A terceira pesquisa do Datafolha na cidade do Rio de Janeiro, e primeira após o início do horário eleitoral gratuito na TV, revela equilíbrio na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro: Marcelo Crivella (PRB) tem 20% das intenções de voto, Eduardo Paes (PMDB) alcança 17%, e Jandira Feghali (PCdoB) obtém 15%.
A pesquisa de agosto consolida o crescimento de Paes, que há cinquenta dias (03 e 04 de julho) tinha 9% das intenções de voto, passou para 13% em 23 e 24 de julho, e ganha agora quatro pontos percentuais. Por outro lado, Marcelo Crivella perde cinco pontos percentuais em relação ao mês passado (quando tinha 24%), enquanto Jandira mantém-se estável.
Compõem um segundo patamar na corrida eleitoral, hoje, quatro candidatos: Gabeira (PV), que alcança 8%, Solange (DEM), que tem 7%, e Chico Alencar (PSOL) e Molon (PT), com 4%, cada. Paulo Ramos (PDT) figura com 1%, enquanto Eduardo Serra (PCB), Filipe Pereira (PSC), Vinícius Cordeiro (PTdoB) e Antonio Carlos (PCO) não atingem essa taxa. Somam 14% os que votariam em branco ou nulo se as eleições fossem hoje, e 9% os que ainda não decidiram como votar.
O Datafolha ouviu 928 eleitores de 16 anos ou mais da cidade do Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22 de agosto de 2008. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
A intenção de voto espontânea, quando não se é apresentado os nomes dos candidatos aos entrevistados, também revela disputa acirrada, com quatro nomes tecnicamente empatados: nesta situação Crivella é citado por 10%, Eduardo Paes por 6%, Jandira Feghali por 5% e Gabeira por 4%.
Por sua vez, Solange e Molon alcançam, cada, 2% das menções espontâneas, Chico Alencar 1%, Paulo Ramos não chega a atingir o índice mínimo, e os demais candidatos não são citados. Declararam espontaneamente que pretendem votar em branco ou anular o voto 13% dos entrevistados, enquanto que os indecisos somam 52%.
Paes conquista eleitores entre os evangélicos pentecostais, entre os mais jovens e entre os mais pobres
Entre os que votariam em Crivella se as eleições fossem hoje, destacam-se os entrevistados com idade entre 35 a 44 anos (30%), os menos escolarizados (46%), os que têm renda familiar até dois salários mínimos (27%) e, sobretudo, os evangélicos pentencostais (46%).
Em relação ao levantamento de julho, Crivella conquista ainda mais eleitores entre os mais pobres (crescimento de oito pontos percentuais), entre os mais jovens (dez pontos percentuais), mas perde significativos vinte e um pontos percentuais dentre os simpatizantes do PDT (em julho o candidato do PRB tinha 30% desse segmento, contra 9% hoje).
Já Eduardo Paes, seu principal concorrente atualmente, obtém melhor desempenho entre os mais jovens (24%), entre os evangélicos não-pentecostais (26%), e entre os simpatizantes de seu partido, o PMDB (31%), bem como do PDT (28%), segmento em que cresce vinte e um pontos percentuais.
Assim como em julho, Jandira Feghali sai-se melhor entre as mulheres em comparação com os homens (17%, ante 11%, na ordem), entre os simpatizantes do PT (23%) e os mais escolarizados (21%), além de obter taxas acima da média entre os que ganham mais (24%) e entre os espíritas kardecistas (30%).
Crivella não venceria no segundo turno
Duas situações hipotéticas foram apresentadas aos entrevistados, para que optassem por algum candidato, caso o segundo turno ocorre hoje.
Jandira Feghali levaria vantagem em eventual disputa com Marcelo Crivella: a candidata teria 47% dos votos, contra 35% do candidato do PRB. Nessa situação, 14% votariam em branco ou anulariam, e 3% ainda não saberiam optar.
Novamente Crivella perderia se disputasse o segundo turno fosse hoje com Eduardo Paes: este venceria com 47%, enquanto Crivella seria votado por 33%. Votariam em branco ou anulariam 16%, e 4% não saberiam decidir-se.
Crivella é o mais rejeitado
Marcelo Crivella fica em desvantagem quando se considera as taxas de rejeição de todos os candidatos: não votariam nele de jeito nenhum 37% do eleitorado carioca.
