Vantagem de tucano para petista é de 4 pontos, no limite da margem de erro
O candidato do PRB, Celso Russomanno, perdeu cinco pontos em uma semana na disputa pela Prefeitura de São Paulo e agora tem 30% das intenções de voto, seu menor índice desde 20 de agosto. Na semana passada, ele tinha 35%, com vantagem de 14 pontos sobre José Serra (PSDB), que aparecia com 21%.
Com a oscilação positiva do tucano para 22%, essa distância caiu para oitos pontos. Também caiu a vantagem de Serra para Fernando Haddad (PT), que passou de 15% para 18% nesse período e agora está empatado - no limite da margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos - na disputa pelo segundo lugar.
Entre os demais candidatos, Gabriel Chalita (PMDB) oscilou um ponto e foi a 9%, seguido por Soninha (PPS), com 4%, e Carlos Gianazzi (PSOL), Paulinho da Força (PDT) e Ana Luiza (PSTU), que têm 1%, cada. Os candidatos Anaí Caproni (PCO), Eymael (PSDC), Miguel (PPL) e Levy Fidelix (PRTB) foram citados mas não atingiram 1%. O índice de indecisos ficou em 6%, e 8% indicaM votar nulo, em branco ou em nenhum dos candidatos.
Na contagem dos votos válidos, Russomanno tem 34%, Serra, 25%, Haddad, 21%, Chalita, 10%, e Soninha, 5%, entre outros com menor índice. Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
Foram ouvidos 1799 eleitores de São Paulo, com 16 anos ou mais, nos dias 26 e 27 de setembro de 2012. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
No eleitorado masculino, Serra passou de 20% para 23%, e entre as mulheres quem mais cresceu foi Haddad, de 14% para 18%. Entre os eleitores de 35 a 44 anos, Russomanno caiu 13 pontos, de 43% para 30%. Quem mais se beneficiou com essa queda foi Haddad, que cresceu oito pontos e passou de 12% para 20%. No eleitorado com mais de 60 anos, o candidato do PRB caiu de 30% para 24%, e Serra passou de 35% para 41%. O líder da pesquisa também perdeu preferência entre os eleitores com ensino fundamental (sete pontos, de 42% para 35%), médio (seis pontos, de 38% para 33%) e superior (cinco pontos, de 22% para 16%). Entre os católicos, a queda de Russomanno foi de sete pontos, de 35% para 28%.
Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, Russomanno tem 22%, ante 25% na semana passada. Em seguida aparecem Serra (16%), Haddad (13%), Chalita (6%), Soninha (2%) e Gianazzi (1%), entre outros candidatos mencionados que não atingiram 1%. Há ainda 32% que não souberam citar espontaneamente nenhum nome, e 7% que afirmam votar em branco, anular o voto ou em nenhum candidato.
O índice de conhecimento do número dos candidatos indicados ficou em 52% (no último levantamento, 42%), e a fatia de eleitores que não sabem o número de seu candidato foi a 40%( ante 51% na semana passada). As menções incorretas somaram 4%, e outros 3% dizem que irão anular mas não sabem o que digitar na urna eletrônica para que isso aconteça.
Entre os eleitores de Serra e Haddad, o conhecimento do número fica acima da média (em 64%). No grupo de eleitores de Soninha e Chalita, ocorre o inverso: 69% e 65%, respectivamente, dizem desconhecer o número a ser digitado na urna. No grupo de eleitores que vota em Russomanno, 49% conhecem seu número.
REJEIÇÃO A RUSSOMANNO SOBE 10 PONTOS EM UM MÊS
A rejeição de José Serra voltou a oscilar para cima e, no atual momento da disputa, 45% dos eleitores de São Paulo não votariam de jeito nenhum no candidato do PSDB. Na semana passada, 44% tinham a mesma opinião. A rejeição aos principais adversários do tucano, no entanto, também tem tendência de alta.
