Descrição de chapéu Opinião e sociedade Datafolha

Para 60%, 2023 será melhor do que ano que se encerra

37% acreditam que desemprego irá cair nos próximos meses

BAIXAR PESQUISA COMPLETA

A maioria dos brasileiros está otimista com o ano de 2023. Seis em cada dez (60%) avaliam que o próximo ano será melhor do que 2022 para os brasileiros de forma geral, 15% avaliam que será igual, 22% que será pior e 3% não opinaram.

São observadas taxas de otimismo mais altas entre os menos instruídos (66%), entre os mais pobres (68%), entre os moradores da região Nordeste (75%), entre os desempregados (73%) e entre os que reprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro (87%). Já, as taxas de pessimismo com 2023 são mais altas entre os mais ricos (44%) e entre os que aprovam o governo Bolsonaro (45%).

As atuais taxas de otimismo com o próximo ano são mais baixas do que as observadas em 2021. Em dezembro de 2021, 73% avaliavam que 2022 seria melhor do que o ano anterior para os brasileiros de forma geral, 15% avaliavam que seria igual e 8% que seria pior.

Quando questionados como será o ano de 2023 do ponto de vista pessoal, 66% avaliam que será melhor, 15% avaliam que será igual, 16% que será pior e 3% não opinaram. A taxa de otimistas é mais alta entre os menos instruídos (71%), entre os mais pobres (73%), entre os que recebem o Auxílio Brasil (75%), entre os moradores da região Nordeste (80%), entre os desempregados (75%) e entre os que reprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro (90%).

Em comparação com a pesquisa do ano passado, a taxa atual de otimismo é mais baixa. Em dezembro de 2021, 76% avaliavam que do ponto de vista pessoal 2022 seria melhor do que o ano anterior, 15% avaliavam que seria igual e 6% que seria pior.

O atual levantamento foi realizado nos dias 19 e 20 de dezembro de 2022, com 2.026 entrevistas presenciais em 126 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

As expectativas com a inflação, desemprego e poder de compra dos salários melhoraram em comparação com a pesquisa passada, de junho deste ano.

Três em cada dez (31%) avaliam que a inflação irá diminuir nos próximos meses (eram 13%), 24% que ficará igual (eram 19%), 39% que irá aumentar (eram 63%) e 5% não opinaram (mesmo índice anterior). A parcela que avalia que a inflação irá diminuir é a maior do governo do presidente Jair Bolsonaro e a parcela que avalia que a inflação irá aumentar, a menor do período.

Uma parcela de 37% avalia que o desemprego irá diminuir nos próximos meses (eram 23%), 24% que ficará igual (eram 27%), 36% que irá aumentar (eram 45%) e 3% não opinaram (eram 5%). A parcela que avalia que o desemprego irá diminuir é a maior do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Quatro em cada dez (43%) avaliam que o poder de compra irá aumentar nos próximos meses (eram 29%), 31% que ficará igual (eram 33%), 21% que irá diminuir (eram 34%) e 5% não opinaram (eram 4%). A parcela que avalia que o poder de compra irá aumentar é a maior do governo do presidente Jair Bolsonaro, já, a parcela que avalia que o poder de compra irá diminuir é a menor do período.

De maneira geral, as taxas de otimistas com esses indicadores macroeconômicos são mais altas entre os menos instruídos e entre os moradores da região Nordeste. Por outro lado, as taxas de pessimistas são mais altas entre os mais ricos.

De outubro a dezembro, a parcela de brasileiros adultos que avalia que melhorou a situação econômica tanto do país quanto a pessoal recuou pela primeira vez, interrompendo a tendência de alta que vinha desde agosto. No período, as taxas daqueles que avaliam que piorou a situação econômica do país e pessoal seguem recuando, enquanto cresceu as taxas daqueles que avaliam que não houve melhoras e nem pioras.

Um quarto (26%) avalia que a situação econômica do país melhorou nos últimos meses (eram 34% em outubro e 28% em setembro), um terço (35%) avalia que a situação ficou igual (eram 23% em outubro e 21% em setembro) e 38% avaliam que a situação piorou (eram 42% em outubro e 50% em setembro). Uma fração de 2% não opinou (era 1%).

Os atuais índices são próximos aos observados em dezembro de 2019, quando: 28% avaliaram que a economia do país melhorou, 34% que ficou igual e 37% que piorou.

São observados índices mais altos de avaliação que a situação econômica do país melhorou entre os homens do que entre as mulheres (31%, ante 21%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (36%) e entre os que aprovam o governo Bolsonaro (43%). Por outro lado, são observados índices mais altos de avaliação que a situação econômica do país piorou entre as mulheres do que entre os homens (42%, ante 33%) e entre os que reprovam o governo Bolsonaro (56%).

Entre os que recebem o Auxílio Brasil, as taxas ficam próximas às observadas da média: 23% avaliam que a economia brasileira melhorou, 36% avaliam que piorou e 39% que ficou igual.

Quanto à avaliação da situação econômica pessoal, 31% avaliam que melhorou nos últimos meses (eram 34% em outubro e 27% em setembro), 38% avaliam que ficou igual (eram 33% em outubro e em setembro) e 31% avaliam que piorou (eram 33% em outubro e 39% em setembro).

