Marta e Alckmin seguem liderando em São Paulo

DE SÃO PAULO

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Faltando menos de cinco meses para as eleições, a disputa pela Prefeitura de São Paulo se mantém estável, tendo como favoritos a atual ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), mostra pesquisa realizada pelo Datafolha. O atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) mantém a terceira colocação. Foram ouvidos 1087 moradores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos de idade, no dia 15 de maio. A margem de erro máxima, para as respostas que se referem ao total de entrevistados, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

No primeiro cenário apresentado aos entrevistados, os percentuais de intenção de voto nos três primeiros colocados oscilaram para cima, em relação à pesquisa anterior, realizada em março. Marta Suplicy oscilou de 29% para 30% das intenções de voto e Geraldo Alckmin passou de 28% para 29% das preferências, mantendo-se dessa forma o empate entre os dois, levando-se em consideração a margem de erro de três pontos percentuais. Gilberto Kassab oscilou dois pontos para cima, passando de 13% para 15% das preferências. O empate entre Marta e Alckmin e a terceira colocação isolada de Kassab se repetem nos demais cenários pesquisados. Paulo Maluf se manteve com 8% e Luiza Erundina, que admitiu recentemente desistir da disputa para ser vice de Marta Suplicy, oscilou de 7% para 5%, menor percentual obtido pela socialista nessa série de pesquisas.

Nesse cenário, Paulinho (PDT) oscilou de 3% para 2% e Soninha (PPS) passou de 1% para 2%, percentual atingido, mais uma vez, por Aldo Rebelo (PC do B). Ivan Valente (PSOL) e Zulaiê Cobra (PHS), que não chegavam a atingir 1% na pesquisa anterior, chegam a esse patamar hoje.

O segundo cenário, que considera Paulo Maluf fora da disputa, mostra Alckmin com os mesmos 30% que já obtinha nas pesquisas de fevereiro e março, percentual idêntico ao que Marta atinge agora (tinha 29% no levantamento anterior e 28% em fevereiro). Kassab vem ganhando pontos nesse cenário: tinha 13% em fevereiro, oscilou para 15% em março e chega hoje a 18%. Erundina, por sua vez, perdeu três pontos em relação ao levantamento anterior, oscilando de 9% para 6%, taxa idêntica à verificada em fevereiro.

Nesse cenário, os entrevistados que haviam declarado seu voto em Paulo Maluf no primeiro cenário apresentado, se distribuiriam, principalmente, entre Geraldo Alckmin (36%) e Gilberto Kassab (20%).

O cenário que exclui o nome de Luiza Erundina, e mantém o de Paulo Maluf, também mostra empate entre Marta e Alckmin, mas é aquele no qual a petista obtém sua maior vantagem sobre o peessedebista. Nesse cenário, a ministra do Turismo obtém 32% (tinha 30% em março), ante 28% atingidos pelo ex-governador tucano (29% na pesquisa anterior). Kassab oscilou de 15% para 16% nesse cenário e Paulo Maluf se manteve com 9%.

A pesquisa mostra que Marta Suplicy seria a principal beneficiada caso Luiza Erundina não participasse da disputa: cerca de um terço (28%) dos entrevistados que, no primeiro cenário, disseram que votariam em Erundina, com a exclusão de seu nome da disputa, afirmam que dariam seu voto a Marta. A possível candidata do PSB declarou, recentemente, que aceitaria ser vice na chapa de Marta, apesar da resistência de seu partido a tal acordo. Geraldo Alckmin fica com 17% desses votos, percentual idêntico ao dos que declaram que votariam em branco ou anulariam o voto. Os demais entrevistados se dividem principalmente entre Gilberto Kassab (11%), Paulo Maluf (9%) e Aldo Rebelo (7%).

No cenário que exclui os nomes de Erundina e Maluf, Marta oscilou de 32% para 33%; Alckmin se manteve com os mesmos 32% obtidos em março. Kassab também se manteve estável, com 17%.

Um último cenário, incluído pela primeira vez nessa série de pesquisas, exclui os nomes de Erundina, Maluf e Paulinho. Nesse caso, Marta tem 34% e Alckmin fica com 32% das intenções de voto. Gilberto Kassab obtém 17%.

No que se refere à intenção de voto espontânea, ou seja, às menções feitas antes da apresentação, aos entrevistados, dos cartões circulares com os nomes dos pré-candidatos, Marta Suplicy continua ganhando pontos, chegando hoje a 18%, três pontos a mais do que o percentual que obtinha em março e oito pontos a mais do que em fevereiro. Kassab, com 13% de menções espontâneas, empata com Alckmin, que obtém 9% de menções espontâneas.

Em relação à pesquisa anterior, o percentual dos que não sabem dizer espontaneamente em quem pretendem votar para prefeito em outubro caiu quatro pontos percentuais, tendo passado de 41% para 37%. A taxa dos que afirmam de maneira espontânea que pretendem votar em branco ou anular oscilou de 13% para 10%.

Alckmin volta a liderar entre os de maior renda

Entre os moradores da cidade que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos, Geraldo Alckmin ganhou 13 pontos percentuais, passando de 28% para 41% das intenções de voto. Marta Suplicy, por outro lado, caiu de 24% para 11% das preferências nesse estrato. Gilberto Kassab oscilou de 24% para 21% no segmento de entrevistados com maior renda. A pesquisa anterior mostrava empate entre Alckmin (28%), Marta e Kassab (24%, cada) nesse estrato.

