O ex-presidente Lula (PT) tem 47% das intenções de voto e lidera a disputa pela Presidência da República após o início oficial da campanha eleitoral. Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) é o segundo colocado, com 32%. Desde maio, a distância entre eles caiu de 21 para 15 pontos percentuais. Na última semana de julho, antes do registro das candidaturas e com nomes como André Janones (Avante) e Luciano Bivar (União Brasil) ainda listados entre opções de voto, o petista tinha os mesmos 47%, e o presidente aparecia com 29%.
Na terceira posição da disputa presidencial aparece Ciro Gomes (PDT), com 7%, e na sequência aparecem Simone Tebet (MDB), com 2%, Vera (PSTU), com 1%, e Pablo Marçal (PROS), Sofia Manzano (PCB), Felipe d’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Eymael (Democracia Cristã), Léo Péricles (UP) e Roberto Jefferson (PTB), que não atingiram 1% das intenções de voto. Uma parcela de 6% declara intenção de votar em branco ou nulo, e 2% não opinaram.
Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem 51%, resultado que deixa em aberta a possibilidade de vitória no 1º turno – pela margem de erro, a preferência pelo petista pode variar entre 49% e 53% dos válidos. O atual presidente tem 35% das intenções de votos válidos, e Ciro Gomes, 8%. Para a apuração e divulgação do resultado oficial das eleições, a Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos.
A diferença entre Lula e Bolsonaro, que é de 15 pontos percentuais na média do eleitorado, é de 18 pontos entre as mulheres (47% a 29%) e cai para 11 pontos entre homens (46% a 35%). Na parcela mais jovem, de 16 a 24 anos, o petista tem vantagem de 24 pontos (51% a 28%), e entre os mais velhos essa distância cai: fica em 11 pontos nas faixas de 45 a 59 anos (45% a 34%) e também na faixa 60 anos ou mais (44% a 33%). Entre os menos escolarizados, o petista abre 27 pontos (55% a 27%), ante 10 pontos de vantagem entre quem tem ensino médio (44% a 34%) e apenas quatro pontos entre quem estudou até o ensino superior (40% a 36%).
Na faixa de eleitores com renda mensal de até 2 salários mínimos, Lula tem mais do que o dobro de intenções de voto do que o atual presidente (55% a 23%, ou 32 pontos percentuais). Na faixa seguinte, com renda de 2 a 5 salários, Bolsonaro avançou sete pontos desde julho e agora tem 41%, ante 38% de Lula, que variou 2 pontos para baixo (tinha 40%). Entre quem tem renda de 5 a 10 salários o atual presidente abre distância de 13 pontos (47% a 34%). Entre os mais ricos, com renda familiar mensal superior a 10 salários, Bolsonaro tem 43%, e Lula, 40%.
O presidente também avançou, entre julho e agosto, entre seus eleitores em 2018. Na parcela que declara ter votado em Bolsonaro no 2º turno contra Haddad, 63% agora pretendem votar em Bolsonaro no 1º turno da disputa de 2022. No levantamento anterior, esse índice era de 56%. No mesmo período, a preferência por Lula no grupo de eleitores de Bolsonaro em 2018 recuou de 21% para 19%.
Regionalmente, Lula tem vantagem mais ampla no Nordeste, de 33 pontos (57% a 24%), e no Sudeste, que concentra a maior parcela do eleitorado brasileiro, a distância do petista sobre o adversário mais próximo é de 12 pontos (44% a 32%). Na região Sul, Lula tem 43%, ante 39% de Bolsonaro, e no Norte e Centro-Oeste quem leva vantagem numérica é Bolsonaro (43% a 41% no Norte e 42% a 36% no Centro-Oeste).
No Estado de São Paulo, Lula lidera com 44%, e Bolsonaro tem 31%. Na sequência aparecem Ciro (9%) e Tebet (3%), e há 7% que pretendem votar em branco ou nulo, com 2% sem opinião. Em Minas Gerais, segundo colégio eleitoral do país em número de eleitores depois de São Paulo, a vantagem do petista sobre Bolsonaro é mais ampla (49% a 29%), e Ciro tem 6%, seguido por Tebet (2%). Entre eleitores mineiros, 6% pretendem anular ou votar em branco, e 4% não opinaram. No Rio de Janeiro, Lula tem 41%, ante 35% de Bolsonaro, e em patamar menor aparecem Ciro (7%) e Tebet (3%), com 8% de brancos e nulos e 2% de indecisos.
