A candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, atinge 41% das intenções de voto, e abre uma vantagem de 17 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Geraldo Alckmin, do PSDB, que obtém 24% das preferências, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 21 e 22 de agosto, a 44 dias do primeiro turno da eleição. No levantamento anterior, realizado nos dias 23 e 24 de julho, Marta e Alckmin empatavam, em razão da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais: a petista atingia 36% e o tucano obtinha 32% das intenções de voto. Em um mês, a ex-prefeita ganhou cinco pontos percentuais, enquanto o candidato do PSDB perdeu oito.
A pesquisa, a primeira após o início da exibição do horário gratuito dos candidatos a prefeito na TV, no dia 20, também mostra que Marta empata com Alckmin em simulação de segundo turno, além de crescimento na taxa de intenção de voto espontânea e ligeira variação na taxa de rejeição à petista.
O atual prefeito, Gilberto Kassab, oscilou três pontos para cima: o candidato à reeleição pelo DEM passou de 11% para 14% das preferências. Paulo Maluf oscilou de 8% para 9% das preferências. Assim, se mantém o empate entre os dois candidatos. Considerando a margem de erro de três pontos percentuais, Kassab pode ter entre 11% e 17% das intenções de voto. Maluf, por sua vez, pode ter entre 6% e 12% das preferências.
A diferença de Alckmin para Kassab, que era de 21 pontos em julho, é hoje de 10 pontos percentuais.
Soninha (PPS) se manteve com 2% das intenções de voto. Ciro (PTC) e Ivan Valente (PSOL), que na pesquisa anterior obtinham 1% das menções, cada, embora citados, não atingiram esse percentual no atual levantamento. Edmilson Costa (PCB) e Levy Fidelix (PRTB) foram citados, mas não atingem 1%, como ocorria na pesquisa de julho. Anaí Caproni (PCO) e Renato Reichmann (PMN), cujos nomes constavam do cartão circular apresentado aos entrevistados, não receberam nenhuma menção.
Se a eleição fosse hoje, 5% votariam em branco ou anulariam o voto. Não saberiam em quem votar 4%.
Foram ouvidos 1093 eleitores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos de idade.
Outro dado da pesquisa demonstra a consolidação da liderança de Marta: a intenção de voto espontânea. O percentual dos que dizem, antes da apresentação dos cartões circulares com os nomes dos candidatos, que gostariam de votar na petista para prefeita, subiu oito pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, passando de 22% para 30%. Citam Geraldo Alckmin de maneira espontânea 14%; eram 13% na pesquisa anterior. A taxa de menções espontâneas a Gilberto Kassab oscilou de 7% para 10%. Paulo Maluf é citado espontaneamente como seu candidato a prefeito por 5%.
O percentual dos que não sabem dizer espontaneamente em quem gostaria de votar para prefeito caiu 11 pontos percentuais, de 43% para 32%. A taxa dos que afirmam de maneira espontânea que pretendem votar em branco ou anular oscilou de 7% para 5%.
Marta amplia vantagem entre eleitores menos escolarizados e de menor renda
Marta Suplicy ganhou pontos principalmente entre os eleitores com menor escolaridade e com menor renda familiar mensal, ampliando sua vantagem em segmentos nos quais já liderava com folga. Geraldo Alckmin perdeu pontos em todos os estratos em que a amostra é dividida para análise, até mesmo entre os simpatizantes do seu partido, o PSDB.
Entre os eleitores da cidade que têm escolaridade fundamental, a taxa de intenção de voto em Marta Suplicy passou de 43% para 48%. Geraldo Alckmin, por outro lado, foi de 26% para 21% nesse estrato. Assim, a vantagem da petista sobre o peessedebista entre os menos escolarizados, que era de 17 pontos, passou a ser de 27 pontos percentuais.
Na pesquisa de julho, ocorria empate entre Marta (36%) e Alckmin (34%) entre os que têm escolaridade média. Em um mês, Marta ganhou cinco pontos e Alckmin perdeu 11, e agora a petista fica 18 pontos à frente do tucano nesse estrato (41% a 23%).
