Pesquisa Datafolha revela que 90% dos entrevistados consideram que a Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, será importante para o país. Destes, 70% pensam que o mundial será muito importante e 20% que será um pouco importante para o Brasil, enquanto 11% pensam que o evento não será nada importante - especificamente, entre os mais velhos esse índice alcança 18%.
Os índices mais altos, dos que consideram o mundial muito importante para o país, são encontrados entre os mais jovens (76%), entre os homens (74%), entre os que têm muito interesse por futebol (85%) e entre os moradores da região Nordeste (80%) e da região Norte/ Centro-Oeste (76%).
Nesse levantamento realizado no dia 13 de dezembro de 2012, o Datafolha realizou 2.588 entrevistas em 160 municípios, com margem de erro máxima 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O Datafolha também questionou o grau de importância da Copa do Mundo de 2014 para o próprio entrevistado, 72% consideram o mundial importante, sendo 43% muito importante e 28% um pouco importante, contra 28% que consideram o evento nada importante. Índices mais altos de muita importância são observados entre os homens (53%, contra 35% entre as mulheres), entre os mais ricos (48%), entre os que têm muito interesse por futebol (72%) e entre os moradores da região Nordeste (53%). Em contrapartida, os índices dos que consideram o evento nada importante são mais altos entre as mulheres (36%), entre os mais velhos (38%), entre os moradores da região Sul (35%) e Sudeste (34%).
A pesquisa também mostra que 50% dos entrevistados têm muito interesse pelo mundial de seleções, 28% um pouco e 22% nenhum interesse. O grau de muito interesse é mais alto entre os homens (64%), entre os mais jovens (58%), entre os mais ricos (59%), entre os moradores da região Norte/ Centro-Oeste (54%) e entre os que têm muito interesse por futebol (92%). Em contrapartida, o desinteresse é maior entre as mulheres (30%), entre os mais velhos (33%), entre os moradores da região Sul (28%) e entre os que não têm nenhum interesse por futebol (62%).
Comparativamente, a Copa do Mundo desperta mais o interesse dos entrevistados que a Copa das Confederações. Dois terços (66%) responderam se interessar pela Copa das Confederações, sendo que destes, 32% têm muito interesse e 34% algum interesse, enquanto 35% não têm nenhum interesse.
Já o interesse por futebol alcança 69% de menções (em 2008 era 66%), destes, 35% dos entrevistados têm muito interesse e 34% têm pouco, contra 31% que não tem nenhum interesse pelo esporte (era 36% na pesquisa anterior).
76% têm a percepção que há corrupção nas obras da Copa
A pesquisa Datafolha investigou a opinião dos brasileiros sobre os preparativos para a Copa do Mundo e de maneira geral, o brasileiro acha que o país não estará preparado. Dos cinco aspectos avaliados, em quatro a maioria dos entrevistados considera que o país não estará preparado.
A segurança nas ruas é o que mais preocupa os brasileiros: 60% acham que o país estará despreparado para garantir a segurança nas ruas durante a Copa, 30% que estará parcialmente preparado e 9% que estará totalmente preparado. Outro aspecto de preocupação dos entrevistados é a segurança nos estádios, para 51% o país estará despreparado, para 33% parcialmente preparado e para 15%, totalmente preparado.
Com relação ao transporte público, 55% consideram que o país estará despreparado, 35% que estará parcialmente preparado e 10% que o país estará totalmente preparado. Já quanto aos aeroportos, as opiniões se dividem: 48% consideram que o país estará despreparado, 39% que estará parcialmente preparado e 13% que estará totalmente preparado.
Por fim, o melhor aspecto avaliado é com relação aos estádios, 21% consideram que o Brasil estará totalmente preparado, 42% parcialmente e 36% que não estará.
A maioria dos entrevistados (76%) acredita que há corrupção nas obras para a Copa do Mundo de 2014, 9% consideram que não há e 15% não souberam responder. Essa percepção da corrupção nas obras da Copa é mais alta entre os escolarizados (89%), entre aqueles com nível médio de escolaridade (81%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (90%), entre os mais ricos (87%) e entre os moradores do Sudeste (81%).
O nível da corrupção nas obras da Copa do Mundo é visto como igual às demais obras públicas por 59% dos entrevistados. Um quinto (22%) considera que há comparativamente mais corrupção nas obras do mundial e 16% que há menos corrupção nesse tipo de obras - esse índice alcança 23% entre os moradores da região Nordeste.
66% concordam com a escolha de Luiz Felipe Scolari para técnico da seleção
Para metade dos entrevistados (47%), a CBF agiu bem em demitir Mano Menezes do cargo de técnico da seleção brasileira, para um quarto (26%), a entidade agiu mal e 27% não souberam responder. O apoio à demissão do técnico é mais alto entre os homens (63%, ante 32% entre as mulheres), entre os mais escolarizados (53%, ante 42% entre os menos instruídos), entre os mais ricos (56%, ante 42% entre os mais humildes) e entre os mais jovens (52%, ante 40% entre os mais velhos).
Apesar da demissão, o trabalho do técnico Mano Menezes na seleção brasileira foi avaliado como ótimo e bom por 34% dos entrevistados, como regular por 31%, como ruim e péssimo por 17% e não souberam responder 19%. Em seu lugar entrou Luiz Felipe Scolari, concordam com essa decisão dois terços dos entrevistados (66%), ante 15% que discordam e 19% que não souberam responder. Entre os homens, a escolha por Felipão alcança índice de aprovação mais alto, de 75%.
Dos que não concordam com a escolha de Felipão, o Datafolha perguntou qual técnico deveria ter sido chamado para substituir Mano Menezes, e a maioria não soube responder (68%). Muricy Ramalho foi citado espontaneamente por 9%, Tite por 6%, Wanderley Luxemburgo por 5%, Pep Guardiola por 2%, o próprio Mano Menezes por 5% e outros nomes atingiu 5%.