João da Costa (PT) atinge 37% das intenções de votos entre os eleitores recifenses em agosto, conforme mostra a segunda pesquisa Datafolha realizada na capital pernambucana, e a primeira após o início do horário eleitoral gratuito na TV.
Em relação à pesquisa realizada no final de julho, o candidato do atual prefeito João Paulo e do governador Eduardo Campos apresenta crescimento significativo de quinze pontos percentuais e abre vantagem sobre seus principais concorrentes, que caem no ranking da disputa: Mendonça (DEM), que há um mês liderava com 30%, obtém agora 26%; e Cadoca (PSC), que no levantamento anterior empatava com João da Costa em 22%, perde nove pontos percentuais e alcança 13%.
Raul (PMDB) recebe 5% das intenções de voto, enquanto os demais candidatos - Kátia Telles (PSTU), Roberto Numeriano (PCB) e Edilson Silva (PSOL) continuam com 1%, cada. Pretendem votar em branco ou anular o voto 7%, enquanto 9% não souberam responder.
Foram entrevistados 830 eleitores, com 16 anos ou mais, nos dias 21 e 22 de agosto de 2008. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Nas menções espontâneas, quando não são apresentados os nomes dos candidatos aos entrevistados, João da Costa também lidera, com 23%, após ganhar doze pontos percentuais no período citado, seguido por Mendonça, mencionado por 13% (ante 9% no levantamento anterior). Já, Cadoca recebe 5% das citações, idêntico ao observado no final do mês passado. Raul obtém 2%, e demais candidatos não atingem 1% cada um.
Declararam intenção de votar branco ou nulo 8%, e 42% ainda mostram-se indecisos.
João da Costa cresce entre os menos escolarizados
Entre o eleitorado de João da Costa destacam-se os homens (41%, ante 33% das mulheres), os menos escolarizados e os que trabalham atualmente (39%, cada), os que declaram renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (40%) e os que aprovam a gestão de João Paulo (48%), bem como os simpatizantes do PT (65%).
Vale notar que entre julho e agosto, o candidato petista cresceu dezesseis pontos percentuais entre os eleitores que estudaram até o nível fundamental (de 23% naquela ocasião para 39% agora), e dezoito pontos percentuais entre os mais escolarizados (que antes eram 13% e hoje somam 31%).
Já, entre os que pretendem votar em Mendonça, há mais mulheres do que homens (29% ante 23%), mais eleitores jovens (30% entre os que têm até 24 anos), mais simpatizantes do PMDB (37%) e mais eleitores que desaprovam a gestão do atual prefeito João Paulo (40%). O candidato do DEM também obtém um crescimento, de dez pontos percentuais, entre os entrevistados com curso superior.
Como observado em julho, Cadoca é o candidato que tem as taxas mais homogêneas de intenção de voto entre os segmentos observados, com destaque apenas entre os que se declaram pretos (20%).
João da Costa venceria Cadoca e empataria com Mendonça, se segundo turno fosse hoje
Os entrevistados apresentaram sua preferência ante três situações hipotéticas para o segundo turno, caso a disputa ocorresse hoje.
O eleitorado mostra-se dividido quanto à primeira alternativa apresentada, entre os dois principais candidatos atuais: 46% votariam em João da Costa e 44% em Mendonça, com 6% de votos brancos e nulos e 4% de indecisos.
Mas, João da Costa ganharia se o concorrente fosse Cadoca: teria 53% contra 33% desse último. Nessa situação, 10% anulariam ou votariam em branco, e 5% não saberiam escolher.
Cadoca também perderia em eventual disputa com Mendonça no segundo turno: 53% optariam pelo candidato do DEM, contra 28% que prefeririam o candidato do PSC.
João da Costa é o menos rejeitado dos candidatos
Quando se considera a rejeição aos candidatos a prefeito, João da Costa novamente leva vantagem: 20% não votariam nele de jeito nenhum se as eleições fossem hoje, a menor taxa observada dentre todos os candidatos. Entre os que o rejeitam ficam acima da média os mais jovens (25%), os mais escolarizados (28%), os eleitores de seus concorrentes, principalmente os de Mendonça (43%) e de Raul (48%), os que desaprovam o governo de João Paulo (43%) e os simpatizantes do PMDB (45%).
