O deputado Jair Bolsonaro (PSL) voltou a crescer e atingiu um patamar inédito de intenção de voto na atual disputa pela Presidência da República. Com 32%, ele ultrapassa pela primeira vez a barreira dos 30%, conquista um terço do eleitorado e volta a abrir vantagem sobre seu adversário mais próximo, Fernando Haddad (PT), que oscilou de 22% para 21% em relação à pesquisa realizada na semana passada, entre os dias 26 e 28. O levantamento que mostra esse movimento da candidatura de Bolsonaro foi feito inteiramente no dia 2 de outubro.
Desde que substituiu Lula como candidato do PT na corrida presidencial, é a primeira vez que o ex-prefeito de São Paulo aparece estagnado na preferência do eleitor. Seus principais adversários na concorrência por uma vaga no 2º turno também não se movimentaram fora da margem de erro: Ciro Gomes (PDT) se manteve com 11%, e Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 10% para 9%.
A ex-senadora Marina Silva (Rede), que partiu da segunda posição no início da campanha, em agosto, com 16%, oscilou novamente para baixo, de 5% para 4%. Na disputa aparecem ainda João Amoêdo (Novo), com 3%, Henrique Meirelles (MDB), Cabo Daciolo (Patriota) e Alvaro Dias (Podemos), com 2% cada. Os demais candidatos - Boulos (PSOL), Eymael (DC), João Goulart Filho (PPL) e Vera (PSTU) - não pontuaram.
Uma parcela de 8% pretende votar em branco ou nulo (eram 10% na última semana), e 5% continuam indecisos.
A análise do crescimento de Bolsonaro entre os segmentos do eleitorado mostra alta acentuada entre as mulheres (de 21% para 27%, colocando-o à frente de Haddad, que tem 20%), entre os mais escolarizados (de 37% para 43%, ante 14% do petista), na parcela do eleitorado com renda familiar de 5 a 10 salários (de 44% para 51%, enquanto Haddad recuou de 16% para 12%).
Na região Sudeste, que conta com o maior número de eleitores, o deputado do PSL passou de 31% para 36%, e no Sul o crescimento foi de 35% para 44%, devolvendo à região a posição de mais bolsonarista até o momento (no levantamento anterior, estava atrás do Centro-Oeste, em que 39% optavam pelo militar reformado). No Nordeste, Haddad lidera (36% a 20%), mas a distância entre eles diminuiu (era de 38% a 16%).
Entre os evangélicos, que representam 31% do eleitorado brasileiro, Bolsonaro lidera com 40%, e Haddad, 15%. Na porção de católicos, que responde por 55% dos eleitores, há empate entre os dois candidatos mais bem colocados na pesquisa (29% a 25%).
Na contabilidade de votos válidos, que exclui brancos, nulos e indecisos, Bolsonaro aparece com 38%, seguido por Haddad (24%), Ciro (12%), Alckmin (10%), Marina Silva (4%), Amoêdo (4%), Alvaro (2%), Daciolo (2%) e Meirelles (2%), com os demais com 1% ou menos dos válidos. A Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos na apuração das eleições, e é dessa forma que o resultado oficial é divulgado.
Neste levantamento, foram ouvidos 3.240 eleitores em 225 municípios brasileiros de todas as regiões do país. A margem de erro para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.