voto, enquanto Alckmin se manteve com 27% das preferências. Heloísa Helena (PSOL) oscilou para baixo pela terceira vez seguida e tem, agora, 9%. Cristovam Buarque (PDT) se manteve com 1%, idêntico percentual ao obtido por Ana Maria Rangel (PRP), incluída pela primeira vez nessa série de pesquisas. José Maria Eymael (PSDB), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO), mais uma vez, não atingiram 1% das menções. A taxa dos que pretendem votar em branco ou anular o voto oscilou de 6% para 4%, e a dos que se declaram indecisos se manteve em 6%.

Se a eleição fosse hoje, Lula seria reeleito no primeiro turno, com 57% dos votos válidos, isto é, excluídos votos em branco, nulos e os eleitores indecisos. No levantamento da semana passada, realizado no dia 29 de agosto, Lula obtinha 56% dos votos válidos.

O Datafolha ouviu 7724 eleitores em 349 municípios do país. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A simulação de um eventual segundo turno entre Lula e Alckmin mostra, que, hoje, 55% dos eleitores brasileiros votariam pela reeleição do atual presidente, e 37% dariam seu voto ao candidato do PSDB, percentuais idênticos aos registrados no levantamento anterior.

Outro dado que mostra a força eleitoral de Lula diz respeito à intenção de voto espontânea. A taxa dos que afirmam espontaneamente, antes que lhe sejam informados os nomes na disputa, que vão votar no petista para presidente, chegou a 41%, três pontos superior à verificada no levantamento da semana passada. E, é importante destacar, entre os que dizem que vão votar em Lula quando apresentados aos nomes dos candidatos, 79% já haviam manifestado sua intenção de voto espontaneamente antes. Entre os eleitores de Geraldo Alckmin essa taxa é de 62%, e, entre os de Heloísa Helena, de 53%.

O percentual de eleitores que dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula, no primeiro turno da eleição presidencial, oscilou um ponto para cima, de 27% para 28%, enquanto a taxa de rejeição a Alckmin oscilou de 24% para 23% e a dos que rejeitam Heloísa Helena variou de 26% para 25%. Rui Costa Pimenta é rejeitado por 22%. Cristovam Buarque e Luciano Bivar são rejeitados por 21%, cada. Ana Maria Rangel e José Maria Eymael obtém 20% de rejeição, cada. Votariam em qualquer um dos candidatos a presidente 9% e não votariam em nenhum deles 3%.

A avaliação do desempenho de Lula como presidente se manteve estável. Acham que ele vem sendo ótimo ou bom 48%, mesmo percentual registrado no dia 29 de agosto. A taxa dos que dizem que Lula vem fazendo um governo regular caiu de 36% para 33% e a dos que consideram seu desempenho ruim ou péssimo oscilou de 16% para 18%. A nota média atribuída ao presidente, em uma escada de zero a dez, é 6,5 (era 6,6 na pesquisa da semana passada).

*Intenção de voto em Lula cresce entre eleitores mais escolarizados e com maior renda
Nos municípios com mais de 35 mil a 100 mil eleitores, petista ganhou nove pontos percentuais em uma semana*

A pesquisa da semana passada mostrou uma recuperação de Geraldo Alckmin entre os eleitores de maior renda e os mais escolarizados. Já o levantamento de hoje revela que a intenção de voto em Lula cresceu nesses estratos da semana passada para hoje. O levantamento também mostra que o petista teve seu maior crescimento nos municípios com mais de 35 mil a 100 mil eleitores.

Lula ganhou seis pontos entre os eleitores com escolaridade superior, passando de 28% para 34% das intenções de voto. Aparentemente, o petista tirou votos de Heloísa Helena, que passou de 20% para 15%, a menor taxa obtida pela senadora do PSOL nesse segmento desde junho, quando atingia 12% entre os mais escolarizados. Alckmin oscilou de 37% para 36%. Dessa forma, a vantagem do peessedebista sobre o petista entre os eleitores com nível superior de escolaridade caiu, em uma semana, de nove pontos percentuais para apenas dois pontos, e, hoje, ocorre empate entre os dois candidatos nesse estrato.

Entre os eleitores com renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, a vantagem de Alckmin sobre Lula caiu de 13 para três pontos. Enquanto o candidato do PT passou de 29% para 35% entre os eleitores de maior renda, o tucano variou de 42% para 38%. Entre os que têm rendimentos acima de cinco e até dez salários mínimos Lula ganhou cinco pontos percentuais, passando de 36% para 41% das preferências. Mais uma vez, o crescimento do petista é acompanhado pela queda de Heloísa Helena, que foi de 17% para 13% nesse estrato. Alckmin se manteve com 34% nesse estrato do eleitorado.

Lula ainda aumentou um pouco sua vantagem entre os eleitores com renda até dois salários mínimos, passando de 56% para 59% nesse segmento. Alckmin, que oscilou de 21% para 22%, fica 37 pontos atrás do petista entre os eleitores de menor renda.

O maior crescimento de Lula se deu nos municípios com mais de 35 mil a 100 mil eleitores. Nesses municípios, ele passou de 45% para 54% das intenções de voto, enquanto Geraldo Alckmin passou de 30% para 27% das preferências. A maior vantagem do petista (29 pontos) em relação ao segundo colocado se dá nos municípios com até 35 mil eleitores, nos quais obtém 56% das preferências, ante 27% dos eleitores que pretendem votar em Alckmin. Nos municípios com mais de 100 mil eleitores a vantagem cai para 18 pontos (46% a 28%).

Regionalmente, a variação mais significativa se deu no Sul, onde se verifica a menor diferença entre os dois primeiros colocados na disputa. Lula passou de 36% para 39% das intenções de voto entre os eleitores dessa região, enquanto Alckmin oscilou dois pontos para baixo, de 35% para 33%.

No Estado do Rio de Janeiro, Lula passou de 44% das intenções de voto em pesquisa realizada nos dias 21 e 22 de agosto para 48% hoje. Alckmin ganhou três pontos no Estado, passando de 16% para 19%. Heloísa Helena perdeu quatro pontos, caindo de 22% para 18%. Na pesquisa anterior, a candidata do PSOL estava seis pontos percentuais à frente do peessedebista entre os eleitores fluminenses.

A maior variação positiva para Geraldo Alckmin se deu no Estado de Minas Gerais, onde passou de 22% para 26%. No entanto, o candidato tucano tem, entre os eleitores mineiros, taxa de intenção de voto 28 pontos inferior à obtida por Lula (54%). Em São Paulo, com 43%, ele continua à frente de Lula, que é o candidato de 37% dos eleitores paulistas.

No estado do Paraná, Lula fica seis pontos abaixo de sua média nacional, atingindo 45% das intenções de voto. Geraldo Alckmin obtém taxa cinco pontos maior do que a que obtém nacionalmente, chegando a 32% das preferências.

É importante ressaltar que o levantamento da semana passada não permitia uma análise em separado dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além disso, é a primeira vez que é possível a leitura dos resultados levando-se em consideração o Estado do Paraná separadamente.

No que diz respeito à idade, Lula teve seus ganhos mais significativos entre os mais jovens e entre os mais velhos. Tanto entre os eleitores com idade entre 16 a 24 anos, quanto entre os que têm 60 anos ou mais, o petista passou de 48% para 52% das intenções de voto.