A intenção de voto em Alckmin diminuiu inclusive entre os eleitores com nível superior de escolaridade, segmento no qual, na pesquisa anterior, ele ficava 15 pontos à frente de Marta (39% a 24%). Agora, a diferença entre os dois é de apenas quatro pontos (32% para o tucano, 28% para a petista). Gilberto Kassab ganhou seis pontos entre os mais escolarizados, passando de 15% para 21% das preferências nesse estrato do eleitorado.
Entre os que fazem parte de famílias que vivem com até dois salários mínimos por mês, Marta ganhou oito pontos percentuais, passando de 46% para 54% das intenções de voto. Alckmin, por sua vez, perdeu seis pontos entre os mais pobres, passando de 25% para 19%. Ou seja, nesse estrato, a petista ampliou sua vantagem sobre o tucano de 21 para 35 pontos percentuais.
No segmento dos que têm rendimentos entre dois e cinco salários mínimos Marta ganhou cinco pontos (passou de 39% para 44%), enquanto Alckmin perdeu nove (caiu de 32% para 23%).
Entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos a perda de Alckmin foi de oito pontos percentuais (de 36% para 28%). Agora, o tucano empata com a petista, que oscilou de 24% para 27% nesse segmento. Kassab passou de 17% para 20% entre os eleitores dessa faixa de renda.
Alckmin continua liderando entre os que têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, embora tenha perdido sete pontos percentuais, passando de 46% para 39%. Nesse estrato, quem teve maior variação positiva foi Gilberto Kassab, que passou de 14% para 21%. Marta oscilou de 18% para 20% entre os eleitores de maior renda, segmento socioeconômico no qual obtém seu pior desempenho.
No que diz respeito à idade dos entrevistados, Marta lidera em todas as faixas etárias, com exceção do eleitorado com 60 anos ou mais. Nesse estrato, Alckmin liderava sozinho na pesquisa anterior. Hoje, com oito pontos a menos (passou de 37% para 29%), empata com a petista, que ganhou cinco pontos percentuais (foi de 23% para 28%).
A maior perda de Alckmin, no que se refere à faixa etária a que pertence o eleitor, se deu entre os que têm de 16 a 24 anos: nesse estrato, o tucano perdeu 12 pontos, passando de 36% para 24%. Marta ganhou cinco, passando de 38% para 43%.
Entre os que se declaram simpatizantes do PSDB, a preferência por Alckmin caiu 11 pontos percentuais, tendo passado de 78% em julho para 67% hoje. Gilberto Kassab ganhou sete pontos entre os peessedebistas: passou de 12% para 19%. Marta Suplicy, por outro lado, vem conquistando mais eleitores que se declaram petistas: ela obtinha 71% nesse segmento no começo de julho, passou a 79% no final do mês e atinge hoje 84%.
Entre os que consideram o desempenho do prefeito Gilberto Kassab ótimo ou bom, Geraldo Alckmin atinge 27%, percentual idêntico ao obtido por Marta nesse segmento. O prefeito conta com 30% das intenções de voto entre os que aprovam sua administração. Entre os que reprovam a administração do prefeito, Marta chega a 57% das intenções de voto. Alckmin obtém 14% entre os que reprovam o governo do democrata.
Marta tem melhor desempenho entre eleitores que moram nos extremos da cidade
A pesquisa mostra que, a exemplo do que ocorreu na última eleição para prefeito, Marta Suplicy obtém seu melhor desempenho entre os eleitores que moram nos bairros mais periféricos da cidade.
Sua maior vantagem sobre Geraldo Alckmin se dá na região Sul 2, de distritos como Parelheiros e Capão Redondo. Nesse segmento, a petista obtém 59% das intenções de voto, 43 pontos à frente do tucano, que obtém 16%. Na região Sul 1, de distritos como Moema e Vila Mariana, o peessedebista atinge 34% e a ex-prefeita fica com 30%. A performance de Marta na Sul 2 lhe dá a liderança na região Sul como um todo, com 49% das intenções de voto, ante 22% de Alckmin.
Algo parecido ocorro nas zonas leste e norte.
Na Leste 2, onde ficam distritos como São Rafael e Cidade Tiradentes, Marta obtém 49% das intenções de voto, 35 pontos a mais do que Alckmin, que atinge 14%. Já na Leste 1, que inclui, entre outros, Penha e Carrão, a petista, com 30%, empata com o peessedebista, que obtém 31%. Mais uma vez, com a preferência que tem nos extremos da região, Marta fica à frente de Alckmin na região Leste como um todo (41% a 22%).
