O ex-presidente Lula (PT) tem 43% das intenções de voto e lidera a disputa pela Presidência da República neste momento, tendo como adversário mais próximo o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (PL), que aparece com 26% das intenções de voto. Em um patamar mais baixo, empatados, estão Sérgio Moro (Podemos), com 8%, e Ciro Gomes (PDT), com 6%, seguidos por João Doria (PSDB), com 2%, André Janones (Avante), com 2%, e Vera Lucia (PSTU), Simone Tebet (MDB) e Frederico D'Ávila (Novo) com 1%. O pré-candidato Leonardo Péricles (UP) não pontuou, há 6% que pretendem votar em branco ou nulo, e 2% não opinaram.
A inclusão de nomes como Janones, Vera Lucia e Péricles, e a saída de Aldo Rebelo (sem partido), Alessandro Vieira (recém filiado ao PSDB) e Rodrigo Pacheco (PSD) dos cenários testados anteriormente impedem a comparação direta desta pesquisa com o levantamento eleitoral realizado pelo Datafolha em dezembro de 2021. À época, considerando os dois cenários consultados, Lula oscilava entre 47% e 48%, e Bolsonaro, entre 21% e 22%.
A vantagem atual de Lula sobre Bolsonaro, que é de 17 pontos no total da população com 16 anos ou mais, é mais ampla entre as mulheres (46% a 21%), jovens de 16 a 24 anos (51% a 22%), na faixa de 25 a 34 anos (47% a 22%), entre brasileiros com escolaridade fundamental (55% a 19%), na parcela mais pobre, com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (51% a 19%), na região Nordeste (55% a 20%), entre quem se declara de cor preta (52% a 18%), no grupo de católicos (48% a 23%), no segmento de assalariados sem registro (53% a 20%) e entre desempregados que procuram recolocação (55% a 16%).
Na população masculina, a vantagem do petista sobre o atual presidente cai para nove pontos (40% a 31%), e a liderança de Lula também é mais apertada entre quem tem de 45 a 59 anos (40% a 29%), 60 anos ou mais (39% a 29%), no estrato de escolaridade média (39% a 29%), entre quem estudou até o ensino superior (36% a 30%), na região Sul (39% a 33%), no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste (38% a 30%), entre brancos (37% a 31%) e na fatia de assalariados registrados (37% a 31%).
No segmento com renda familiar de 2 a 5 salários, há empate com vantagem numérica para o petista (36% a 33%), e nos estratos mais ricos o presidente lidera (38% a 27% na faixa de 5 a 10 salários e 39% a 26% na faixa superior a 10 salários). Bolsonaro também tem ampla liderança entre empresários (50% a 20%). Entre os evangélicos, Bolsonaro e Lula empatam, com 37% e 34% das intenções de voto, respectivamente.
Diante desses nomes, dois em cada três (67%) dizem estar totalmente decididos sobre sua escolha para a eleição presidencial de outubro, e 32% ainda podem mudar de ideia. Na parcela tem intenção de votar em Lula, 78% se dizem totalmente decididos, índice similar ao registrado entre os potenciais eleitores de Bolsonaro (80%). Entre quem declara voto em Moro, a maioria (63%) pode mudar de ideia, e o mesmo acontece entre potenciais eleitores de Ciro, com 72% deixando em aberto a possibilidade de mudar seu voto.
No levantamento atual, o Datafolha também testou outros três cenários para a disputa presidencial. Em um deles, com Eduardo Leite (PSDB) e sem João Doria, as intenções de voto em Lula (43%), Bolsonaro (26%) e Moro (8%) ficam inalteradas e Ciro (7%) e Janones (3%) oscilam. O tucano aparece com 1% de intenção de voto, ao lado de Tebet e Vera Lucia. Os nomes de D'Ávila e Péricles foram citados, mas não atingiram 1%. Brancos e nulos somam 7%, e 3% não opinaram.
A saída de Tebet, em um cenário com Doria, não altera o quadro geral, com Lula (44%) e Bolsonaro (26%) nas primeiras posições, seguidos por Moro (8%), Ciro (7%), Janones (3%). Doria (2%), e D'Ávila e Vera Lucia (1% cada). Quando é Doria quem cede lugar à Tebet, os índices também não se movimentam fora da margem de erro, com manutenção da liderança do ex-presidente petista (43%), seguido por Bolsonaro (26%), Moro (8%), Ciro (8%), Janones (3%), e Tebet e Vera Lucia (1% cada). O pré-candidato do UP não pontuou em nenhum dos dois cenários, e o nome do Novo não pontuou neste último.
Na pesquisa espontânea, em que os nomes dos possíveis candidatos não são apresentados aos brasileiros, as menções a Lula oscilaram de 32% em dezembro para 30% em março, enquanto Bolsonaro cresceu de 18% para 23% no mesmo período. Também são citados espontaneamente os nomes de Ciro (2%), Moro (2%) e Janones (1%), além de outros que ficam abaixo de 1%. Em dezembro, 36% não respondiam à pergunta de intenção de voto espontânea, índice que caiu para 32% no atual levantamento. As menções a voto em branco ou nulo oscilaram de 7% para 9% no mesmo período.
Na região Nordeste, 41% citam Lula. Entre os mais ricos, com renda acima de 10 salários, 39% declaram espontaneamente votar em Bolsonaro, e na faixa anterior, de 5 a 10 salários, esse índice fica em 35%.