49% já deixaram de falar sobre política para evitar discussões

15% já foram ameaçados verbalmente por causa de posições políticas

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O Datafolha apresentou três situações de constrangimento ou coação provocadas por motivos políticos e pediu para os entrevistados dizerem se já passaram ou não por essas situações. A metade (49%) declarou que já deixou de conversar sobre política com amigos ou familiares a fim de evitar discussões, 15% já foram ameaçados verbalmente por causa de suas posições políticas e 7% já foram ameaçados fisicamente devido as suas posições políticas.

De maneira geral, entre os eleitores de Lula esses índices são mais altos do que entre os eleitores de Bolsonaro: 54% deixaram de conversar sobre política com amigos ou familiares a fim de evitar discussões (ante 40% entre os eleitores do presidente), 19% já foram ameaçados verbalmente por causa de suas posições políticas (ante 12% entre os eleitores do presidente) e 9% já foram ameaçados fisicamente devido as suas posições políticas (ante 5% entre os eleitores do presidente).

Quando consideradas todas as três situações, 54% já sofreram alguma delas – esse índice é mais alto entre os mais instruídos (62%), entre os que se declararam como pretos (60%), entre os simpatizantes do PT (63%), entre os eleitores de Lula (58%, ante 45% entre os eleitores de Bolsonaro), entre os que reprovam o governo Bolsonaro (62%) e entre os que se declararam homossexuais ou bissexuais (65%).

Sete em cada dez eleitores brasileiros (70%) possuem conta em alguma das redes sociais pesquisadas (Facebook, Instagram, Tik Tok e Twitter), ante 30% que não têm conta. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas, com exceção entre os que têm 60 anos ou mais (36%) e entre os menos instruídos (43%), e alcança patamares mais elevados entre os que têm 16 a 24 anos (94%), entre os que têm 25 a 34 anos (88%), entre os que têm 35 a 44 anos (80%), entre os mais instruídos (89%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 2 a 5 salários mínimos (80%), entre mais 5 a 10 salários mínimos (82%), entre mais de 10 salários mínimos (84%) e entre os moradores das Regiões Metropolitanas (75%).

Das quatro redes pesquisadas, Facebook tem o maior número de usuários, 62%. Na sequência aparecem: Instagram, com 56%, Tik Tok, com 26%, Twitter, com 15%. Essas taxas são mais altas entre os que têm 16 a 24 anos, entre os mais instruídos e entre os mais ricos.

O índice de usuários de alguma dessas quatro redes sociais é mais alto entre os eleitores de Bolsonaro do que entre os eleitores de Lula: 76%, ante 64%.

Uma parcela de 37% não segue Jair Bolsonaro (PL) ou Lula (PT) nessas redes sociais (entre os mais jovens o índice sobe para 46%), ante 13% que seguem o presidente, 13% que seguem o ex-presidente e 7% que seguem a ambos.

Bolsonaro alcança índice de seguidores mais altos entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (23%), entre os empresários (32%), entre os seus eleitores (38%) e entre os que aprovam o seu governo (35%). Já, Lula alcança índices mais altos de seguidores entre os que têm 16 a 24 anos (26%), entre os simpatizantes do PT (31%), entre os seus eleitores (25%) e entre os que reprovam o governo Bolsonaro (24%).

O atual levantamento foi realizado nos dias 27 e 28 de julho de 2022, com 2.556 entrevistas presenciais em 183 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE - BR-01192/2022.

Quando considerados os aplicativos de mensagens, 78% declararam que possuem conta no WhatsApp ou no Telegram, ante 22% que não têm conta. O índice de usuários desses aplicativos é majoritário em todos os segmentos, com exceção dos mais velhos (48%) e dos menos instruídos (54%).

A taxa de usuários desses aplicativos é mais alta entre os que têm 16 a 24 anos (97%), entre os que têm 25 a 34 anos (92%), entre os que têm 35 a 44 anos (88%), entre os mais instruídos (96%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 2 a 5 salários mínimos (88%) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (93%).

A taxa de usuários do WhatsApp (78%) é maior do que a de usuários do Telegram (21%) e ambos têm taxas de usuários mais altas entre os mais jovens (respectivamente, 97% e 36%), entre os mais instruídos (respectivamente, 96% e 41%) e entre os mais ricos (respectivamente, 93% e 39%).

O índice de usuários de alguma desses dois aplicativos é mais alto entre os eleitores de Bolsonaro do que entre os eleitores de Lula: 84%, ante 74%.

A maioria (70%) não participa de algum grupo de apoio aos candidatos Bolsonaro ou Lula, ante 4% que participam de grupos de apoio ao presidente e 4% que participam de grupos de apoio ao ex-presidente. Entre os eleitores de Bolsonaro, 12% participam de algum grupo de apoio ao presidente. Já, entre os eleitores de Lula, 9% participam de grupos de apoio ao petista.

Para a parcela de eleitores que tem conta em redes sociais (Facebook, Instagram, Tik Tok e Twitter) ou em aplicativos de mensagens (WhatsApp e Telegram), perguntou-se sobre mudanças de comportamento por motivos de divergência política e: 43% declararam que já deixaram de comentar ou compartilhar algum conteúdo sobre política em grupo de WhatsApp a fim de evitar discussões, 41% já deixaram de publicar ou compartilhar algum conteúdo sobre política em suas redes sociais a fim de evitar discussões e 19% já saíram de algum grupo de WhatsApp para evitar discussões políticas com amigos ou familiares.

De maneira geral, essas taxas são mais altas entre os eleitores de Lula do que entre os eleitores de Bolsonaro. Na primeira situação, entre os eleitores do petista o índice é de 46%, ante 38% entre os eleitores do presidente, na segunda situação, 44% ante 35%, e na terceira, 23% ante 13%.

Quando consideradas as três situações, o índice de leitores com conta em redes sociais ou em aplicativos de mensagens que já mudaram de comportamento alcança 53% (57% entre os eleitores de Lula, ante 46% entre os eleitores de Bolsonaro).