Por outro lado, Marta ampliou sua vantagem entre os que têm renda até dois salários mínimos. Nesse segmento, a petista ganhou nove pontos percentuais (passou de 32% para 41%), enquanto Alckmin perdeu quatro (foi de 25% para 21%).

Entre os que têm escolaridade superior, Alckmin ganhou sete pontos percentuais (passou de 34% para 41%). No segmento dos mais escolarizados, Marta, que passou de 19% para 16%, e Kassab, que foi de 22% para 17%, dividem o segundo lugar.

Já entre os menos escolarizados, que têm o ensino fundamental, Marta assume a liderança, com 34% (eram 28% em março). Nesse estrato, Alckmin oscilou para baixo (de 26% para 23%), e Kassab oscilou para cima (de 12% para 15%). Entre os que têm o ensino médio, Marta e Alckmin atingem 31%, cada. Em relação ao levantamento anterior, a petista oscilou três pontos para baixo (tinha 34%) enquanto o tucano oscilou quatro pontos para cima (tinha 27%) nesse estrato.

A preferência dos simpatizantes do PSDB pela candidatura de Geraldo Alckmin chega a 70%, nove pontos a mais do que era registrado em março (61%). Dizem que votariam em Gilberto Kassab 14%, taxa quatro pontos inferior à registrada na pesquisa anterior (18%).

A exemplo do que ocorria em março, entre os que consideram o desempenho de Gilberto Kassab ótimo ou bom, ocorre empate entre ele e Geraldo Alckmin (ambos obtém 31%).

Quando se leva em consideração a região da cidade onde o entrevistado declara morar, o empate entre Marta e Alckmin, que se verifica entre o total de entrevistados, se repete apenas entre os que moram no Centro, onde a petista obtém 29% e o tucano atinge 26% das intenções de voto. Alckmin lidera sozinho entre os que moram na zona Norte, com 41%, e entre os que residem na região Oeste, com 37%. Marta é a líder isolada na zona Sul, com 38%, e na zona Leste, com 32%.

Rejeição a Paulinho dobra

No que se refere à rejeição aos prováveis candidatos a prefeito, a maior variação se deu em relação a Paulinho, cujo nome vem sendo citado em denúncias de irregularidades no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O percentual dos que não votariam no possível candidato do PDT, dobrou, passando de 12% para 24%.

Marta Suplicy continua enfrentando rejeição de cerca de um terço dos moradores da capital paulista: 31% não votariam de forma alguma na petista no primeiro turno da eleição para prefeito. Em março, essa taxa era de 29%. A rejeição a seu principal adversário, Geraldo Alckmin, oscilou de 15% para 16%, ou seja, continua sendo praticamente metade da taxa obtida pela petista. Gilberto Kassab se mantém com 27% de rejeição, e a taxa dos que não votariam de forma alguma em Luiza Erundina oscilou de 23% para 25%.

Paulo Maluf segue liderando o ranking de rejeição: 53% não votariam de jeito nenhum nele, no primeiro turno da eleição para prefeito. Em março essa taxa era de 51%.

A taxa dos que não votariam de forma alguma em Soninha subiu de 10% para 16%.

As taxas de rejeição aos demais possíveis candidatos a prefeito oscilaram para cima: não votariam de jeito nenhum em Aldo Rebelo 15% (eram 12%), descartam seu voto em Zulaiê Cobra 14% (eram 11%) e não dariam seu voto a Ivan Valente 13% (eram 10%).

Votariam em qualquer um dos candidatos 2% e não votariam em nenhum deles 1%.

Alckmin continua à frente em simulações de segundo turno

No caso de um segundo turno entre Geraldo Alckmin e Marta Suplicy, hoje, o tucano teria 52% dos votos, e a petista ficaria com 42%. Resultados semelhantes aos verificados em março, quando 53% votariam em Alckmin, ante 41% que dariam seu voto a Marta.

O tucano contaria, hoje, com o apoio de 67% dos que votariam em Gilberto Kassab e de 65% dos que dariam seu voto a Paulo Maluf no primeiro turno. Entre os que votariam em Luiza Erundina, 52% votariam em Marta Suplicy e 41% em Geraldo Alckmin.

Gilberto Kassab ganhou alguns pontos nas simulações de segundo turno. Quando a disputa é contra Geraldo Alckmin, o tucano atinge 58% e o atual prefeito fica com 31%, uma diferença de 27 pontos a favor do tucano, portanto. Em março a vantagem do peessedebista era de 32 pontos (59% a 27%). Contra Marta, Kassab teria 41%, dez pontos a menos do que a petista (51%). Na pesquisa anterior a vantagem da ministra do Turismo era de 16 pontos (53% a 37%).

Se a disputa ficasse entre Marta e Kassab, 55% dos que votariam em Alckmin no primeiro turno dariam seu voto ao prefeito do DEM. Se fossem Alckmin e Kassab a disputar, 55% dos potenciais eleitores de Marta optariam pelo tucano no segundo turno.

São Paulo, 16 de maio de 2008.