Na região Norte como um todo, Marta obtém 36% e Alckmin fica com 27%. A petista se sai melhor entre os que moram na Norte 2 (Pirituba, Freguesia do Ó), com 42%, ante 27% do peessedebista. Na Norte 1 (Mandaqui, Tucuruvi), ocorre empate: 29% para Alckmin, 26% para Marta.
Alckmin obtém seu maior percentual entre os que moram na zona Oeste. Entre esses eleitores, o tucano tem 33% das intenções de voto, sete pontos à frente de Marta, que atinge 26%. Entre os que moram no centro, a petista tem nove pontos de vantagem sobre o tucano (38% a 29%).
Em simulação de segundo turno, Marta vai a 49%; Alckmin tem 44%
Marta empata com Geraldo Alckmin na simulação de segundo turno. Se a disputa ocorresse hoje, 49% dos eleitores paulistanos votariam na petista, ante 44% que dariam seu voto ao peessedebista. O resultado da pesquisa atual mostra uma inversão em relação ao levantamento anterior, quando Alckmin obtinha 51%, e Marta, 43%.
Entre os que declaram intenção de votar em Gilberto Kassab no primeiro turno, 73% dariam seu voto a Geraldo Alckmin no segundo; 20% votariam em Marta. Entre os que votariam em Paulo Maluf, 56% optariam pelo peessedebista e 37% dariam seu voto à petista no caso de um segundo turno entre os dois.
Contra Gilberto Kassab, Marta ampliou a vantagem, que era de 15 pontos percentuais (52% a 37%), para 20 pontos (55% a 35%).
Geraldo Alckmin, por sua vez, viu sua vantagem em uma hipotética disputa contra Kassab, cair: em julho, o peessedebista obtinha 62%, contra 24% do democrata. Hoje, Alckmin obtém 57% e Kassab atinge 28%.
O nome de Paulo Maluf foi incluído pela primeira vez nas simulações de segundo turno. O ex-prefeito seria derrotado tanto por Marta (22% a 62%) quanto por Geraldo Alckmin (18% a 69%).
Rejeição a Marta Suplicy se mantém alta, mas oscila para baixo
Além de ganhar pontos na disputa pela prefeitura, Marta Suplicy viu a taxa de rejeição ao seu nome oscilar para baixo. Apesar disso, a petista segue com significativo percentual de eleitores paulistanos que não votariam nela para prefeita no primeiro turno: eram 34% em julho, são 31% hoje. Marta empata com o prefeito Gilberto Kassab no ranking de rejeição: 32% não votariam de forma alguma pela reeleição do democrata, percentual que era de 31% na pesquisa anterior. Geraldo Alckmin continua com uma das menores taxas de rejeição: 18% descartam votar no candidato do PSDB para prefeito.
Paulo Maluf continua sendo o candidato a prefeito com maior taxa de rejeição, ainda maior hoje do que no levantamento anterior: a taxa dos que não votariam de jeito nenhum no ex-prefeito subiu de 56% para 61%.
Todos os demais candidatos viram suas taxas de rejeição aumentar. A rejeição a Levy Fidelix subiu seis pontos percentuais, passando de 15% para 21%. Vêm a seguir Soninha (rejeição passou de 11% para 17%), Ciro (de 14% para 18%), Ivan Valente (de 8% para 15%), Edmilson Costa (de 7% para 14%), Anaí Caproni (de 8% para 14%) e Renato Reichmann (de 8% para 15%, para ambos).
Votariam em qualquer um dos candidatos 2%, e não votariam em nenhum deles 3%.
49% acreditam em vitória de Marta Suplicy; 52% dos que pretendem votar na petista sabem número que devem digitar na urna para confirmar voto
Metade (49%) dos eleitores paulistanos acha que Marta Suplicy vai ganhar as eleições para prefeito em outubro. O percentual dos que acreditam na vitória de Geraldo Alckmin é 27 pontos menor (22%). Acham que o prefeito Gilberto Kassab será reeleito 10%.