A avaliação que a situação financeira pessoal melhorou é a segunda mais alta do governo Bolsonaro, ficando atrás somente do índice de outubro. A taxa dos que avaliam que a situação econômica pessoal piorou é uma das mais baixas – o índice mais baixo foi observado em abril de 2019, quando era 29%.

A parcela daqueles que avaliam que a situação econômica pessoal melhorou é mais alta entre os homens do que entre as mulheres (37%, ante 25%), entre os que têm 25 a 34 anos (41%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (43%), entre os evangélicos (41%) e entre os assalariados registrados (41%). Em contrapartida, observam-se índices mais altos de avaliação que a situação econômica pessoal piorou entre os desempregados (52%).

Entre os que recebem o Auxílio Brasil, os índices são próximos aos da média nacional: 31% avaliam que a situação econômica pessoal melhorou, 31% avaliam que piorou e 36% que ficou igual.

As taxas de otimismo em relação a situação econômica do país e pessoal para os próximos meses recuaram e interromperam a tendência de alta, que vinha desde agosto passado. Por outro lado, de outubro a dezembro, cresceram as taxas daqueles que têm expectativa que a economia ficará igual ou que irá piorar.

A metade (49%) avalia que nos próximos meses a situação econômica do país irá melhorar (eram 62% em outubro e 53% em setembro), 28% avaliam que a situação ficará igual (eram 16% em outubro e 26% em setembro) e para 20%, a situação irá piorar (eram 13% em outubro e 14% em setembro). Uma fração de 3% não opinou (eram 9% em outubro).

Entre os que recebem o Auxílio Brasil, a taxa de otimistas fica acima da média nacional: 60% avaliam que economia irá melhorar, 12% que irá piorar e 25% que ficará igual.

Quando questionados sobre a expectativa futura em relação a situação econômica pessoal, seis em cada dez (59%) avaliam que irá melhorar (eram 70% em outubro e 60% em setembro), 28% avaliam que a situação ficará igual (eram 21% em outubro e 30% em setembro) e 11% que a situação irá piorar (eram 5% em outubro e 7% em setembro). Uma fração de 2% não opinou (eram 4%).

38% dos brasileiros têm alguma dívida

Quatro em cada dez brasileiros (38%) têm alguma dívida ou conta atrasada, sendo a mais comum, das oito pesquisadas, a dívida no cartão de crédito, com 24% (eram 26% em dezembro de 2021) – entre os desempregados esse índice sobe para 33%.

Na sequência aparecem: conta atrasada de luz, com 12% (eram 17% em dezembro de 2021 e 22% em setembro de 2021), conta atrasada de água, com 9% (eram 13% em dezembro de 2021 e 16% em setembro de 2021), aluguel ou prestação de imóvel, com 7% (eram 9% em dezembro de 2021 e 11% em setembro de 2021), prestação de automóvel ou moto imóvel, com 5% (eram 5% em dezembro de 2021 e 6% em setembro de 2021), mensalidade de escola ou faculdade, com 5% (eram 5% em dezembro de 2021 e 6% em setembro de 2021), conta de gás, com 4% (eram 6% em dezembro de 2021 e 8% em setembro de 2021), e, parcela de plano de saúde, com 3% (eram 4% em dezembro de 2021 e 5% em setembro de 2021).

No agregado de todos esses tipos dívidas, de maneira geral, são observadas taxas mais altas de endividamento entre as mulheres do que entre os homens (42%, ante 34%), entre os mais pobres do que entre os mais ricos (46%, ante 25%), entre os que se autodeclararam como pretos do que entre os brancos (49%, ante 32%) e entre os desempregados (57%).

60% avaliam que a renda familiar é insuficiente

Seis em cada dez brasileiros (60%) avaliam que a renda familiar como insuficiente (eram 63% em junho), desses, 23% avaliam como muito pouca e passam por grandes dificuldades (eram 26%) e 37% avaliam como insuficiente e as vezes falta dinheiro para fechar o mês (mesmo índice anterior). Para um terço (35%), a renda familiar é exatamente o que precisa para viver (eram 32%) e para 5%, é mais do que o suficiente (mesmo índice anterior).

76% utilizam o valor auxílio Brasil para comprar comida

Um quarto (25%) declarou receber ou morar com alguém que recebe o Auxílio Brasil. Já, 75% declararam não receber ou morar com alguém que receba o benefício.

São observadas taxas de beneficiados mais altas entre as mulheres do que entre os homens (30%, ante 21%), entre os que têm 25 a 34 anos (32%), entre os menos instruídos (32%), entre os mais pobres (39%), entre os moradores da região Nordeste (42%), entre os desempregados (48%) e entre as donas de casa (55%).

Uma parcela de 9% recebe ou mora com alguém que recebe o Vale Gás do Governo Federal.

O principal uso do valor do Auxilio Brasil é para comprar comida, com 76% das menções (mesmo índice de setembro). Seguido por, pagar dívidas, com 11% (mesmo índice anterior), comprar remédios, com 5% (eram 6%), comprar gás, com 2% (mesmo índice anterior), entre outras respostas menos citadas.

Quando questionados se utilizaram o valor do Auxílio Brasil para conseguir um empréstimo, 15% declararam que já fizeram o empréstimo consignado (eram 18% em outubro), 13% não fizeram, mas pretendem (eram 19%), 66% não fizeram e nem pretendem (eram 58%) e 6% não opinaram (eram 5%). A parcela que não pretende fazer empréstimo consignado é majoritária em todas as variáveis socioeconômicas.