Mendonça (DEM) lidera corrida para a prefeitura de Recife, com 30%; Cadoca e João da Costa estão empatados em segundo lugar, com 22% cada

DE SÃO PAULO

Baixe esta pesquisa

Com 30% das intenções de voto, Mendonça (DEM) lidera a disputa pela prefeitura de Recife, revela a primeira pesquisa Datafolha realizada na capital pernambucana em 2008, após a homologação das candidaturas pelo Tribunal Regional Eleitoral. O candidato do DEM está oito pontos percentuais à frente de Cadoca (PSC) e de João da Costa (PT), que com 22%, cada, aparecem empatados em segundo lugar.

Raul (PMDB) vem em seguida, com 7%, enquanto Katia Telles, Roberto Numeriano e Edilson Silva alcançam 1%, cada. Declaram que pretendem votar em branco ou nulo 8% dos eleitores, enquanto 8% não souberam posicionar-se sobre o voto.

Foram ouvidos 831 eleitores de Recife, com 16 anos ou mais, nos dias 23 e 24 de julho de 2008. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

O eleitorado de Mendonça se destaca entre os mais velhos (39%), e entre os que avaliam como ruim ou péssima a gestão do prefeito João Paulo (38%), e entre os simpatizantes do PMDB (46%), a despeito do candidato do partido em Recife ser Raul.

Cadoca, por sua vez, obtém taxas de intenção de voto bastante homogêneas entre todos os estratos observados, com vantagem apenas entre os eleitores mais jovens (25%), em comparação com os mais velhos (17%). Já, João da Costa sai-se melhor entre os que estudaram mais (34%), os que declaram renda acima de cinco salários mínimos (32% pra cima), entre os que aprovam a gestão de João Paulo (31%), sendo de 40% entre os simpatizantes do PT.

Na intenção de voto espontânea, na situação em que não são apresentados os nomes dos candidatos aos entrevistados, João da Costa recebe 11% das menções, Mendonça alcança 9%, e Cadoca recebe 5%. Neste caso, 8% afirmam que votarão em branco ou anularão o voto, e 58% não souberam responder.

Cadoca é o mais rejeitado

Dentre os principais candidatos a ocupar o posto do próximo prefeito do Recife, Cadoca é o mais rejeitado, por 29% do eleitorado da cidade. Em um segundo patamar de rejeição empatam quatro candidatos: Katia Telles (24% não votariam nela de jeito nenhum), João da Costa (22%), e Roberto Numeriano e Mendonça (21%, cada). Rejeitam todos e não votaria em nenhum candidato 6%, enquanto 5% poderia votar em algum nome, sem rejeitar nenhum especificamente.

Mendonça, que lidera a disputa hoje a disputa pela prefeitura, é rejeitado mais pelos homens do que pelas mulheres (25%, ante 18%), pelos entrevistados mais escolarizados (33%), pelos que têm renda familiar acima de dez salários mínimos (35%), bem como pelos que pretendem votar em Cadoca (36%) ou em João da Costa (38%), e pelos simpatizantes do PT (33%).

A rejeição a Cadoca fica acima da média entre os eleitores que pertencem às classes A e B (36%), além de 51% dos que declaram voto em João da Costa. Já, João da Costa é rejeitado principalmente pelo eleitorado de Mendonça e pelos simpatizantes do PMDB (38% de cada segmento), enquanto sua rejeição é mais homogênea entre os estratos sócio-demográficos observados.

64% dos eleitores de João da Costa dizem-se totalmente decididos quanto ao voto

Pouco mais da metade dos eleitores de Recife (55%) declara-se totalmente decidida quanto ao candidato em quem votar para ser o próximo prefeito de Recife, com destaque para os eleitores de João da Costa (64%). Também estão mais decididos os homens (64%, ante 48% das mulheres), os mais velhos (66%), e os mais escolarizados (67%) e os que têm renda acima de cinco salários mínimos (63% ou mais).

Por outro lado, os que ainda podem mudar seu voto destacam-se entre as mulheres e os mais jovens (48%), e os que declaram voto em Raul (50%).

Mendonça seria a segunda opção para 9% entre os que ainda podem mudar de opinião. Entre os eleitores de Raul que admitem a possibilidade de mudar o voto, 14% poderiam escolher Mendonça, e para outros 14%, a escolha poderia ser Cadoca.

Também pouco mais da metade do eleitorado recifense (54%) considera o candidato escolhido até agora como o ideal contra 42% que acreditam não ter opção melhor de escolha. Nesse sentido, mostram-se mais satisfeitos 59% dos que têm curso superior, 64% dos eleitores com 60 anos ou mais, bem como os simpatizantes do PMDB (para 62% o candidato escolhido é o ideal, embora valha lembrar que não necessariamente pretendem votar no candidato do partido).

Por outro lado, entre os eleitores que declararam votar em branco ou anular o voto, 44% acreditam que nenhum dos candidatos é suficientemente preparado para ser o prefeito de Recife, e 31% pretendem fazê-lo como um forma de protesto.

Considerados 4% dos eleitores indecisos, do total da amostra, 72% estão ainda procurando se informar melhor sobre os candidatos, pois consideram cedo para decidir, enquanto a minoria dos indecisos (6%) acha que não há nenhum candidato preparado para ocupar o cargo de prefeito. Ainda assim, Mendonça seria o candidato mais provável de ser escolhido (20%), seguido por Cadoca, que poderia ser a opção de 14%.

Aprovação a João Paulo atinge 58%
Prefeito de Recife tem nota média de 7,2

Completando sete anos e sete meses como prefeito de Recife, o governo do petista João Paulo é considerado ótimo ou bom por 58% dos eleitores da cidade, aprovação equivalente à observada em novembro de 2007 (55%).

Ao mesmo tempo, cai a parcela dos que o avaliam como ruim ou péssimo, de 17% no final do ano passado para 12% agora. Já, 29% avaliam como regular sua gestão frente à prefeitura (26% na ocasião anterior).

A aprovação a João Paulo destaca-se entre os que pertencem às classes D e E (64%), sendo que é de 73% entre os simpatizantes de seu partido, o PT, e de 84% entre os que pretendem votar em João da Costa, seu candidato, na eleição em outubro. Os simpatizantes do PMDB (do candidato Raul), por outro lado, são os que mais desaprovam o prefeito: 25% avaliam seu governo como ruim ou péssimo.

Em uma escala de zero a dez, em que João Paulo tem nota média de 7,2, vale notar que 25% atribuem nota dez a seu governo, principalmente os menos escolarizados (34%) e os mais velhos (36%), os que pertencem às classes D e E (37%)

São Paulo, 24 de julho de 2008.