O candidato mais rejeitado continua sendo Cadoca (35%), principalmente pelos que declaram voto em João da Costa (54%), os que aprovam o governo de João Paulo (40%) e os simpatizantes do PT (49%).
Com 29% de rejeição, Kátia Telles é a segunda candidata mais rejeitada, seguida de Roberto Numeriano (26%), e Edilson Silva, Raul, e Mendonça (23%, cada).
Mendonça é mais rejeitado pelos homens (27%), os simpatizantes do PT (37%) e os que declaram intenção de votar em João da Costa (38%).
João da Costa vencerá as eleições na opinião de 40%
Hoje, quatro entre dez eleitores de Recife (40%) acreditam que o João da Costa será o próximo prefeito. Outros 24% acham, porém, que Mendonça sairá vencedor, enquanto 11% acham que será Cadoca.
Apesar de rejeitarem mais o nome de João da Costa, os homens são os que mais acreditam que o candidato petista vencerá as eleições municipais (47% ante 35% das mulheres), expectativa que é de 83% entre seus próprios eleitores, 51% entre os que aprovam a atual gestão municipal e 64% entre os simpatizantes do PT.
Maioria não sabe número correto que digitará na urna
A maioria dos eleitores da capital pernambucana (63%) que têm algum candidato ou pretendem anular o voto ainda não sabe qual número digitará na urna eletrônica.
Considerado o eleitorado dos três principais concorrentes, os que mais desconhecem qual número devem digitar para confirmar sua intenção de voto são os que pretendem votar em Cadoca (83%), seguido dos que declaram voto em Mendonça (60%), e em João da Costa (52%).
Pouco mais de um terço (36%) informaram corretamente o número a ser digitado, considerando sua intenção de voto.
38% não têm nenhum interesse pelo guia eleitoral
Maioria não assistiu ao primeiro dia na TV
A maioria dos entrevistados em Recife (61%) declara-se interessada pelo guia eleitoral gratuito dos candidatos a prefeito na TV, iniciado em 20 de agosto, sendo 21% os que afirmam ter muito interesse.
Declaram não ter nenhum interesse, porém, 38%, principalmente os mais velhos (54%), os eleitores de Cadoca (46%, contra 32% dos eleitores tanto de João da Costa quando de Mendonça), os que avaliam o governo de João Paulo como ruim ou péssimo (53%) e os que não têm partido de preferência (44%).
Na opinião de 41% dos entrevistados, o guia eleitoral será muito importante para a decisão do voto, ante 29% que acham que o guia será apenas um pouco importante para tomarem a decisão, e outros 29% que desconsideram a importância da apresentação dos candidatos na TV.
Entrevistados que estudaram, no máximo, até o ensino médio (42% em média, ante 34% dos mais escolarizados), os que trabalham atualmente (43%), os que aprovam a gestão de João Paulo (46%) e os simpatizantes do PT (45%), além dos evangélicos não-pentecostais (48%), são os que mais consideram importante o guia eleitoral gratuito para sua futura escolha.
Disseram ter assistido ao primeiro dia do guia eleitoral dos candidatos a prefeito, e o único realizado até o momento deste levantamento, 34% dos entrevistados, enquanto que a maioria (66%) não assistiu.
Aprovação a João Paulo oscila positivamente e chega a 61%
Atual prefeito obtém nota 7,4
Com sete anos e oito meses de mandato frente à prefeitura de Recife, 61% consideram ótimo ou bom o governo de João Paulo, parcela que apresenta crescimento de seis pontos percentuais em relação a novembro de 2007 (quando era de 55%).
A popularidade do atual prefeito se confirma na tendência de queda entre os que desaprovam seu governo: essa taxa era de 17% em novembro, caiu para 12% o mês passado, e agora não atinge dois dígitos (8%). A parcela dos que o consideram um prefeito regular mantém-se igual à observada há um mês (29%).
Destacam-se, entre os que aprovam o governo petista, os que têm entre 45 e 59 anos (67%), os que pretendem votar em João da Costa (80%) e os simpatizantes do PT (76%).
Em uma escala de notas de zero a dez atribuídas à sua gestão, João Paulo alcança nota média de 7,4, acima da nota obtida em novembro de 2007 (6,6), recebendo nota dez de 27% dos eleitores recifenses.
São Paulo, 22 de agosto de 2008.