93% repudiam ataques em Brasília, e 55% responsabilizam Bolsonaro

Para 63%, forças de segurança fizeram menos do que deveriam para evitar invasão

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Ampla maioria (96%) tomou conhecimento da invasão e destruição dos prédios do Congresso Nacional, STF (Supremo Tribunal Federal) e Palácio do Planalto no último domingo (08), e 43% disseram estar muito informados sobre o tema. Há 41% que estão mais ou menos informados, e 12% estão mal informados, além dos 4% que desconhecem o que houve no Distrito Federal.

Independentemente do grau de conhecimento sobre o assunto, 93% se posicionam de forma contrária à invasão e destruição das sedes dos Três Poderes da República, e 3% disseram ser a favor desses atos. Há 2% que são indiferentes, e 1% preferiram não opinar. Na parcela que votou em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa eleitoral, 10% disseram ser a favor dos ataques, e 86%, contra. Entre quem declara ter votado em Lula, 1% disse ser a favor, e 99%, contra.

A pesquisa foi feita por telefone entre os dias 10 e 11 de janeiro junto a 1.214 respondentes com 16 anos ou mais em todas as regiões brasileiras. A amostra é representativa da população do país na faixa de idade consultada, e para chegar a essa representatividade os resultados obtidos pelas entrevistas feitas com brasileiros que possuem telefone celular – cerca de 90% da população – foram ponderados por variáveis sociais e demográficas que refletem o total da população adulta brasileira. O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos quando considerados os resultados do total da amostra.

A maioria (63%) dos brasileiros acredita que as forças de segurança do Distrito Federal fizeram menos do que deveriam para impedir a ação dessas pessoas que invadiram os prédios do Congresso, STF e Planalto, e para 24% eles fizeram o que deveria. Para 6%, as forças de segurança fizeram mais do que deveriam, e 7% não responderam.

Na faixa de 25 a 34 anos, 55% avaliam que as forças de segurança fizeram menos do que deveriam para evitar a invasão e destruição dos prédios, e para 33% elas fizeram o que deveriam. Na faixa anterior, de 16 a 24 anos, esses índices ficam em 59% e 27%, respectivamente. Entre quem tem de 35 a 44 anos, 62% afirmam que as forças de segurança fizeram menos do que deveriam, e 23%, o que deveriam. No segmento de 45 a 59 anos, 66% acreditam que as forças de segurança fizeram menos do que deveriam diante dos ataques, e para 21% elas fizeram o que deveriam ter feito. Entre os mais velhos, esses índices ficam em 73% e 18%, respectivamente.

Entre eleitores de Lula, 80% avaliam que as forças de segurança fizeram menos do que deveriam para conter a invasão dos prédios, e para 12% elas fizeram o que deveriam. Na fatia que declara ter votado em Bolsonaro, 45% dizem que as forças de segurança fizeram menos do que deveriam, e uma parcela similar, de 42%, acredita que fizeram o que deveriam.

Para 61%, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também fez menos do que deveria para impedir os ataques do último domingo, e 23% avaliam que ele fez o que deveria. Para 4%, o emedebista, que foi afastado do cargo posteriormente, fez mais do que deveria, e 12% preferiram não opinar.

Uma parcela menor, de 37%, acredita que o governo do presidente Lula (PT) fez menos do que deveria para impedir os ataques aos prédios na capital do país, e uma parcela similar, de 39%, avalia que o governo do petista fez o que deveria ter feito. Há ainda 15% que acham que ele fez mais do que deveria, e 9% que não opinaram.

Na fatia de homens, 42% acreditam que o governo de Lula fez menos do que deveria para conter os invasores, e entre as mulheres esse índice é menor, de 32%. Entre eleitores de Lula, 25% opinam que o governo do presidente fez menos do que deveria diante dos ataques, 51% avaliam que fez o que deveria, e para 21% fez mais do que deveria. No grupo de eleitores de Bolsonaro, 54% dizem que o governo do petista fez menos do que deveria, 25% apontam que fez o que deveria, e há 11% que dizem que fez menos do que deveria.

A influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos ataques aos prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto polariza opiniões. Para 38%, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem muita responsabilidade na invasão ocorrida no último domingo, e 17% acreditam que ele tenha um pouco de responsabilidade. Uma parcela de 39% pensa de forma oposta e avalia que Bolsonaro não tem nenhuma responsabilidade sobre a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, 6% preferiram não opinar.

Entre os homens, 35% atribuem muita responsabilidade a Bolsonaro, ante 42% das mulheres. Na fatia de jovens de 16 a 24 anos, 27% veem grande responsabilidade do ex-presidente, índice que vai a 30% na faixa de 25 a 34 anos, a 41% entre quem tem de 35 a 44 anos, a 46% na parcela de 45 a 59 anos, e fica em 45% entre os mais velhos, com 60 anos ou mais. No segmento dos menos escolarizados, 39% acreditam que Bolsonaro tem muita responsabilidade sobre os ataques, e para 37% ele não tem responsabilidade. No grupo com escolaridade média, a avaliação de que o ex-presidente tenha muita responsabilidade é menor (34%), e 41% avaliam que Bolsonaro não tem nenhuma responsabilidade. Entre quem tem curso superior, 47% dizem que Bolsonaro é muito responsável pelos ataques, e 38% acreditam que ele não tem responsabilidade. No conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste, a taxa dos que veem grande responsabilidade do ex-presidente é menor (27%) do que o registrado no Nordeste (44%), no Sul (40%) e no Sudeste (39%).

Na parcela que declara ter votado em Bolsonaro no segundo turno da disputa presidencial, há posição majoritária (74%) de que o ex-presidente não tem responsabilidade sobre os ataques aos prédios dos Três Poderes. Para 15% desse grupo, Bolsonaro tem um pouco de responsabilidade, e 8% atribuem a ele muita responsabilidade. Entre quem votou em Lula, 68% veem muita responsabilidade por parte de Bolsonaro, 12% avaliam que ele tem um pouco de responsabilidade, e 15% o eximem de qualquer responsabilidade.

Após serem informados que o presidente Lula afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro estimulou pelas redes sociais esses atos violentos que aconteceram em Brasília, os brasileiros foram consultados quanto ao grau de concordância com essa afirmação do petista. Concordam com Lula sobre o estímulo de Bolsonaro aos ataques 45%, incluindo aqueles que concordam totalmente (34%) e quem concorda em parte (11%). Outros 45% discordam, sendo que 31% discordam totalmente, e 14%, em parte. Uma parcela de 2% não concorda nem discorda, e 8% não opinaram.

A taxa de concordância com a afirmação do petista é menor na faixa de 25 a 34 anos (35%), entre quem tem escolaridade média (41%), no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste (35%) e entre evangélicos (32%). Entre quem votou em Bolsonaro, 88% discordam, e somente 6% concordam. Na parcela que votou em Lula, ocorre o inverso: 80% concordam, e 12% discordam.