Dilma abre vantagem; disputa entre Marina e Aécio fica mais acirrada

DE SÃO PAULO

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A candidata Dilma Rousseff (PT) entra na última semana de campanha pela Presidência da República com vantagem de 15 pontos sobre sua adversária mais próxima, Marina Silva (PSB), Na simulação de 2º turno, a petista manteve tendência de alta e abriu distância sobre a pessebista. Com 40% das intenções de voto para a eleição do próximo domingo, Dilma manteve a preferência registrada em pesquisa realizada na última semana, enquanto Marina oscilou de 27% para 25% nesse intervalo. O terceiro colocado, Aécio Neves (PSDB), manteve trajetória ascendente e oscilou de 18% para 20%.

A distância entre o tucano e Marina Silva, atualmente, é a menor desde a entrada oficial da ex-senadora na disputa. No início deste mês, ele tinha 20 pontos de desvantagem em relação à pessebista (14% a 34%), diferença que desde então vem se afunilando gradualmente.

Em seguida aparecem Pastor Everaldo (PSC) e Luciana Genro (PSol), com 1% cada. Os candidatos Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB), Rui Costa Pimenta (PCO), Eymael (PSDC) e Zé Maria (PSTU não atingiram 1%. Há ainda 5% dos eleitores votaria em branco ou anulariam o voto, e 5% não opinaram.

Entre os mais jovens, Dilma tem agora 39%, ante 28% de Marina. Essa vantagem aumenta conforme avança a faixa etária do eleitorado. Na fatia dos mais escolarizados, Marina aparece com 32%, ante 28% de Aécio e 26% de Dilma. Entre os eleitores que estudaram até o ensino fundamental ou até o ensino médio, a liderança é da petista. Nos estratos de renda, Dilma lidera entre aqueles com renda familiar de até 2 salários e entre os que ganham de 2 a 5 salários. Na fatia dos que possuem renda de 5 a 10 salários, há empate triplo: Marina com 30%, Dilma, com 29%, e Aécio, com 28%. Entre os mais ricos, a vantagem é de Aécio (39%, ante 30% de Marina e 22% de Dilma). Na região Sudeste, Dilma tem 30%, Marina fica com 29%, e Aécio, com 25%. No Centro Oeste, Dilma tem 34%, ante 33% de Marina e 22% de Aécio. Nas demais regiões a petista lidera.

Levando em conta somente os votos válidos, Dilma Rousseff tem 45%, ante 28% de Marina e 22% de Aécio Neves. Na semana passada, esses índices eram de 45%, 31% e 21%, respectivamente. Os candidatos Pastor Everaldo, Luciana Genro ficam com 1% cada, e os demais ficam abaixo de 1%. Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.

Nesse levantamento realizado entre os dias 29 e 30 de setembro de 2014, o Datafolha entrevistou 7.520 eleitores em 311 cidades em todas as regiões do Brasil. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Na pesquisa espontânea, que indica uma preferência mais cristalizada entre os eleitores, já que não há apresentação dos nomes dos candidatos, Dilma passou de 33% para 35%, enquanto as menções à candidatura de Marina oscilaram 21% para 20%. As intenções de voto espontânea em Aécio oscilaram de 14% para 16%, há 5% que declaram votar em branco ou nulo, e 22% não souberam mencionar um candidato espontaneamente (ante 25% na pesquisa realizada na semana passada).

Na reta final da campanha, Marina Silva e Aécio Neves são conhecidos muito bem por apenas 19% eleitorado. A candidata do PSB também é um pouco conhecida por 37%, e conhecida só de ouvir falar por 38%, o que garante uma taxa de conhecimento, em algum grau, de 93% entre os brasileiros que podem ir às urnas no próximo domingo. Já o tucano é conhecido um pouco por 29%, e só de ouvir falar por 40%, totalizando 88% de conhecimento junto ao eleitorado. A atual presidente é conhecida muito bem por 52%, conhecida um pouco por 31%, e só de ouvir falar por 16%, índices que lhe tornam conhecidas por 99%.