Entre os eleitores que têm intenção de votar em Marta, a convicção de que a petista será a vitoriosa em outubro chega a 84%. Entre os que pretendem votar em Geraldo Alckmin, 57% acreditam na vitória de seu candidato e cerca de um quinto (21%) acham que Marta será a prefeita eleita.
A maioria (61%) dos eleitores paulistanos que declaram ter um candidato a prefeito ou que pretendem votar nulo não sabe como fazer para confirmar sua escolha na eleição de outubro. Respondem corretamente 36% e dão respostas incorretas 3%.
Marta Suplicy leva vantagem sobre seus adversários nesse aspecto: 52% dos eleitores que têm intenção de votar na petista citam o número correto (13) que devem digitar na urna eletrônica para a confirmação de sua vontade. Entre os que têm intenção de votar no segundo colocado, Geraldo Alckmin (número 45), essa taxa é de 30%. O percentual de eleitores que pretendem votar em Gilberto Kassab (número 25), mas não sabem que número devem digitar para confirmar sua escolha, chega a 88%. Paulo Maluf (número 11) obtém 45% de respostas corretas entre os eleitores que têm intenção de elegê-lo.
45% não têm interesse em horário eleitoral
Chega a 45% a taxa dos que afirmam não ter nenhum interesse pelo horário eleitoral gratuito na TV dos candidatos à prefeitura. Declaram ter algum interesse pelo horário eleitoral 54%. No entanto, apenas 17% desses eleitores dizem ter muito interesse, ante 37% que declaram ter um pouco de interesse pelos programas dos candidatos à prefeitura.
Afirmam que o horário eleitoral não terá qualquer importância para decidir seu voto para prefeito 38%, percentual ligeiramente maior do que o dos que atribuem muita importância aos programas para sua tomada de decisão (33%). De acordo com 27%, o horário eleitoral será um pouco importante para decidir o voto para a prefeitura.
Entre os eleitores que têm intenção de votar em Marta Suplicy, 32% dizem que o horário eleitoral não terá nenhuma importância em sua decisão quanto ao voto; 35% dizem que ele será muito importante e 32% declaram que ele terá um pouco de importância. Entre os que pretendem votar em Geraldo Alckmin, 40% atribuem nenhuma importância, 32% muita importância e 27% um pouco de importância ao horário eleitoral. Já entre os que têm intenção de votar em Gilberto Kassab, 43% dizem que o horário eleitoral gratuito vai ser muito importante em sua decisão, taxa cinco pontos acima da média. Declaram que os programas dos candidatos na TV não terão qualquer importância 36% e que eles serão um pouco importantes 19% (oito pontos abaixo da média).
Entre os que têm renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos, a taxa dos que dizem que o horário eleitoral gratuito não terá nenhuma importância para decidir seu voto chega a 51% (13 pontos acima da média). Entre os que têm escolaridade superior essa taxa é de 44%.
A maioria (71%) diz não ter assistido o horário eleitoral dos candidatos a prefeito, que começou a ser transmitido no dia 20.
Dizem ter um grande interesse na eleição para prefeito 40% dos eleitores paulistanos. Declaram ter um interesse médio 33% e um interesse pequeno 8%. São 18% os que declaram não ter nenhum interesse na eleição para prefeito.
Kassab obtém melhor avaliação de seu mandato
O percentual de eleitores que aprovam o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), subiu de 35% no final de julho para 40% hoje, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 21 e 22 de agosto. A taxa de reprovação a Kassab, por outro lado, caiu de 25% para 20%. Para 38%, ele está fazendo um governo regular. Assim, o prefeito obtém a melhor avaliação de seu mandato. Os percentuais são parecidos com o que ele obteve em maio. Naquela ocasião, 39% achavam que ele estava fazendo um governo ótimo ou bom, 38% consideravam-no regular e 20% diziam que seu desempenho era ruim ou péssimo.
A nota média atribuída ao prefeito, em uma escala de zero a dez, é 5,7, idêntica à registrada em maio. Em julho, o prefeito obtinha nota média 5,2
Foram ouvidos 1093 eleitores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos de idade. A margem de erro, no que se refere aos resultados para o total de entrevistados, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
São Paulo, 22 de agosto de 2008.