Empatada no 1º turno com Dilma, Marina abre vantagem no 2º turno

DE SÃO PAULO

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Em menos de duas semanas como candidata oficial à Presidência da República, Marina Silva (PSB) deixou para trás Aécio Neves (PSDB) e alcançou a a presidente Dilma Rousseff (PT). Agora aparece como favorita também para bater a petista no 2º turno. Desde a primeira quinzena de agosto, a candidata do PSB passou de 21% para 34% das intenções de voto, mesmo índice obtido atualmente por Dilma (34%), que teve oscilação negativa, dentro da margem de erro, no mesmo período (tinha 36%). Quem mais perdeu terreno na corrida presidencial, no entanto, foi Aécio, que na pesquisa anterior empatava com Marina (tinha 20%) e agora aparece com 15%, seu menor índice desde o início da campanha, quando Eduardo Campos ainda era o candidato do PSB.

A disputa pelo Palácio do Planalto traz ainda Pastor Everaldo, com 2%, e Zé Maria (PSTU), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB), Luciana Genro (PSol), Rui Costa Pimenta (PCO) e Eymael (PSDC), que não atingiram 1%. Uma parcela de 7% dos eleitores votariam em branco ou anulariam o voto (ante 8% na segunda semana de agosto), e 7% não opinaram (na última pesquisa, 9%).

Dilma permanece à frente de Marina nas faixas de idade mais avançadas (36% a 29% entre aqueles que têm de 45 a 59 anos, e 38% a 25% entre os que têm 60 anos ou mais), entre os menos escolarizados (44%¨a 25%), na parcela dos mais pobres (41% a 30%), nas regiões Nordeste (47% a 31%) e Norte (46% a 30%), nos menores municípios (44% a 29%) e entre os católicos (38% a 30%).

A candidata do PSB supera a petista entre os mais jovens (42% a 31%), entre aqueles com ensino superior (43% a 22%, em segmento no qual Aécio tem 23%), na parcela dos que possuem renda familiar de 5 a 10 salários (44%, ante 21% de Dilma e 21% do candidato do PSDB), nas regiões Sudeste (35% a 26%) e Centro-Oeste (39% a 29%), nas cidades médias, que tem de 200 a 500 mil habitantes (38% a 26%), nas maiores cidades, com mais de meio milhão de moradores (37% a 27%), e entre os evangélicos pentecostais (41% a 30%) e não pentecostais (44% a 29%).

A disputa entre elas se mostra equilibrada entre aqueles que têm de 25 a 34 anos (37% para Marina, 32% para Dilma), de 35 a 44 anos (34% para Dilma, 35% para Marina), na fatia dos que estudaram até o ensino médio (37% para Marina, 31% para Dilma), entre os que possuem renda familiar de 2 a 5 salários (36% para Marina, 31% para Dilma), dentre os eleitores da região Sul (32% para cada uma), nas cidades que tem de 50 a 200 mil habitantes (34% para a petista e 33% de Marina).

Entre os que declaram ter o PSDB como partido de preferência, 61% declaram votar em Aécio, e 25%, em Marina. A pessebista é a preferida entre os que reprovam o governo Dilma Rousseff (48%, ante 27% de Aécio), e lidera também entre os que avaliam o desempenho da presidente como regular (40%, ante 23% de Dilma e 18% do tucano).

Marina Silva cresceu em todos os segmentos do eleitorado, e tomou votos de Aécio Neves principalmente entre os mais escolarizados (subiu 13 pontos, enquanto o tucano caiu 8 pontos), entre aqueles com renda de 5 a 10 salários (alta de 15 pontos, com queda de 8 pontos de Aécio e de 5 pontos de Dilma). Entre as mulheres, a ex-senadora teve alta de 11 pontos (de 22% para 35%), devido principalmente à queda no percentual de indecisos (de 12% para 8%) e de eleitores que pretendiam votar em branco ou nulo (de 10% para 6%).

Na pesquisa espontânea, sem a apresentação de nenhum nome aos eleitores, as menções à Marina Silva mais do que triplicaram desde meados de agosto, passando de 5% para 22%. No mesmo período, a preferência espontânea por Dilma cresceu de 24% para 27%. As indicações espontâneas ao nome de Aécio oscilaram de 11% para 10%, e ficou em 6% a taxa dos que dizem espontaneamente que votarão em branco ou nulo. Com o início do horário eleitoral gratuito nos meios eletrônicos, que teve início em 19 de agosto, recuou de 49% para 32% a fatia dos que não souberam apontar nenhum nome espontaneamente.

