Tucano passa de 21% para 30% no cenário mais competitivo, em que enfrentaria oito candidatos
Após anunciar oficialmente sua entrada na disputa pela Prefeitura de São Paulo na eleição de 2012, José Serra lidera os cenários em que seu nome é incluído como candidato do PSDB, aponta pesquisa Datafolha realizada nos dias 1 e 2 de março. No levantamento anterior, feito em janeiro, o tucano aparecia em situação de empate técnico com Celso Russomano (PRB) em um dos cenários pesquisados. Desde então, ganhou nove pontos e se distanciou do candidato do PRB. O candidato do PT, Fernando Haddad, permanece estável em todos os cenários consultados.
Na pesquisa atual, quando o nome de Serra e Russomano são apontados como candidatos, o ex-governador obtém 30% das intenções de voto, enquanto Russomano fica com 19%. A seguir aparecem Netinho de Paula (PC do B), com 10%, Paulinho da Força (PDT), com 8%, Soninha (PPS), com 7%, Gabriel Chalita, com 7%, Fernando Haddad, com 3%, Luiz Flávio Borges D'Urso (PTB), com 1%, e Levy Fidelix, também com 1% das intenções de voto. A taxa dos que votariam em branco, anulariam o voto ou não votariam em nenhum dos candidatos apresentados fica em 11%, enquanto 3% disseram estar indecisos. Em janeiro, o Datafolha simulou um cenário semelhante, mas no qual aparecia o nome de Guilherme Afif Domingos (PSD), com 3%, não incluído no atual levantamento. Naquela ocasião, Serra aparecia com 21% das intenções de voto, empatado tecnicamente com Russomano (17%), seguido por Netinho (11%), Soninha (9%), Paulinho (8%), Chalita (6%), Haddad (4%), Afif (3%), Borges D'Urso (1%) e Fidelix (1%). A taxa dos que anulariam, votariam em branco ou não votariam em nenhum desses candidatos era menor (13%).
Entre aqueles que dizem ter votado em Serra para presidente no segundo turno em 2010, o índice de intenção de voto do tucano para prefeito, nesse cenário, vai a 57%, enquanto Russomano fica com 16%. Na capital paulista, Serra obteve 54% dos votos úteis em 2010, batendo Dilma Rousseff, que ficou com 46%. A intenção de votos do tucano também fica acima da média, para o cenário em que enfrenta oito candidatos, entre aqueles com nível superior (37%) e entre aqueles que têm renda familiar mensal de 5 a 10 salários mínimos (39%) ou superior a 10 salários mínimos (40%).
O Datafolha também simulou dois cenários inéditos. No primeiro, foram apresentados aos eleitores os nomes de Serra, Soninha, Paulinho, Chalita e Haddad. Nesse caso, o tucano obtém 43% das intenções de voto, ante 11% de Paulinho da Força, 10% de Gabriel Chalita, 9% de Soninha e 5 % de Haddad. Os que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum deles somam 17%, enquanto 5% dizem estar indecisos. Quando são apresentados somente os nomes de Serra, Chalita e Haddad, o tucano tem vantagem ainda maior: 49% dizem votar nele, enquanto 15% apontam o nome de Chalita, e 8%, o de Haddad. A taxa dos que dizem votar em branco, nulo ou em nenhum deles somam 22%, e 6% estão indecisos.
Nos cenários em que o candidato do PSDB não é José Serra, a liderança fica com Celso Russomano. Na simulação com o nome de José Aníbal, o candidato do PRB fica com 25% das intenções de voto. Em seguida aparecem Netinho (12%), Soninha (11%), Chalita (9%), Paulinho (9%), Aníbal (4%), Haddad (3%), Borges D'Urso (1%) e Fidelix (1%). Em janeiro, cenário semelhante, mas com a inclusão de Afif Domingos, mostrava Russomano com 20%, novamente seguido por Netinho (12%), Soninha (10%), Paulinho (10%), Chalita (8%), Aníbal (5%), Haddad (4%), Afif Domingos (3%), Borges D'Urso (1%) e Fidelix (1%).
Quando o candidato tucano é Ricardo Tripoli, a tendência do cenário anterior se mantém: Russomano fica com 25% das intenções de voto, seguido por Netinho (13%), Soninha (11%), Paulinho (10%), Chalita (9%), Haddad (4%), Tripoli (3%), Borges D'Urso (1%) e Fidelix (1%). Na comparação com janeiro, quando ainda constava na lista o nome de Afif Domingos, Russomano oscilou de 21% para os atuais 25%. As oscilações dos demais também ficaram dentro da margem de erro, sem alterar o cenário da pesquisa.
Na pesquisa espontânea, na qual nenhum nome é apresentado aos entrevistados, Serra foi citado por 12% dos moradores da capital, um crescimento de 10 pontos em relação aos 2% obtidos em janeiro. A petista Marta Suplicy, até janeiro a mais citada, aparece a seguir, com 7% (em janeiro, tinha 8%). Depois vêm Gilberto Kassab, com 5%, Paulo Maluf, com 2%, Celso Russomano, com 2%, candidato do PT, com 2%, e Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Lula e Gabriel Chalita, com 1% cada um deles. A maior fatia (54%), porém, não soube apontar nenhum candidato espontaneamente.
