Com crescimento de oito pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada em 21 e 22 de agosto, João da Costa consolida sua liderança na disputa pelo maior cargo executivo de Recife, com 45% das intenções de voto, mais que o dobro de Mendonça (DEM), que atinge 22% das menções, e fica na segunda posição.
Consolidando tendência de crescimento observada há quinze dias, o candidato do PT cresce mais oito pontos percentuais, enquanto Mendonça, que tinha 26% anteriormente, oscila negativamente quatro pontos percentuais.
O cenário também muda em relação à terceira posição que, antes liderada por Cadoca (PSC), agora é disputada entre este e Raul (PMDB): ambos aparecem empatados tecnicamente, com 10% e 9% das menções, respectivamente. O empate ocorre agora devido à queda de Cadoca na disputa: em julho, 22% afirmaram pretensão em votar nele; em relação a Raul, as taxas mantiveram-se estáveis.
Já, Edilson Silva (PSOL) e Kátia Telles (PSTU) continuam com 1% de citações cada, taxa não alcançada por Roberto Numeriano (PCB).
Continuam sem candidato 12% dos eleitores da capital pernambucana, sendo que 7% pretendem votar em branco ou anular, e 5% ainda mostram-se indecisos.
Foram ouvidos 815 eleitores da cidade do Recife com 16 anos ou mais, pelo Datafolha, nos dias 04 e 05 de setembro de 2008. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Com 32%, João da Costa também lidera, com mais que o dobro do segundo candidato mais votado, as intenções de voto espontâneas, em que os entrevistados não são apresentados aos nomes dos concorrentes. Mendonça (DEM) atinge 13% nessa situação, Cadoca obtém 5% e Raul, 4%. As menções a Edilson Silva e Katia Telles não chegam a 1% cada, e Roberto Numeriano não é citado.
O crescimento, nessa situação, de quinze pontos percentuais em relação a João da Costa consolida sua vantagem sobre seus concorrentes, ainda que Mendonça tenha mantido patamar idêntico ao observado em agosto (quando também obteve 13% das menções espontâneas).
A pouco mais de um mês das eleições em outubro, 33% não souberam opinar espontaneamente como pretendem votar, e outros 6% declararam a intenção de anular o voto ou votar em branco.
João da Costa destaca-se entre os que aprovam seus padrinhos políticos
Considerados os estratos sociodemográficos, a intenção de voto em João da Costa revela-se homogênea no geral, com relativo destaque entre os que se declaram pretos (51%).
Já, como esperado, o candidato tem seu melhor desempenho entre os que aprovam as gestões de seus padrinhos políticos: 58% entre os que avaliam como ótimo ou bom o prefeito João Paulo, 56% entre os que assim avaliam o governador Eduardo Campos e, ainda, 51% entre os que consideram ótimo ou bom o mandato do presidente Lula. E, finalmente, cresce ainda mais entre os simpatizantes do PT (71% agora, ante 65% em agosto).
Mendonça, por sua vez, seria mais votado hoje pelos que têm entre 45 e 59 anos e os evangélicos não-pentecostais (26%, cada), entre os simpatizantes do PMDB (39%) e, ao contrário de João da Costa, entre os críticos dos governos nas esferas municipal, estadual e federal: 38% entre os que avaliam como ruim ou péssima a gestão de João Paulo, e 31%, cada, entre os que têm a mesma avaliação em relação a Campos e a Lula.
Cadoca fica acima da média apenas entre os que reprovam o prefeito João Paulo (19%), enquanto Raul destaca-se agora entre os mais jovens (17% entre os que têm até 24 anos), entre os que ganham mais (19%), e entre os que simpatizam com seu partido (24%).
João da Costa venceria concorrentes no segundo turno
Assim como em agosto, o Datafolha apresentou aos entrevistados três situações possíveis para o segundo turno. Nas duas em que aparece, João da Costa venceria com folga seus adversários.