Entre brasileiros que se declaram brancos, há empate entre Lula (40%) e Bolsonaro (38%) no primeiro turno da disputa presidencial. Na parcela de pardos, o petista abre vantagem de 15 pontos (48% a 33%), e entre autodeclarados pretos são 41 pontos de distância (60% a 19%) com Lula à frente.
No segmento de eleitores evangélicos, o atual presidente tem 49% das intenções de voto, ante 32% de Lula. Na comparação com levantamento de julho, Bolsonaro avançou seis pontos entre evangélicos (de 43% para 49%), e Lula oscilou um ponto para baixo (De 33% para 32%). Quando se este a comparação até três meses atrás, o avanço da preferência pelo presidente entre os evangélicos é ainda mais intenso: em pesquisa realizada na última semana de maio, Bolsonaro tinha 39% nesse eleitorado, no mesmo patamar de Lula (36%).
O conjunto de eleitores que se declaram homossexuais ou bissexuais (6% do eleitorado) forma o grupo mais homogêneo na preferência por Lula (69%) sobre Bolsonaro (10%), que nesse eleitorado empata com Ciro (9%).
No eleitorado que recebe ou mora com alguém que recebe Auxílio Brasil, Lula tem o dobro de intenções de voto do que Bolsonaro (56% a 28%).
Entre aqueles que declaram intenção de votar em algum dos nomes apresentados, em branco ou anular o voto, 75% estão totalmente decididos sobre essa opção (eram 71% em julho), e 25% ainda podem mudar de ideia até a eleição. Entre as mulheres, 29% ainda podem mudar o voto, índice superior ao registrado entre homens (21%). O índice de eleitores que ainda não estão totalmente decididos sobre o nome escolhido para o primeiro turno da disputa presidencial também é mais alto entre os mais jovens (36%).
Na parcela que declara voto em Lula, 83% estão totalmente decididos, no mesmo patamar registrado entre potenciais eleitores de Bolsonaro (80%). Entre quem tem intenção de votar em Ciro Gomes, 35% estão totalmente decididos, e 64% ainda podem alterar seu voto, e entre eleitores de Tebet há 55% que podem migrar de candidato. Na parcela do eleitorado que pretende votar em branco ou nulo, 39% ainda podem mudar de ideia.
Para aqueles que ainda podem mudar de ideia sobre o voto para presidente, o Datafolha questionou qual seria essa escolha, pensando na mesma lista de presidenciáveis. De forma geral, Ciro Gomes é a segunda opção de voto de 25%, Lula, de 20%, Bolsonaro, de 14%, e Tebet, de 5%.
Entre potenciais eleitores de Lula que não estão totalmente decididos, 38% apontam Ciro Gomes como o nome com maior chance de herdar o voto caso desistam do petista, e na sequência aparecem Bolsonaro (22%), Tebet (5%) e Vera (5%). No grupo que declara voto em Bolsonaro mas ainda não está convicto dessa escolha, Ciro (30%) e Lula (30%) são as alternativas de voto mais citadas. Entre os eleitores não convictos de Ciro, 34% apontam Lula como o nome com maior chance de ser o candidato escolhido caso mudem de ideia, e 20% optariam por Bolsonaro.
Na pesquisa de intenção de voto espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula lidera com 40% (tinha 38% em julho), e Bolsonaro aparece em segundo com 28% (tinha 26%). A candidatura de Ciro é citada espontaneamente por 2%, e a de Tebet, por 1%. Os demais não atingiram 1%, há 6% que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto, e 22% não responderam (eram 25%).
A intenção de voto espontânea em Lula cresceu de forma mais intensa na faixa etária de 25 a 34 anos (de 35% para 42%) e entre os mais ricos, com faixa de renda superior a 10 salários (de 30% para 39%). As menções a Bolsonaro cresceram mais na faixa de renda de 2 a 5 salários (de 31% para 37%) e entre evangélicos (de 37% para 42%).