NETINHO É O MAIS REJEITADO; CONHECIMENTO SOBRE CANDIDATOS FICA ESTÁVEL
O candidato do PC do B, Netinho de Paula, é o mais rejeitado pelos moradores de São Paulo, aponta o Datafolha. Em janeiro, Netinho dividia a liderança nos índices de rejeição com José Serra - 35% diziam não votar nele de jeito nenhum, e 33% afirmam o mesmo sobre Serra. Na pesquisa atual, a rejeição ao nome do PC do B vai a 40%, enquanto a rejeição ao tucano oscila negativamente para 30%. Em seguida, atualmente, os nomes mais rejeitados são Levy Fidelix (24%, ante 20% em janeiro), Paulinho (23%, ante 20% em janeiro), Soninha (22%, ante 19% em janeiro), José Aníbal (18%, ante 15% em janeiro), Celso Russomano (17% ante 12% em janeiro), Ricardo Tripoli (17%, ante 12% em janeiro), Fernando Haddad (15%, ante 11% em janeiro), Gabriel Chalita (14%, ante 11% em janeiro) e Luiz Flávio Borges D'Urso (13%, ante 10% em janeiro). O índice dos que rejeitam todos fica em 3%, enquanto 2% não rejeitam nenhum.
Entre os moradores de São Paulo com renda familiar de 5 a 10 salários mínimo por mês, os índices de rejeição de Netinho (50%) e Serra (38%) ficam acima da média. O candidato do PC do B tem rejeição ainda maior na faixa de renda posterior, entre aqueles com renda mensal familiar superior a 10 mínimos: 62%. Nessa faixa, José Serra é rejeitado por 25%. Entre os que desaprovam a administração do atual prefeito, Gilberto Kassab, o índice de rejeição de Serra fica em 43%. Entre os que aprovam o atual prefeito de São Paulo a tendência é inversa: 16% rejeitam Serra. O petista Fernando Haddad vê seu nome ter uma rejeição acima da média entre quem têm mais de 60 anos (24%), entre os que têm renda de mais de 10 salários mínimos por mês (22%) e entre os evangélicos não pentecostais (23%).
Os índices de conhecimento dos candidatos variaram dentro da margem de erro em relação a janeiro. O mais conhecido continua sendo José Serra (99%, sendo que 76% o conhecem muito bem, e 18%, um pouco). A seguir vêm Netinho (97%, sendo que 54% o conhecem muito bem), Russomano (90%, sendo que 35% o conhecem muito bem), Paulinho (83%, sendo que 42% o conhecem muito bem), Soninha (77%, sendo que 26% o conhecem muito bem), José Anibal (60%, sendo que 9% o conhecem muito bem), Levy Fidelix (54%, sendo que 13% o conhecem muito bem), Gabriel Chalita (52%, sendo que 11% o conhecem muito bem), Fernando Haddad (41%, sendo que 6% o conhecem muito bem), Ricardo Tripoli (38%, sendo que 9% o conhecem muito bem) e Luiz Flavio Borges D'Urso (17%, sendo que 3% o conhecem muito bem). Entre os que dizem ter o PT como partido de preferência, o índice de conhecimento de Haddad fica em 39%, patamar similar à média geral de conhecimento obtida pelo petista.
INFLUÊNCIA DE LULA OSCILA PARA BAIXO, MAS APOIO DO PETISTA AINDA É O MAIS VALORIZADO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantém como o cabo eleitoral mais forte na disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas sua influência recuou: em janeiro, 49% dos moradores da cidade disseram que poderiam votar em um nome apoiado pelo petista, índice que oscilou negativamente para 44% no atual levantamento. Um em cada três moradores de São Paulo (33%) afirma que esse apoio é indiferente, enquanto 21% dizem que o apoio de Lula faria votarem em outro candidato (em janeiro, 16% diziam o mesmo).
O apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) a um dos nomes na disputa teriam pesos semelhantes. Para 48%, o apoio da presidente seria indiferente, enquanto 31% dizem que esse apoio poderia os levar a escolher um candidato e 19% dizem que o apoio de Dilma faria com que não votassem em um candidato. No caso de Alckmin, 42% afirmam que seu apoio seria indiferente, enquanto 31% dizem que o apoio poderia os levar a escolher um candidato e 24% afirmam que esse apoio os levaria a não votar em um candidato.
No caso do prefeito Gilberto Kassab, 47% dizem que seu apoio faria com que votassem em outro candidato. Outros 38% disseram que esse apoio seria indiferente, e 14% afirmam que poderiam votar em um candidato apoiado pelo atual prefeito. Esses índices se mantêm estáveis em relação ao levantamento realizado em janeiro.