Se disputasse o segundo turno hoje contra Mendonça, o candidato do PT obteria 54% dos votos, e o candidato do DEM, 37%. Vale notar que João da Costa abre vantagem frente ao observado há quinze dias quando, na mesma situação apresentada, ficaria empatado com Mendonça. Neste caso, 10% revelam-se sem candidato: 7% que votariam em branco ou anulariam, e 3% que ainda mostram-se indecisos.
Mas, como na ocasião anterior, João da Costa venceria novamente Cadoca, abrindo maior vantagem sobre o candidato do PSC: ele teria 64% dos votos hoje, ante 25% deste; esses percentuais foram de 53% e 33% em agosto. Não se apresentaram com candidato 11%.
Já, em eventual disputa entre Mendonça e Cadoca, o primeiro seria eleito com 55% dos votos, contra 30% do segundo, cenário equivalente ao de quinze dias atrás (53% e 28%, na ordem). Nesta situação, os sem candidato somariam 15%, sendo 12% os que anulariam ou votariam em branco, e 3% de indecisos.
Menor rejeição ainda é de João da Costa
Kátia Telles continua sendo a mais rejeitada pelos eleitores recifenses: 41% não votariam nela de jeito nenhum. Ela aparece empatada com Cadoca, cuja taxa de rejeição alcança 37%. Seguem também empatados Edilson Silva e Roberto Numeriano, ambos rejeitados por 33%.
Já, dentre os principais candidatos, leva vantagem João da Costa, rejeitado pela menor parcela do eleitorado (20%), taxa idêntica à observada em meados de agosto. Entretanto, continuam rejeitando-o principalmente os mais escolarizados (25%, embora com oscilação negativa em relação ao levantamento anterior, quando era de 28%), além dos simpatizantes do PMDB (41%), os eleitores de Cadoca (37%), os de Raul (41%) e os de Mendonça (43%). E, na pesquisa de hoje, fica acima da média a rejeição a ele também entre os que declaram maior renda (30%), e entre os críticos das gestões de seus apoiadores políticos: 43% entre os que reprovam João Paulo, 39% entre os que reprovam Eduardo Campos, e 47% entre os que consideram o governo de Lula ruim ou péssimo.
Considerando a margem de erro, empatam com o candidato do PT seu principal concorrente, Mendonça (25%), e Raul (22%).
A rejeição a Mendonça fica acima da média entre os que têm entre 25 e 34 anos (32%), entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos (31%), os que aprovam a gestão do atual prefeito de Recife (30%) e do atual governo de Pernambuco (29%), entre os que se declaram pretos (34%), os simpatizantes do PT (36%), os eleitores de Cadoca (32%) e os de João da Costa (41%).
A maioria (59%) acredita na vitória de João da Costa
Faltando pouco mais de um mês para as eleições, aumenta a expectativa de vitória em relação a João da Costa. Agora, 59% acreditam que ele será o próximo prefeito de Recife, ante 40% do verificado há cerca de quinze dias.
Naquela ocasião, 24% achavam que Mendonça seria o vencedor, contra 16% dos que continuam acreditando nesse resultado hoje. Em relação a Cadoca, a expectativa atinge 8% dos entrevistados, contra 11% de antes.
Os mais jovens (68%), os que ganham mensalmente entre dois e dez salários mínimos (64%) e, sobretudo, os que aprovam a atual gestão do PT frente à prefeitura (70%), os simpatizantes do PT (79%) e os seus próprios eleitores (91%), são os que mais apostam em que ele vencerá as eleições.
Aumenta o conhecimento do número do candidato
Aumenta o conhecimento dos eleitores de Recife sobre que número digitar na urna eletrônica para confirmar sua intenção de voto. Enquanto em meados de agosto apenas 36% acertaram o número, hoje esse percentual alcança 50%.
Quando observado entre o eleitorado dos candidatos, os mais cientes do número são os que votariam hoje em João da Costa (61%).
São Paulo, 05 de setembro de 2008.