Com dezessete pontos percentuais a menos de rejeição, Solange e Gabeira não seriam votados por 22% dos eleitores, cada. Mais abaixo, aparecem Molon (16%), Jandira Feghali, Chico Alencar e Eduardo Paes (rejeitados por 14%, cada); Filipe Pereira, Vinícius Cordeiro e Paulo Ramos que atingiriam, cada um, 12%, Eduardo Serra teria 11%, e Antonio Carlos, o menos rejeitado, 8%.
Rejeitam todos e não votariam em nenhum 9%, enquanto 7% afirmam que não rejeitam nenhum nome, e poderiam votar em qualquer um.
Crivella encontra maior resistência entre 58% dos mais escolarizados, 55% dos que têm maior renda familiar, 44% dos católicos e 52% dos espíritas kardecistas, e 43% dos que se declaram brancos.
Com taxas de rejeição mais baixas e homogêneas, rejeitam Paes acima da média os homens (18%), os eleitores de Gabeira e de Jandira (22% de cada), bem como 27% dos eleitores de Crivella, e 21% dos simpatizantes do PMDB, enquanto não votariam em Jandira principalmente os que ganham entre cinco e dez salários mínimos (19%) e os que declaram voto em Crivella (24%).
36% acreditam na vitória de Marcelo Crivella
Apesar do empate técnico na disputa pela prefeitura, 36% acreditam que Marcelo Crivella vencerá as eleições, conta 16% que acham que o vencedor será Eduardo Paes, e 8% que acreditam na vitória de Jandira.
Vale notar, entretanto, que 34% não sabem opinar a respeito.
Oito em cada dez eleitores não sabem número correto a ser digitado na urna
Somam 80% os eleitores que não sabem qual número digitarão na urna para confirmar sua intenção de voto ou que não sabem o número correto, contra 19% que sabem o número correto a ser digitado em outubro.
Os eleitores de Eduardo Paes são os mais bem informados até agora: 29% conhecem o número do candidato, seguidos pelos eleitores de Solange (25%).
Já, entre os eleitores de Crivella essa parcela é de 15%, e de 11% entre os que pretendem votar em Jandira.
44% se interessam pelo horário eleitoral; 26% assistiram ao primeiro dia do mesmo
Menos da metade dos eleitores cariocas (44%) afirma interessar-se pelo horário eleitoral gratuito na TV, sendo que apenas 13% declaram ser muito interessados.
A maioria (56%) não tem nenhum interesse pela apresentação dos candidatos. Os desinteressados encontram-se, sobretudo, entre os que têm entre 45 e 59 anos (61%), os mais privilegiados economicamente (65%), os que se simpatizam com o PDT (68%) e os que não têm religião (63%).
É ainda menor a parcela dos que afirmam que o recurso de marketing político na TV terá muita importância na decisão do voto: 28%, enquanto que para outros 27% o horário eleitoral pode vir a ser um pouco importante.
Para 45%, porém, ele não será nada importante para a escolha do candidato a prefeito. Os mais céticos quanto a essa influência são os homens (51%, contra 39% das mulheres), os que têm 45 anos ou mais, os mais escolarizados (50%), os mais ricos (65%), os eleitores de Gabeira (55%), os que desaprovam o governo de Cesar Maia (57%) e, novamente, os que têm como partido político preferido o PDT (53%).
Quando questionados sobre terem assistido ao primeiro dia do horário eleitoral com os candidatos a prefeito, um quarto (26%) afirma tê-lo feito, mas a maioria (74%) não assistiu.
Mantém-se estável e regular a avaliação de Cesar Maia; prefeito do DEM tem 4,7 de nota média
Ao completar sete anos e oito meses de mandato como prefeito da segunda maior capital do país, Cesar Maia é considerado ótimo ou bom por 23% dos eleitores cariocas, contra 38% que o consideram regular e 37% que o avaliam como ruim ou péssimo.
As taxas são equivalentes às observadas em levantamento anterior, há um mês.
Avaliado por notas, em uma escala de zero a dez, Maia obtém média de 4,8, equivalente à verificada em final de julho. Os que lhe atribuem nota zero somam um quinto (19%).
São Paulo, 22 de agosto de 2008.