Descrição de chapéu Eleições

Estável, disputa presidencial tem Lula à frente e Bolsonaro em segundo

DE SÃO PAULO

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As intenções de voto dos dois candidatos mais bem colocados oscilaram dentro da margem de erro, e o cenário atual na disputa pela Presidência da República aponta para a estabilidade na comparação com levantamento realizado em maio. Com 47% das intenções de voto, Lula (PT) se mantém na liderança, com vantagem de 19 pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro (PL), que aparece com 28%. No levantamento de maio, o petista tinha 48%, e o atual presidente, 27%. Na terceira posição aparece Ciro Gomes (PDT), que oscilou de 7% para 8% entre maio e junho.

A disputa traz ainda André Janones (Avante), com 2%, Simone Tebet (MDB), Pablo Marçal (PROS) e Vera Lúcia (PSTU), com 1% cada, e Sofia Manzano (PCB), Felipe d'Ávila (Novo), General Santos Cruz (Podemos), Eymael (Democracia Cristã), Luciano Bivar (União Brasil) e Leonardo Péricles (UP), que não atingiram 1%. Uma parcela de 7% declara intenção de votar em branco ou nulo, e 4% não opinaram.

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Lula, Jair Bolsonaro Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet. - (Foto: Eduardo Anizelli, Pedro Ladeira e Zanone Fraissat/Folhapress )

O atual levantamento foi realizado nos dias 22 e 23 de maio de 2022, com 2.556 entrevistas presenciais em 181 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
A pesquisa está registrada no TSE - BR-09088/2022. O campo da pesquisa foi iniciado e a maior parte das entrevistas realizadas no mesmo dia em que foram presos, investigados por corrupção e outros crimes, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores que atuavam informalmente no ministério durante a passagem de Ribeiro..

Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem 53%, resultado que lhe daria uma vitória em 1º turno se a eleição fosse hoje. O atual presidente tem 32% das intenções de votos válidos, e Ciro Gomes, 10%. Para a apuração e divulgação do resultado oficial das eleições a Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos.

Apesar da estabilidade na média do eleitorado, houve oscilação negativa nas intenções de voto no petista com maior intensidade entre os jovens de 16 a 24 anos (de 58% para 54%), na parcela com renda familiar na faixa de 5 a 10 salários (de 37% para 29%), entre eleitores da região Sul (de 47% para 41%) e no Nordeste (de 62% para 58%). O presidente Bolsonaro avançou em quase todos esses segmentos: passou de 32% para 36% entre homens, de 21% para 24% entre os mais jovens, de 37% para 44% na faixa de renda de 5 a 10 salários e de 30% para 34% no Sul. Além desses avanços, o presidente passou de 26% para 31% entre quem tem de 45 a 59 anos.

A vantagem de Lula para Bolsonaro, que é de 19 pontos percentuais na média do eleitorado, é proporcionalmente maior entre as mulheres (49% a 21% - 28 p.p.), entre quem tem de 16 a 24 anos (54% a 24% - 30 p.p.), na faixa de 25 a 34 anos (51% a 27% - 24 p.p.), entre eleitores com escolaridade fundamental (56% a 22% - 34 p.p.), no segmento com renda familiar de até 2 salários mínimos (56% a 20% - 36 p.p.), na região Nordeste (58% a 19% - 39 p.p.), entre eleitores que se declaram pretos (54% a 22% - 32 p.p.), no grupo de católicos (53% a 24% - 29 p.p.), no grupo de desempregados que procuram emprego (62% a 16% - 46 p.p.) e entre eleitores que se declaram homossexuais ou bissexuais (73% a 9% - 64 p.p.).

A distância entre o petista e o atual presidente é menor entre os homens (44% para Lula ante 36% de Bolsonaro, ou 8 pontos percentuais), entre eleitores com ensino superior (37% a 32% - 5 p.p.), na faixa de renda de 2 a 5 salários (39% a 35% - 4 p.p.), no Sul (41% a 34% - 7 p.p), no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste (42% a 36% - 6 p.p.), entre brancos (41% a 34% - 7 p.p.) e entre assalariados registrados (40% a 32% - 8 p.p.);

O presidente aparece à frente de Lula, ao menos numericamente, na faixa de renda familiar de 5 a 10 salários (44% a 29% - 15 p.p.), na parcela mais rica do eleitorado, com renda superior a 10 salários (47% a 35% - 12 p.p.) e entre os empresários brasileiros (43% a 30% - 13 p.p.).

Entre aqueles que declaram intenção de votar em algum dos nomes listados, em branco ou anular o voto, 70% estão totalmente decididos sobre essa opção, e 29% ainda podem mudar de ideia até a eleição, com 1% sem opinião a respeito. Na parcela que declara voto em Lula, 79% estão totalmente decididos, índice similar ao registrado entre potenciais eleitores de Bolsonaro (78%). Entre quem tem intenção de votar em Ciro Gomes, 33% estão totalmente decididos, e dois terços (66%) ainda podem mudar seu voto.

Para aqueles que ainda podem mudar de ideia sobre o voto para presidente, o Datafolha questionou qual seria sua escolha, pensando na mesma lista de presidenciáveis. De forma geral, Ciro Gomes é a segunda opção de voto de 22%, Lula, de 18%, Bolsonaro, de 14%, e Tebet, de 6%. Entre os potenciais eleitores de Lula que ainda não estão totalmente decididos, 40% apontam Ciro Gomes como o nome com maior chance de herdar o voto caso desistam do petista, e na sequência aparecem Bolsonaro (21%), Tebet (6%) e Janones (5%). No segmento que vota em Bolsonaro mas ainda não está convicto dessa escolha, Ciro (26%), Lula (18%), Tebet (7%) e Santos Cruz (7%) são as opções de segundo voto mais citadas. Entre aqueles que apontam votar em Ciro mas podem mudar de ideia até a eleição, 44% apontam Lula como o nome com maior chance de ser o candidato escolhido, e 12% optariam por Bolsonaro.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea, quando os nomes dos possíveis candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula lidera com 37% (tinha 38% em maio), Bolsonaro aparece em segundo com 25% (tinha 22%), e Ciro é citado espontaneamente por 3% (tinha 2%). Os demais não atingiram 1% das menções, há 6% que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto (eram 5%), e 27% não responderam (eram 29%).