Disputa entre Dilma Rousseff e Marina Silva é mais acirrada na classe média

DE SÃO PAULO

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A classe média intermediária foi a que mais avançou durante os últimos quatro anos, movimento que ocorreu simultaneamente à diminuição da classe média baixa e ao aumento, seguido de queda, da classe média alta. Nesse período, a fatia de excluídos chegou a oscilar para baixo, mas é hoje praticamente igual há quatro anos. Na fatia de classe alta também houve oscilação negativa ao longo desse período, e hoje ela está em nível similar ao registrado em 2010.

Atualmente, um em cada três brasileiros com 16 anos ou mais (32%) faz parte da classe média intermediária, ante 27% em 2010. Nessa época, a classe média intermediária formava o maior grupo, ao lado da fatia de excluídos, que abrangia 28% da população adulta do país. Após ter caído para 26% em 2013, a taxa de excluídos oscilou positivamente e hoje é de 27% dos brasileiros.

O terceiro grupo mais representativo é o de classe média alta, com 20%. Em 2013, a classe média alta chegou a abranger 22% dos brasileiros, mas recuou até o patamar atual. Em seguida aparece a classe média baixa, que somava 16% em 2010, chegou a 18% nos dois anos seguintes e desde então vem caindo gradualmente, até chegar aos 13% atuais.

Composto por 7%, o grupo de classe alta é o menor entre os segmentos registrados pelo Datafolha. Em 2010, a classe alta abrangia 10%.

Para chegar a estes grupos, o Instituto Datafolha utiliza dados sobre renda mensal familiar, escolaridade e classificação econômica, que usa como base posse de bens de consumo. O processamento destas informações permite agrupar a população em clusters com características comuns.

O perfil revelado mostra que, por exemplo, a classe média está presente principalmente na região Sudeste (59%), enquanto a fatia de excluídos é mais representativa no Nordeste (40%). Nesta última, há um percentual elevado de donas de casa (18%) e aposentados (24%), ao passo que na classe média alta se destacam os segmentos de trabalhadores assalariados (35%), funcionários públicos (11%) e autônomos regulares (10%).

A diferenciação entre as classes médias mostra que, na classe média alta, 30% têm nível superior de ensino, e 69%, nível médio. Na média intermediária, a taxa de ensino superior cai para 17%, e a de ensino médio sobe para 83%. Na classe média baixa, prevalece a ensino fundamental, assim como entre os excluídos.

Dilma e Marina brigam por grupos da classe média

Líder da corrida presidencial com 37% das nas intenções de voto, Dilma Rousseff tem a maior distância sobre sua principal adversária, Marina Silva (PSB), entre os excluídos (49% a 23%), mas fica abaixo da pessebista e do terceiro colocado, Aécio Neves (PSDB), no outro extremo, na classe alta (tem 19%, ante 36% de Marina e 33% do tucano). A disputa mais acirrada da eleição está, portanto, na classe média.

Considerando a média dos três grupos de classe média, Dilma e Marina têm 33% cada uma, e Aécio fica com 18%. A análise dos grupos separadamente, porém, revela diferenças significativas entre eles. Na classe média alta, Marina tem 35%, Dilma fica com 27%, e Aécio alcança 22%. No segmento mais representativo, de classe média intermediária, a petista tem 35%, empatada com a candidata do PSB, que tem 33%, e Aécio obtém 15%. Na classe média baixa, Dilma lidera (40%), e é seguida por Marina (28%) e Aécio (16%).

Os índices de rejeição dos candidatos por classe segue a tendência verificada na intenção de voto: na classe alta, a rejeição à candidatura de Dilma atinge 55%, vai a 41% na classe média alta, a 34% na classe média intermediária, a 33% na classe média baixa, e fica em 19% entre os excluídos. Entre os brasileiros de forma geral, Dilma tem 33% de rejeição. Em relação à Marina Silva, que é rejeitada por 22% dos brasileiros, as taxas entre as classes pouco variam, com exceção da classe dos excluídos, na qual alcança 26%. O candidato Aécio Neves, que enfrenta a rejeição de 21%, tem oscilações dentro da margem em todos os segmentos de classe.

Em um eventual segundo turno entre Marina e Dilma (46% a 44% no total de eleitores), a candidata do PSB leva vantagem na classe alta (57% a 26%), na classe média alta (55% a 35%) e na classe média intermediária (49% a 41%). Na classe média baixa, há empate: Dilma tem 47%, e a adversária, 44%. No segmento dos excluídos, a petista leva vantagem (58% a 32%).

Na disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves (49% a 39% no total de eleitores), a presidente obtém vantagem entre os excluídos (62% a 26%), na classe média baixa (50% a 38%) e na classe média intermediária (48% a 40%). Na classe média alta, Aécio fica à frente (49% a 39%), assim como na classe alta (59% a 28%).

Metade dos excluídos aprova governo Dilma; na classa alta, 47% reprovam gestão da petista

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é aprovado, atualmente, por 37% dos eleitores brasileiros, e uma parcela similar (38%) o considera regular. A taxa de reprovação é de 24%. Entre as classes brasileiras, o índice mais alto de aprovação à gestão da petista ocorre entre os excluídos (50%), e cai conforme se avança ao polo oposto: é de 38% na classe média baixa, de 34% na classe média intermediária, de 28% na classe média alta, e de 26% na classe alta. O contrário se dá com a reprovação, que é de 47% na classe alta e de 12% entre os excluídos.

Entre os eleitores de classe alta, a nota média atribuída ao desempenho do governo Dilma é 4,5; na classe média intermedirá, fica em 5,9; e entre os excluídos, alcança 7,3. Na média do eleitorado, a nota média da gestão da petista é 6,1.