O Datafolha também perguntou, pela primeira vez na atual rodada de pesquisas sobre a eleição em São Paulo, sobre a identificação dos apoios oferecidos por Lula, Dilma, Alckmin e Kassab aos candidatos à prefeitura. De forma geral, quem apoia quem na eleição paulistana ainda é pouco conhecido. No caso de Alckmin, por exemplo, 34% dizem que ele apoia Serra, e 55% não souberam responder. Quando a questão é sobre o apoio de Kassab, 24% dizem que o atual prefeito apoia Serra, e 62% não souberam responder. Para Lula e Dilma, os índices são ainda mais baixos: apenas 9% dizem que Fernando Haddad é o candidato apoiado pela presidente, e 10% apontam Fernando Haddad como o candidato apoiado por Lula. No caso de Dilma, o índice dos que apontam apoio a Haddad é similar ao dos que dizem o mesmo sobre Netinho (8%), Paulinho (4%) e Serra (4%). O mesmo acontece com o ex-presidente: 7% apontam Paulinho como o candidato apoiado por Lula, e outros 7% apontam Netinho. Entre os que têm o PT como partido de preferência, 8% apontam Haddad como o candidato apoiado por Lula. O índice dos que não sabem quem Lula apoio para prefeito de São Paulo fica em 65%.
Outro questionamento feito aos moradores da capital paulista foi sobre a oposição a Gilberto Kassab. Questionados sobre quais dos pré-candidatos faziam oposição ao atual prefeito, 12% apontaram Paulinho da Força, 11%, Netinho, 10%, José Serra, 10%, Soninha, 10%, Russomano, 8%, Haddad, 5%, Fidelix, 4%, José Aníbal, 4%, Gabriel Chalita, 3%, Ricardo Tripoli, e 2%, Borges D'Urso. Porém, a maioria (58%) não soube apontar quais deles faziam oposição a Gilberto Kassab.
PARA 66%, CASO ELEITO, SERRA VAI DEIXAR A PREFEITURA PARA CONCORRER À PRESIDÊNCIA
A saída de José Serra da prefeitura de São Paulo, em 2006, para concorrer ao governo do Estado ainda é condenada pelos moradores da capital. Antes de perguntar sobre o que achavam dessa saída, o Datafolha questionou os eleitores sobre o conhecimento que tinham do fato. A maioria (76%) afirmou ter conhecimento de que Serra deixou a prefeitura após 1 ano e 3 meses de mandato. Para 66%, o tucano agiu mal ao tomar essa atitude, enquanto 26% dizem que ele agiu bem, e outros 7% não souberam responder. Entre os que declaram voto em José Serra no cenário mais disputado, em ele tem como adversários Russomano, Netinho, Paulinho, Soninha, Chalita, Haddad, Fidelix e Borges D'Urso, 52% dizem que o tucano agiu mal ao sair da prefeitura, e 40% dizem que agiu bem. No grupo que declarou ter votado em Serra para presidente em 2010, 52% afirmam que ele agiu mal ao deixar o cargo de prefeito, enquanto 43% dizem que agiu bem.
Para 46% dos moradores de São Paulo, Serra teria feito um governo melhor que o de Kassab se tivesse ficado no cargo de prefeito. Outros 36% dizem que seu governo seria igual ao do vice que o sucedeu, 11% afirmam que sua administração teria sido pior, e 7% não souberam responder. Entre aqueles com curso superior, 49% dizem que Serra teria feito um governo igual ao de Kassab, enquanto 36% apontam que seu governo seria melhor. No grupo que declara votar em Serra para prefeito em 2012, considerando novamente o cenário mais disputado do levantamento, 60% afirmam que Serra teria feito uma administração melhor que a de seu sucessor, e 30% dizem que a gestão seria igual.
Uma nova saída de Serra da prefeitura, caso eleito neste ano, para uma nova disputa pela presidência, em 2014, é apoiada por 24% dos moradores da capital. Para 70%, no entanto, o tucano não deveria abandonar a prefeitura para a disputa presidencial daqui a dois anos. Entre os que afirmam votar em Serra para prefeito, considerando o cenário mais disputado, fica acima da média (32%) o índice dos que dizem que ele deveria sair da prefeitura, caso eleitor, para disputar a presidência.
Além de perguntar o que Serra deveria fazer em 2014 caso eleito prefeito neste ano, o Datafolha também perguntou aos moradores sobre o que eles acham que irá acontecer, independente da opinião a respeito. O resultado mostra que dois de cada três moradores de São Paulo (66%) acreditam que Serra, se eleito, irá deixar a prefeitura novamente para disputar a presidência em 2014. Para 24%, ele não irá repetir o gesto de 2006. Entre os que declaram voto no tucano para a prefeitura no cenário mais disputado do atual levantamento, 55% dizem acreditar que Serra irá largar a prefeitura novamente, enquanto 32% dizem que, em 2014, se eleito, ele não deixará a prefeitura para ser candidato a presidente.