Rejeitado por 23% no último levantamento, Haddad viu esse índice oscilar para 24% agora. Ele empata em rejeição com Celso Russomanno, em quem 22% dos eleitores paulistanos não votariam de jeito nenhum. Na primeira pesquisa realizada em setembro, concluída no dia 4, o candidato do PRB tinha rejeição de 12%. Esse índice foi a 16% no dia 14, a 19% no dia 19 e agora chega aos 22%.
Com o mesmo patamar de rejeição de Russomanno e Haddad aparecem ainda Paulinho (22%), Soninha (22%), Levy (21%). Em seguida vêm Eymael (17%), Miguel (14%), Ana Luiza (13%), Anaí Caproni (13%) e Carlos Gianazzi (10%). Uma fatia de 4% não votaria em nenhum deles, outros 4% rejeitam todos, e 4% não souberam responder.
RUSSOMANNO VENCERIA HADDAD E SERRA NO SEGUNDO TURNO, MAS VANTAGEM CAI
Se o segundo turno da eleição em São Paulo fosse hoje, Celso Russomanno venceria tanto José Serra quanto Fernando Haddad. A vantagem do candidato do PRB nesses cenários de segundo turno, porém, caiu desde a semana passada.
Em uma disputa entre Russomanno e Serra, 50% votariam no nome do PRB, enquanto 34% optariam pelo tucano. Votariam em branco, nulo ou em nenhum deles 14%, e 2% não souberam responder. No levantamento anterior, 57% votariam em Russomanno, e 31% escolheriam Serra. Nessa disputa, a maioria (55%) dos eleitores que escolhe Haddad no primeiro turno indica votar no candidato do PRB no segundo turno. Outros 20% votariam em Serra, e 25% votariam em branco ou nulo.
No cenário de segundo turno em que os adversários são Russomanno e Haddad, o primeiro ficaria com 49% dos votos, e 34% optariam pelo petista. Votos em branco, nulo ou em nenhum deles somariam 15%, e 3% disseram estar indecisos. Na semana passada, 55% disseram votar em Russomanno, e 30%, em Haddad.
Caso a disputa ficasse entre Haddad e Serra, o candidato do PT sairia vitorioso, com 48% dos votos, ante 38% do adversário. Votariam em branco, nulo ou em nenhum deles 12%, e 2% não souberam responder. No último levantamento, havia um empate, no limite da margem de erro, nesse cenário, com Haddad obtendo 44%, e Serra, 40%.
MENSALÃO INFLUENCIA VOTO DE 42%
A maioria (82%) dos eleitores paulistanos tomou conhecimento do julgamento do mensalão, atualmente em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), mas apenas 19% dizem estar bem informados sobre o assunto. É o mesmo patamar dos que dizem estar mal informados (17%), e abaixo do número dos que dizem estar mais ou menos informados sobre o assunto (46%). Entre os eleitores de Haddad, a taxa de bem informados fica acima da média (26%), e entre os que votam em Russomanno, abaixo da média (15%).
Independente do grau de conhecimento sobre o assunto, 42% dizem que o julgamento do mensalão terá influência no voto para prefeito neste ano. Destes, 22% dizem que terá grande influência, e 20%, alguma influência. Entre os eleitores de Haddad, a taxa de influência do julgamento fica abaixo da média (34%). No eleitorado de José Serra, a tendência se inverte e 46% dizem que o julgamento tem influência no voto.
Entre as capitais brasileiras em que o Datafolha realiza pesquisas eleitorais em 2012, São Paulo é onde o julgamento do mensalão mais influência na decisão de voto para prefeito.
Para os eleitores que declararam que o julgamento do mensalão influência no voto para prefeito, o Datafolha questionou se esse fato havia feito com que mudassem o voto. Nesse grupo, que abrange quatro em cada dez votantes de São Paulo, 19% afirmaram ter mudado sua decisão de voto, sendo que 10% deixaram de votar em Fernando Haddad. Também deixaram de ser votados José Serra (4%) e Celso Russomanno (2%), entre outros menos citados por essa fatia do eleitorado.