A taxa de rejeição à candidatura de Dilma Rousseff ficou estável na comparação com pesquisa realizada na semana passada, em 31%. No mesmo período, a rejeição à Marina Silva passou de 23% para 25%, e a Aécio, de 20% para 23%. Além deles, Pastor Everaldo enfrenta a rejeição de 22% dos eleitores, e em seguida aparecem Levy Fidelix (20%), Zé Maria (18%), Eymael (17%), Luciana Genro (16%), Rui Costa Pimenta (15%), Eduardo Jorge (15%), e Mauro Iasi (14%). A fatia dos que não rejeitam nenhum deles fica em 7%, enquanto 3% rejeitam todos e 7% não opinaram.

A simulação de segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva mostra, pela primeira vez, vantagem da petista sobre a adversária fora do intervalo da margem de erro. A petista tem 49% neste cenário, ante 41% da candidata do PSB. Na semana passada, elas estavam empatadas no limite da margem de erro (47% a 43%). Em simulação realizada no final de agosto, Marina tinha 50%, e Dilma, 40% - foi a maior vantagem obtida pela pessebista. Neste cenário, no levantamento atual, há 7% que votariam em branco ou nulo, e 3% estão indecisos. Nos votos válidos, Dilma teria 54%, ante 46% de Marina.

Se a disputa de segundo turno fosse entre Dilma e Aécio, os índices do cenário anterior se repetiriam: a petista teria 50% dos votos, ante 41% do adversário. Uma fatia de 7% votaria em branco ou anularia o voto, e 3% não responderam. Na comparação com resultado do levantamento anterior, houve ligeira queda, de três pontos, na distância entre a petista (50%) e o tucano (39%). Nos votos válidos, Dilma teria 55%, ante 45% de Aécio.

Três em cada quatro eleitores (74%) preferem que a maioria das ações do próximo presidente seja diferente das tomadas pelo atual ocupante do cargo, e 23%, que seja na maioria igual. Há ainda 3% não opinaram sobre o assunto. Na comparação com pesquisa realizada no início de setembro, houve queda no percentual de eleitores que preferem mudança (eram 79%), e alta na proporção de eleitores que preferem continuidade (eram 17%). Entre os mais jovens, 79% preferem que a maioria das ações do próximo presidente seja diferente, índice que cai para 68% entre os mais velhos. Também é maior o desejo de mudança entre os mais escolarizados (82%) do que entre aqueles que estudaram até o ensino fundamental (65%). No Sudeste, 80% preferem ações em sua maioria diferentes, ante 69% no Sul, e 68% nas regiões Norte e Nordeste.

Metade dos eleitores de Dilma (49%) prefere que as ações do próximo presidente - neste caso a própria petista - sejam diferentes das ações tomadas em seu governo atual, enquanto 48% preferem que sejam iguais. Entre os eleitores de Marina e Aécio, a preferência por mudança é majoritária (mesmo índice para ambos, de 93%).

Questionados sobre qual dos candidatos está mais preparado para realizar mudanças no Brasil, 34% apontam Dilma, que é seguida por Aécio (24%), Marina (23%), e Luciana Genro e Pastor Everaldo (1% cada). Para 7%, nenhum deles está preparado, e 8% não opinaram.

Avaliação do governo Dilma Rousseff

O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é aprovado por 39% dos eleitores brasileiros, reprovado por 23%, e considerado regular por 37%. Na comparação com levantamento realizado na última semana, tanto a taxa de aprovação quanto a de reprovação à gestão da petista tiveram oscilação positiva (eram 37% e 22%, respectivamente), enquanto a fatia dos que a avaliam como regular teve oscilação negativa (era de 39%). Há ainda 1% que não opinou sobre o assunto.

De 0 a 10, a nota média atribuída atualmente ao governo Dilma Rousseff é 6,1, mesmo resultado obtido no último levantamento.

Os resultados da pesquisa também foram analisados pelo diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, e pelo diretor de pesquisas do instituto, Alessandro Janoni, em artigo publicado hoje na Folha, que você pode ler aqui.