Nas simulações de segundo turno, Marina abriu vantagem sobre Dilma: na última pesquisa, a pessebista tinha 47%, e a candidata do PT, 43%, em um empate técnico no limite da margem de erro. Atualmente, Marina tem 50%, ante 40% da petista. Há ainda 7% que votariam em branco ou nulo, e 3% que não souberam ou não quiseram opinar. Entre os homens, nesta simulação de segundo turno, Marina cresceu de 46% para 51%, enquanto Dilma caiu de 45% para 40%. Na parcela dos mais velhos, no qual Dilma tinha vantagem, Marina avançou de 36% para 43%, enquanto Dilma caiu de 49% para 43%. Na região Norte, Marina teve alta de 9 pontos na simulação de segundo turno contra Dilma (de 34% para 43%), e a petista recuou 11 pontos (de 59% para 48%). Entre os mais ricos, foi a presidente quem ganhou terreno, mas ainda fica atrás da adversária: passou de 21% para 35%,enquanto Marina teve recuo de 64% para 59%.

A rejeição ao nome de Dilma Rousseff se mantém alta entre o eleitorado brasileiro: 35% não votariam de jeito nenhuma na candidata do PT, índice similar ao registrado em meados de agosto (34%). Em seguida aparecem Pastor Everaldo, que viu a rejeição a seu nome subir de 17% para 23% no mesmo período, e Aécio Neves, cuja rejeição passou de 18% para 22%. Com taxas menores de rejeição aparecem Zé Maria (18% não votariam de jeito nenhum), Eymael (17%), Levy Fidelix (17%), Rui Costa Pimenta (16%), Luciana Genro (15%), Marina Silva (15%, ante 11% na pesquisa anterior), Eduardo Jorge (14%), e Mauro Iasi (14%). A fatia dos que não rejeitam nenhum deles fica em 9%, enquanto 3% rejeitam todos e 7% não opinaram.

53% têm interesse no horário eleitoral

O horário eleitoral gratuito na TV, que teve início em 19 de agosto, desperta interesse em 53% dos eleitores brasileiros. Nessa parcela estão tanto aqueles que têm muito interesse (20%) quanto os que têm um pouco de interesse (33%). Na parcela dos que declaram votar em branco ou nulo, 84% não tem nenhum interesse no horário eleitoral. Na parcela dos indecisos, 60% estão desinteressados. Uma comparação com o mesmo período da eleição presidencial de 2006 mostra queda na fatia dos muito interessados pelo horário eleitoral na TV (eram 24%, ante os 20% atuais), e crescimento da parcela sem nenhum interesse (de 43% para 46%). Em 2010 não houve pesquisa sobre o tema nesta fase da campanha.

A importância do horário eleitoral na decisão de voto divide o eleitorado: 34% o avaliam como muito importante na decisão do voto para presidente, enquanto 36% o consideram nada importante. Há ainda 29% que avaliam a propaganda política na TV um pouco importante na decisão do voto presidencial, e 1% dos eleitores não opinaram sobre o assunto. Na região Nordeste, fia acima da média (em 40%) a parcela dos que atribuem muita importância ao horário eleitoral, índice próximo ao registrado na região Norte (42%). No Centro-Oeste, por outro lado, fica acima da média (em 41%) a taxa dos que consideram a propaganda eleitoral nada importante para decidir o voto, assim como entre aqueles que reprovam o governo Dilma (45%).

O programa eleitoral de Dilma Rousseff na TV foi visto por 41% dos eleitores, o de Marina Silva, por 37%, e o de Aécio Neves, por 33%. Entre os que votam em Dilma, 50% viram sua propaganda na TV, e 46% não assistiram ao horário eleitoral. Entre os que optam por Marina, 46% viram seu programa, e 47% não assistiram a nenhum programa. Na parcela dos que votam em Aécio, 48% viram seu programa, e 48% não assistiram ao horário eleitoral na TV.

Para 33% dos eleitores que assistiram ao horário eleitoral, Dilma é quem está se saindo melhor, fatia similar ao dos que avaliam que Marina (31%) é quem tem melhor desempenho. Para 20%, Aécio é quem está se saindo melhor, 3% avaliam que nenhum deles se sai melhor, e 11% não opinaram.

Oito em cada dez brasileiros (79%) querem que a maior parte das ações do próximo presidente sejam diferentes das ações da presidente atual, enquanto 18% preferem que sejam na maior parte iguais (3% não opinaram). O desejo de mudança manifestado pelos eleitores também vale para outras instâncias do poder executivo e legislativo. Em relação aos Congresso Nacional, por exemplo, 83% querem que as ações dos próximos deputados sejam diferentes das tomadas pelos atuais deputados e senadores.

No âmbito estadual, 78% querem que as ações do próximo governador do seu Estado sejam diferentes das tomadas pelo atual, e 82% querem que os deputados que assumirem a Assembleia Legislativa tomem medidas diferentes dos atuais componentes da casa.