MAIORIA REJEITA CANDIDATO APOIADO POR IGREJAS
O apoio da Igreja Católica ou da Igreja Universal do Reino de Deus a um candidato a prefeito faria com que a maioria dos eleitores rejeitasse, em graus diferentes, esse candidato.
Questionados se o apoio da Igreja Católica faria com que votassem, talvez levasse ao voto ou faria com que não votassem em um candidato, 57% disseram que esse apoio faria com que não votassem. Outros 17% disseram que o apoio talvez fizesse com que votassem, e 9% declararam que votariam com certeza em um candidato apoiado pela Igreja Católica. Uma fatia de 9% não soube responder, e 7% não veem nenhuma influência.
Entre os eleitores de Haddad e Chalita, fica acima da média o índice dos que talvez votassem em um candidato apoiado pela Igreja Católica (24% e 28%, respectivamente). No caso do candidato do PMDB, também fica acima da média o índice dos que com certeza votariam em quem tivesse esse apoio (15%).
O poder de influência da Igreja Católica é limitado mesmo entre os eleitores que se declaram católicos. Nessa fatia do eleitorado. a média dos que dizem não votar em um candidato apoiado pela Igreja Católica é igual à dos eleitores de forma geral (57%). O mesmo vale para os que talvez votassem de acordo com esse apoio. Os católicos que com certeza votariam em um candidato apoiado pela Igreja Católica são 10%, no mesmo patamar do total de eleitores (9%).
Um índice ainda maior (70%) de eleitores diz que não votaria em um candidato apoiado pela Igreja Universal, enquanto 11% talvez votariam nesse candidato, e 5% o escolheriam.
Entre os eleitores de Celso Russomanno, 67% indicam que não votariam em um candidato apoiado pela Igreja Universal. Um índice acima da média (15%), porém, indica que talvez votasse nesse candidato.
No eleitorado de Gabriel Chalita, 14% dizem que talvez votariam em um candidato apoiado pela Universal.
No segmento de eleitores evangélicos pentecostais, fica acima da média tanto a taxa dos que poderiam votar quanto a dos que votariam com certeza em um candidato apoiado pela Igreja Universal (16% e 12%, respectivamente).
O Datafolha também questionou os eleitores sobre a relação dessas duas igrejas com os três candidatos mais bem posicionados na disputa eleitoral de São Paulo.
Na opinião de 40% dos eleitores, a Igreja Católica é neutra em relação a Celso Russomanno e a José Serra. No caso de Fernando Haddad, 42% dizem que Igreja Católica é neutra em relação ao petista.
Dizem que a Igreja Católica é contra Russomanno 14% dos eleitores, índice menor dos que têm a mesma opinião sobre Serra (6%) e Haddad (6%). Para 17%, a Igreja Católica é a favor de José Serra, o índice mais alto entre os três candidatos listados (11% dizem o mesmo sobre Haddad, e 9%, sobre Russomanno).
No caso da Universal do Reino de Deus, 37% dizem acreditar que a igreja é a favor de Russomanno.
Apenas 8% têm a mesma opinião sobre a relação com Haddad e Serra. Nessa questão, chama a atenção o fato de que, no eleitorado de Russomanno, fica abaixo da média o índice dos que veem uma posição a favor por parte da Universal (24%). No eleitorado dos demais candidatos, a tendência se inverte e um índice acima da média vê a Universal a favor de Russomanno. No caso de Serra, por exemplo, 48% tem essa opinião, mesmo índice verificado no eleitorado de Chalita. Entre os eleitores de Haddad, o índice fica em 44%, ainda acima da média.
Dizem que a Universal é a favor de Serra 8% dos eleitores, mesmo índice dos que dizem o mesmo sobre Haddad.
Há ainda 19% que dizem que a Igreja Universal é neutra em relação ao candidato do PRB, taxa que fica em 30% em relação a Serra e em 32% em relação a Haddad.
Para 8%, a Universal do Reino de Deus é contra a candidatura de Russomanno. Esse índice fica em 20% quando o candidato é Serra, e 17% em relação ao nome do PT.